Capítulo 5

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Kai...

Já havia se passado, dois dias desde que ela saiu do meu atelier, e hoje, depois que sai da clínica, a primeira visão que eu tive foi dela sentada naquela mesa, eu resisti até ver aquele cara, com sorriso todo sedutor indo em direção a ela, como se fosse uma presa, a mais bonita e só,  naquele lugar, respirei fundo antes de me mover me sentando ao seu lado e dispensando, de um jeito nada sútil aquele cara.

Pelo olhar dela, em minha direção, sua boca esta travada e seus olhos se apertando, enquanto me encaram furiosamente.

— Posso saber quem esta aqui, ou esse é um novo personagem, eu, o artista arrogante.

Me aproximo, ficando mais perto dela.

— Em primeiro lugar, você NUNCA, deveria mencionar a parte do artista, em segundo, estou aqui, porque aquele cara estava te devorando, como se você fosse o café da manhã.

Cruzo os braços e a observo franzindo a testa, ela solta um suspiro alto ao me encarar novamente.

— E o que você tem com isso, ele é um cara legal, estou sozinha nesse lugar e estamos no mesmo hotel.

— Pensei que sua vinda, aqui fosse por amor a arte e não em busca de um par perfeito.

Ela se levanta soltando fogo, eu podia ver seu rosto mudando a cor, essa era a vantagem de esta de óculos, eu conseguia ter a nitidez do quanto era linda, a cor de seus cabelos de um avermelhado, mas nem tanto, mesmo com o óculos as cores não eram tão vivas, seus tons vinham alguns mais apagados que os outros, por exemplo, eu aposto que o tom cinza em seus olhos é de um azul que lembra ao céu, mas prefiro deixar minha mente imaginar e criar a imagem, que mais se encaixa naquele lindo rosto.

— Ruiva??!

Ela solta uma risada.

— Como sabe, que sou mesmo ruiva?

— Estou de óculos, e mesmo que não fosse, foi assim que te imaginei desde a primeira vez.

Ela tira o dinheiro da bolsa e põe no envelope a mesa, depois se vira indo em direção a rua, eu não resisto ao impulso de segui-la.

— Quer me esperar, achei, que você iria ao atelier hoje.

Ela para abruptamente.

— Sério, acha mesmo que essa palhaçada vai funcionar?

— Achei, que você tinha entendido, podemos ser amigos, ou estranhos como antes.

Ela solta uma risada, agora alta.

— Você deve ser louco, só pode, quer manter as coisas somente na arte, mas faz coisas como essa de hoje, se mete em minha vida.

Ela tinha razão, mas não consegui resistir, o meu egoismo foi superior aos meus princípios.

— Você tem razão, me desculpe e prometo que não vai se repetir.

Ela ergue uma sobrancelha, parece não acreditar, tudo bem, eu também não conseguia acreditar em nada do que saia da minha boca nos últimos dias.

— Um mês de estágio, tudo bem, posso te ajudar em tudo,podemos sair e ver exposições, estilos de artes diferentes, tudo que fazer você se inspirar.

— Um mês, isso vai custar uma fortuna, meu pai vai ficar louco.

— Tenho um quarto de hóspedes, se você quiser, pode ficar lá.

Merda, cadê aquele maldito sinal de alerta quando se precisa dele, eu estava trazendo a própria tentação para dentro da minha casa, isso era mais uma das coisas loucas que saiam da minha boca nos últimos dias.

As Cores Do Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora