Um voo surpreendente - parte 1

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[Adaptada]

POV Lena

Estava saindo do escritório, quando minha secretária me chamou novamente, meio impaciente voltei a minha sala, alguns papéis precisavam ser assinados antes de sair, já que iria viajar com retorno apenas na semana seguinte, precisava fazê-lo antes. Quando os terminei, passei a mão no rosto perguntando:

— Preciso assinar mais alguma coisa, Eve?

— Não senhora, desculpa, mas entregaram esse documento agora, e eu até tentei dizer que a senhora estava a caminho do aeroporto.

— Tudo bem, sei que se esforçou, obrigada. — suspirei cansada: — Você pode ver se consegue mudar o meu voo? Provavelmente não conseguirei chegar a tempo.

— Sim senhora.

— Obrigada Eve. — peguei minha bolsa e saí com ela: — Vou para casa tentar descansar um pouco, essa viagem será longa. — ela concordou e finalizei: — Qualquer coisa me ligue.

Dei um sorriso agradecendo mais uma vez, e saí, segui para casa, tomei um banho e tentei dormir um pouco. Ela conseguiu um voo direto para Madri às onze da noite, a viagem seria longa e queria ir tranquila.

Felizmente aquele horário, o avião ia praticamente vazio, apesar de ir na primeira classe, gostava do silêncio em viagens longas, era bom para meditar e repensar algumas coisas.

Cheguei ao aeroporto, vinte minutos adiantada, fiz meu check-in e embarquei em seguida. Gostava de ficar na janela, poltrona mais confortável, sem contar a vista das nuvens, que depois de uma boa música, elas eram o que mais me acalmavam.

Como previsto, não havia muita gente ali, segui para meu assento, inspirei e expirei profundamente, encostando na poltrona e fechando os olhos. Não demorou muito, decolamos e seguimos viagem. As primeiras duas horas foram calmas e até cochilei, mas quando acordei, peguei meu note e comecei a editar a pauta da reunião que teria quando chegasse lá.

Muita burocracia, isso me cansava um pouco, uma hora depois tirei os olhos da tela passando as mão no rosto, uma voz sutil ao meu lado perguntou:

— A senhora está bem?

— Estou sim, obrigada.

Respondi sem olhar para quem perguntava solicita, quando virei a cabeça que vi a aeromoça, sorrindo lindamente em minha direção, concordei retribuindo o sorriso, perguntou novamente:

— Aceita alguma coisa para beber?

— Algo forte, se tiver, obrigada.

— Irei buscar... — saiu deixando aquele perfume adocicado no ar, me inebriou a ponto de fechar os olhos, mas reabri quando alguém disse do outro lado do corredor.

— Essas viagens noturnas são sempre impressionantes, não acha? Uma surpresa atrás da outra.

— Pode se dizer que sim.

Respondi a ele com meio sorriso, não entendi bem o direcionamento daquela conversa, mas de antemão, não gostei do olhar cínico e avaliador em minha direção. Virei a cabeça para o outro lado, encerrando uma possível iniciativa de conversa, queria silêncio acima de tudo. Estava divagando quando a aeromoça apareceu novamente.

— Gim-tônica, o mais forte que consegui achar para a senhora.

— Obrigada. — aceitei o copo retribuindo o sorriso dizendo: — Sem o "senhora" por favor, não sou tão velha assim.

— Desculpe senho... — sorriu lindamente quando inclinei a cabeça fazendo careta, disse: — Força do hábito, você quer mais alguma coisa?

— Obrigada, por ora, só o gim mesmo.

One Shots - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora