As Cores Do Amor.

Capítulo 16

Kai...

Eu dançaria quantas músicas fosse necessária, só para mantê -la em meus braços, mas a música sempre termina, deixando um silêncio ensurdecedor.

— Preciso deitar, amanhã tenho que ver minha passagem, preciso ir a um lugar também...

— Aonde??

— Vou me despedir de Tarantino, as melhores histórias, foram contadas por ele, enquanto eu esperava sentada naquele café, ele foi alguém que me ensinou muita coisa, pena que nem sempre somos nós, que decidimos as coisas realmente...

Ela solta um suspiro.

— Agora, eu sei disso.

Ela fica na ponta dos pés, me beija de leve nos lábios e se vai.
Fico ali, pensando sobre o que ela estaria dizendo, eu não fazia ideia que ela e Tarantino, tinham ficado tanto tempo juntos.
Eu queria ir até ela e me aconchegar ao seu lado, fico por um tempo ali, acalmando meu coração, até que decido subi para meu quarto, era difícil ter que abrir mão dela a todo momento, sinto que aqui dentro de mim, uma boa parte havia ruído.

Quase pulo da cama, quando o som ensurdecedor do meu celular começa a tocar, resmungo tentando acordar, eu havia acabado de fechar os olhos, quando subi para meu quarto, passei boa parte do tempo rolando na cama, e agora estou aqui sendo desperto abruptamente pelo celular, era por esse motivo que eu sempre deixava desligado.
Estico minha mão tateando até, localiza-lo, meus olhos se abrem rapidamente, assim que vejo o nome na tela.

— Alô???

(Senhor Rowan, eu passei o fim de semana inteiro tentando, contacta-lo)

— Me desculpe doutor, eu estava fora e deixei o celular desligado.

Eu queria me isolar do mundo, por isso quando viajei com Sienna, queria aproveitar cada segundo com ela, esquecendo da realidade aqui fora.

(Tem notícias senhor Rowan, preciso que venha a Clínica o mais rápido possível)

Aquilo me fez pular da cama, meu estômago está se revirando e comecei a suar frio.

— O quê aconteceu?

(Ela acordou, senhor Rowan, a senhorita Ellie, acordou, está meio tonta, mas pergunta a todo instante por você)

De repente um alívio se mistura com pânico, eu estava feliz e assustado, porra, eu estava surtando.

— Estou indo para ir, agora.

Desligo o celular, estou tremendo, mas corro para me trocar, eu tinha que ir vê-lá, o mais rápido possível.
Acho que nunca fiz tudo tão rápido, desço os degraus praticamente pulando, mas paro no último ao me lembrar de Sienna, corro até seu quarto, mas ela não está, suas coisas ainda estão ali, eu precisava ser rápido, ir até à clínica e depois voltar para encontrá -la.
Me lembro da conversa de ontem, ela estaria no Tarantino, eu tinha tempo.

Sabe aquele momento, em que tudo acontece assim, rápido que você não consegue parar para associar o tamanho do desastre que virá a seguir, bem, eu estava quase com o pé para fora do meu prédio, quando fui atingido pela merda da realidade, o choque ao receber aquele telefone não foi tão grande, quanto tudo que estou sentindo nesse exato segundo, imagens de Sienna indo embora daqui, eu a perdendo de vez, não poder sentir seu cheiro, seus beijos, não puxa-la contra meu peito todas às vezes que eu sentir vontade, as danças aleatórias, que sempre tínhamos, foi naquele momento que percebi, que eu nunca poderia sair com ela para jantar, passear de mãos dadas, leva-la para dançar, eu nunca poderia dizer que ela era minha, porque no momento, em que ela soubesse que Ellie, porra, sse era o momento, que mais aguardei durante toda minha vida, as idas aquela clínica, a visão dela deitada naquela cama sem vida, eu esperei por isso a vida toda, mas nunca imaginei que isso pudesse me custar a única coisa boa que aconteceu em minha vida, o amor que sentia por Sienna, jamais seria comparável ao que senti por Ellie, agora eu sabia, porque a dor que senti naquele momento, me fez cambalear para trás, o ar dos meus pulmões, simplesmente o abandonaram, minhas pernas estavam fracas e eu precisei me apoiar na parede, eu havia sido atravessado pelo punhal mais doloroso, o punhal que trazia a realidade da perda.

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