One Shots - Supercorp

Paralelo

Essa é uma adaptação camren, vou deixar o link para quem se interessar

https://my.w.tt/lc1FH0wkv4

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Mudamos o lugar de encontro, amanhã às 10:00 na esquina da 4ª com a 8ª.

Li aquela mensagem umas dez vezes, pelo menos.

Eu estava sozinha em casa, assistindo qualquer filme de classe B que encontrava pela internet e me enchendo de Cheetos, quando ela chegou. E eu não tinha combinado nada com ninguém, portanto estava claro que a pessoa que mandou a mensagem havia errado de número. Mas o estranho da situação não foi isso...

O estranho era o número de telefone e o fato de que a 4ª e a 8ª avenida não se cruzavam!

Tudo bem, a pessoa poderia ter se enganado ao escrever, isso não era nada do outro mundo. Agora, aquele número de telefone... Ah, aquele número de telefone que era algo estranho.

Do primeira parecia um número estrangeiro. Quando como ligamos para outro país e temos que colocar aquele absurdo de códigos, mas depois de me dar ao trabalho de procurar os primeiros quatro dígitos na internet, comprovei que não era o código de nenhum país. E além do mais, a mensagem era de alguém que estava falando sobre aquele mesmo bairro, era impossível que viesse do estrangeiro.

Pensei em deixar para lá, a pessoa perceberia que errou o número e voltaria a mandar a mensagem para o número certo. Mas aquilo era estranho demais e a minha curiosidade falou mais alto. Eu precisava saber a origem daquele número de telefone tão peculiar e aproveitar pra explicar para aquele pessoa que a 4ª e a 8ª não se encontravam.

Talvez fosse alguém novo na cidade e talvez não conhecesse o bairro.

Bom, o resultado foi que desliguei o meu notebook e liguei para o tal número, sem saber o que esperar. Deu sinal de chamada e depois de tocar umas quatro vezes, finalmente atenderam minha ligação.

Era uma voz de mulher mas não era apenas uma voz de mulher, era a voz mais linda que eu já escutara em toda a minha vida.

Aquela voz me fascinou tanto que eu demorei um bom tempo para falar alguma coisa, enquanto ela perguntava sem parar: "Oi, tem alguém aí?"

Eu finalmente consegui sair do meu transe e expliquei brevemente para ela o que tinha acontecido. Eu disse que ela tinha me enviado a mensagem por engano e ela logo me pediu desculpa, afirmando que não sabia como aquilo tinha acontecido.

Depois disso eu me apresentei dizendo o meu nome e ela também me disse o seu.

Kara.

Não só a voz dela era linda mas o nome também. E vai parecer muito idiota da minha parte mas eu estava tão encantada com Kara que fiquei conversando com ela e esqueci completamente de perguntar por aquele número de celular tão estranho.

Ela me explicou que tinha combinado com uns amigos de ir a uma exposição de arte que estava tendo na praça da 4ª com a 8ª e então eu franzi o cenho. Tinha uma praça por ali mas não era no cruzamento dessas duas ruas, era no meio delas porque enfim... Essas ruas realmente não se cruzavam, elas eram paralelas.

E eu ia explicar isso para ela mas então ela me fez o convite: me chamou para ir junto com eles. E eu estava tão louca por conhecer aquela menina da voz fascinante, que aceitei na mesma hora. Mesmo achando tudo aquilo muito estranho. Mesmo sabendo que naquela praça não havia nenhuma exposição de nenhum tipo. Eu deixei a lógica de lado e agi por impulso, combinando de me encontrar com ela naquela praça, na manhã seguinte.