Ex da sua atual

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Suspiro depois de tomar mais um copo, que eu juro ser água, mas que na verdade é a segunda garrafa de tequila consumida. A bebida não está descendo arrastada como antes. E o garçom já não quer me trazer mais nada, por perceber o meu estado, levemente alcoolizado.

Bufo. Oras, eu estou pagando.

Hmm... Vocês devem estar se perguntando, o porquê de eu estar bebendo, sozinha, numa sexta feira à noite...

Oh! As sextas-feiras...

Um sorriso escapa de minha boca, ao lembrar-me de como costumavam ser minhas sextas-feiras, há um mês atrás.

Pela manhã, era sempre, maravilhosamente, acordada por beijos na curva do meu pescoço e com um belo café da manhã na cama. Ela fazia questão de levar-me no trabalho e, buscar-me às 18h para encontrar-nos com nossos amigos no mesmo bar de sempre. E por fim, lá pelas tantas da madrugada, acabávamos fazendo amor até o dia clarear.

Mas desde aquele fatídico dia, no qual descobri os vinte andares de chifres que tinha enfeitando minha testa, passei a odiar as sextas. E principalmente o bar onde íamos frequentemente.

Checo as horas em meu celular, 22h45, está cedo ainda. Levanto o olhar para a entrada do bar e ... Espera. Oh, não! Não, não, não.

Eu conheço essa pessoa que está entrando aqui no bar.

Eu sei quem ela é!

A minha ex tá ficando com essa mulher!

Uma morena baixinha, cabelos curtos castanhos, olhos azuis, com um semblante, aparentemente, abalado, muito conhecida por mim. Infelizmente.

— Garçom — aceno para ele, que vem prontamente. — Bota minha mesa lá. — direciono meu olhar para a fulana.

Ele me olha estranho quando vê para onde estou apontando.

— Mas senhorita, não tem espaço para pôr sua mesa ali. — argumenta acanhado.

— Então, leve uma garrafa de tequila para lá. — ordeno e ele assente.

Uh. Sinto minha cabeça girar.

Cambaleei para trás, quando levantei-me.

Já bebi todas mesmo...

Do lado dela eu vou desabafar, e todos os segredos dela eu vou contar!

Ando em passos lentos até chegar perto de minha companhia, que só percebe a aproximação quando sento-me ao seu lado.

Ela se assusta ao reconhecer-me, o que me faz sorrir brevemente.

— Olá. — comprimento, minha voz sai meio grogue por conta do álcool.

— Oi. — fala quase em um sussurro.

— Está esperando alguém? — ela nega com a cabeça, e o garçom logo chega com o que lhe pedi. Ele nos serve e sai apressado, para atender outra mesa.

— Er... — ela reveza seu olhar entre mim e o copo a sua frente.

— Bebe. Precisamos conversar. — viro de uma vez.

— Hm, Lena, certo? — faço que sim. — Eu não sei exatamente o que temos p...

— Ela não presta.

A interrompo antes de concluir sua frase e ela franze o cenho. Continuo:

— Isso... essa conversa, vai contra os meus princípios. Talvez o álcool em meu sangue esteja ajudando-me a engolir o meu orgulho e falar contigo. — ela abre a boca para falar, mas eu não deixo. — Preciso te avisar que corre perigo, Lucy. Já sofri muito nas mãos dessa mulher, meu Deus do céu. Ela é infiel. — encho meu copo. — Você acha que não, porém, mais cedo ou mais tarde ela vai fazer contigo o que fez comigo.

One Shots - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora