Amor e Ódio

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Ah, o amor entre duas mulheres... Na maioria das vezes é visto como algo nojento para pessoas de mais idade, para os homens é o ápice da excitação suprema. E estou aqui justamente para narrar como aconteceu todo o amor entre a Lena e eu, e nossa situação atual.

Se na sua cabeça você imagina uma cena clichê: Duas mulheres com famílias homofóbicas ou uma lésbica com amor platônico pela amiga hétero, saiba que está redondamente enganada. Acho que você não deve está entendendo nada, então vamos viajar no tempo.

Lena e eu nos conhecemos lá no jardim da infância, a partir de então uma amizade inexplicável surgiu, estudamos juntas desde essa época até o ensino médio, juntas. Só que com quase doze anos comecei a sentir algo inexplicável pela estonteante moreninha de olhos verdes. Coragem sempre foi meu forte, então não fui covarde, resolvi jogar a real, o máximo que poderia acontecer era nossa amizade ir pelo ralo.

—Morena, gosto muito de você, mais do que possa imaginar. -lembro que estávamos na hora do recreio.

— Kara, também gosto de você, você já sabe disso. -ela dizia se aninhando ainda mais perto.

Só Deus sabe o quanto minha excitação aumentava mesmo com esse movimento simples!

— Você não entendeu, Lena! Sabe o casal da novela das 09:00? Quero ser sua namorada, quero andar de mãos dadas, quero te beijar na boca... -disse trazendo aquele pinguinho de gente para perto de mim.

--Eu também quero te beijar, sempre fui apaixonada por você, mas isso não estaria errado? Nós somos duas mulheres.  -o mais difícil consegui, o restante seria mais fácil.

--Vamos fazer o seguinte. Vou te ensinar a beijar, se você não gostar, então paramos.

--Tá certo então, Ka!

E foi com esse diálogo breve que dei o meu primeiro beijo, melhor ainda, na garota que eu sempre gostei. Éramos o que hoje em dia chamam de boca virgem (BV), então, cá entre nós, o beijo não foi dos melhores. Só que a prática leva à perfeição, e não demorou para que nos tornássemos experts em beijar.

Poderia ficar dizendo o quanto me descobrir lésbica foi difícil e dramático, mas estaria mentindo. Depois de alguns beijos, fui até à casa de Lena pedir oficialmente para os pais dela permitirem o nosso namoro. Tanto da parte da minha família quanto da família dela houve espanto geral, mas quando nossos pais viram nosso amor crescendo cada vez mais, eles abençoaram a nossa relação e desejaram felicidade. Em outras palavras, nosso namoro nunca foi segredo para ninguém. Por volta dos quatorze anos tivemos nossa primeira relação sexual, a Lena adorou, também o maior trabalho eu que fiz, ela foi mais para passiva como diriam no ditado lésbico. Não fiquei muito satisfeita, não estava lubrificada o suficiente, então é meio óbvio o fato da penetração ter sido extremamente dolorida.

Não serei modesta para afirmar o quanto fui uma adolescente bonita e popular. Com quatorze anos tinha cerca de 1;72 já, um corpaço muito a frente para a minha idade. Meus cabelos lisos, castanhos e compridos combinavam com meus olhos azuis, meu corpo estrutural ainda possuía bumbum GG e seios fartos, todos os meninos e meninas daquela escola queriam ter alguma vantagem, me namorar, assim tinha vários amigos e participava dos times de vôlei e de basquete da escola. Já a Lena... Bom, ela não era feia, possuía cabelos pretos e um par de olhos verdes encantadores, baixinha, parecia uma boneca de porcelana, mas seu jeito antissocial, de poucos amigos e tímido fazia com que a maioria das pessoas a achasse metida e arrogante.

Um dos pontos que problematizavam nosso namoro era a questão da morena ter ciúmes dos meus amigos, o pior que nem posso dizer que era algo da cabeça dela, sei que ela tinha razão. Outro fator que sempre dava um pouco de briga era o sexo, para a Lena eu era uma ninfomaníaca, nunca estava satisfeita, mas, eu me conheço, era a minha namorada toda passivinha que não me correspondia à altura.

One Shots - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora