Capítulo 19

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Sienna...

Sinto uma mão, acariciando meu rosto, um sorriso logo se ilumina em meus lábios, abro meus olhos lentamente e vejo o rosto de Kai, ele está me observando com um sorriso malicioso.

— Bom dia, ruiva.

— Hmmmm...

Tento alongar meu corpo, depois da maratona de sexo de ontem, estou quebrada.

— Eu diria, que isso é um sonho, mas dado a um certo volume me pressionando, é difícil negar...

Kai me puxa contra sua ereção matinal, acabo roçando de leve, ele solta um gemido.

— O quê há, com isso aí?

Ele sorri.

— Ele sente sua presença, ruiva.

Solto uma risada alta.

— Isso quer dizer, que se eu quiser manter meu corpo sem dor vou ter que dormir longe de você...

Ele me puxa e se vira rapidamente sobre mim, eu estava presa sob seu corpo.

— Isso não vai acontecer ruiva...

Ele me beija, suas pernas abrem passagem para deslizar dentro de mim.

— Nunca mais.

Fizemos amor pela...espera...perdi a conta, o importante era que toda vez, que fazíamos parecia ficar melhor, eu estava viciada por aquele homem lindo.
Tomamos um banho e eu pus uma de suas camisetas, Kai era alto e sua estrutura óssea larga, revestida por uma montanha de músculos, me deixava pequena, ele pediu café da manhã, enquanto eu aguardava apreciando a vista da sacada do Hotel em Nova Iorque, aquela que sempre foi minha cidade, mas que só voltou a ter vida e significado, ontem quando Kai, me beijou.
Sinto seus braços, me envolverem pela cintura, sua barba sempre perfeita, eu adoro como ele roça em minha pele, causando arrepios por todo meu corpo.

— Quer saber, desde que voltei de Florença, me senti perdida nessa cidade, parecia que nada tinha significado para mim, eu amo minha família e eles são as únicas pessoas, que me mantinham vivas aqui.

— Eu senti o mesmo, desde que você partiu, a bela Florença, deixou de ter vida para mim, eu transitava pelas ruas sem olhar pro lado, sem olhar as pessoas a minha volta.

— Eu sinto saudades, de lá.

Era a primeira vez, que confessava isso em voz alta.

— Preciso te contar uma coisa, ruiva.

Sinto meu corpo ficar tenso, eu tinha medo que ele dissesse qualquer coisa, que fosse a respeito de nós, tinha medo de que tudo isso não passasse de ilusão minha.
Kai, parece ler meus pensamentos, ele me vira e segura meu queixo.

— Sei o que está passando, nessa cabecinha, e acredite, nunca ninguém vai me separar de você...

Sinto um alívio, mas ele ainda não tinha me contado sobre o que tanto queria conversar.
A campainha toca, anunciando o café, ele se vai até à porta para receber e eu fico ali com meus pensamentos.
Kai retorna e me puxa para perto dele..

— Vem, a gente conversa durante o café.

Concordo, sentindo meu estômago se revirar..

Kai se senta a minha frente e serve um copo com suco de laranja, percebo o nervosismo e a tensão em seus ombros...

— Naquele mesmo dia, que você veio embora, assim que acordei meu celular tocou, era da clínica, Ellie havia acordado...

Senti meu corpo estremecer e arrepios percorrerem por tudo.

— Desci correndo e fui até seu quarto, fiquei em pânico a princípio, mas percebi que suas coisas estavam todas lá...

Ele olha para mim, com um meio sorriso.

— Eu fiz questão de verificar...

Sorrio com sua confissão...

— Então outro pânico se apossou de mim, porque eu sabia, que estava perto de te perder, fui até a clínica me sentindo estranho, eu não conseguia sorrir ou me sentir feliz como esperava durante todos aqueles anos, e quando entrei no quarto e vi Ellie, percebi que aquilo não era mais o que eu queria, ali não era o lugar ou a pessoa que eu pertencia, mesmo ela falando e toda empolgada, eu não consegui prestar atenção em nada, entende, para ela nada tinha passado, mas para mim, nada fazia sentido.

Ele respira, com um pouco de dificuldades..

— Voltei correndo para o prédio, porque eu precisava esta perto de você, mas quando entrei no quarto e notei aquele bilhete, percebi que suas coisas haviam todas sumidas, aquilo foi a morte para mim, eu nunca senti tanta dor, como naquele momento...

Não suporto a distância entre nós, dou a volta e me sento em seu colo.

— Eu quebrei o quarto todo tentando, arrancar aquela dor que fazia meu peito explodir, então no outro dia, Ellie recebeu alta e foi para casa, mas estava tudo mudado, porque ali eu só conseguia enxergar você ruiva, fui me afastando dela, inventei desculpas, passava as noites acordado pintando, Ellie não entendia o que estava acontecendo comigo, eu acordava antes dela e saia, ia até o café, me sentava naquela mesma mesa que você, pedia o mesmo pedido que você...

Fecho os olhos, me lembrando da visão da ponte sobre o rio, do sorriso de Tarantino meu simpático ouvinte.

— Tarantino me observava desconfiado, até que um dia ele se sentou e começou a falar da bela moça, que costumava se sentar naquele mesmo lugar, eu sabia que era você, então tentei ser esperto e contar vantagem com isso, fiz várias perguntas sem desconfiar que no final ele sabia de tudo...

Kai abre um sorriso..

— Ele era mesmo muito esperto, me pegou na minha própria história, então contou sobre sua vida, a culpa que ele carregou por anos, foi substituída por outra, ele me fez entender que sempre erramos, mas que o que eu estava fazendo com Ellie, era muito pior, eu estava criando esperanças, enrolando, quando a verdade era que eu nunca voltaria a sentir nada por ela.

Eu acaricio seu lindo rosto...

— Foi naquele mesmo dia, que ela descobriu tudo, viu a quantidade de telas que eu pintava sobre você, me pressionou até que eu contasse tudo, eu não fazia ideia do alívio que sentiria, até contar tudo, eu achei que faria ela sofrer, mas no fim foi como, liberta-la também...

Kai fecha os olhos, por um momento...

— Eu não vou mentir ruiva, eu tentei de verdade, quando ela me beijou eu tentei sentir aquele sentimento por ela, queria aliviar a dor que estava sentindo, foi ali que percebi o quanto eu estava errado, sendo mesquinho.

— Ela está bem?

— Ela está saindo com Michael, parece que os dois tem muito em comum..

Sorrio, eu estava tão feliz e aliviada por Ellie, encontrar alguém.

— Ela ainda esta em meu prédio, ficou arrumando suas coisas para se mudar.

— Quando vim até aqui, vim porque não quero ficar longe de você ruiva, eu a quero comigo sempre, quero que volte comigo...

Aquilo era inesperado e muito complicado, tínhamos esquecido dessa parte, eu tinha uma família aqui e não estava pronta para, deixa-los, minha melhor amiga era minha irmã.

— A gente fala disso, depois..

Ele me encara, com a testa franzida, mas concorda...

— Tudo bem, mas hoje eu quero te levar para jantar e depois dançar coladinho.

Sorrio, aquilo seria perfeito..

-Quando é seu voo?

Ele torce o lábio...

— Amanhã cedo, tenho que voltar, a exposição será em Florença dessa vez...

Aquilo torna as coisas, mais difíceis, como eu podia tomar qualquer decisão assim.

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