Chapter 9

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Um novo ano letivo começava, mas antes desse pulo temporal enorme, onde s/n mudou muito dos seus conceitos de vida e sobre tudo que acreditava ser certo, vamos voltar ao ponto anterior.
— Como assim gosta de mim, ShuYang?
— Como mais seria?
— Como amiga...?  — Ele nega. — Melhor amiga...? — Shu nega de novo. — Como então?
— Como um garoto gosta de uma garota.
— Existem várias maneiras que um garoto pode gostar de uma garota.
— Eu sei, mas eu gosto como... Aaah — Ele suspira derrotado. — Acho muito cedo para falar isso, parece um pouco psicopata, mas eu te amo.
— Ah, esse tipo de gostar.
— Sim, esse tipo.
— Era só isso?
Enquanto isso, XinLong e Samantha andavam pelos arredores, ela estava com um dos fones.
— O que tá ouvindo?
— Ah, uma música que o Dick me mandou... Quer escutar também? — Ele concorda, Sam passa um dos fones, Xin pegou e colocou o fone. — Me chamou por qual motivo?
— Preciso de ajuda.
— Ahm... Que tipo de ajuda? — Caminhavam passos lentos no clima que já começará a mudar por conta de uma corrente de ar frio que vinha.
— ShuYang quer namorar com a s/n, como você é muito amiga dela, quero saber se você pode me ajudar.
— Ahm... Desculpa, mas eu não sou cupido. — XinLong estava claramente decepcionado. — Brincadeira, claro que eu ajudo, acho eles fofinhos juntos. — a feição de decepção logo se torna um sorriso enorme.
— Okay, então vou te contar meu plano. — Sam se sentou em um banco de pedra esperando que o outro se sentasse e lhe contasse tudo que ele estava pensando.
XinLong realmente era um garoto brilhante e inteligente, seu gosto por filmes românticos e mente hiperativa o ajudou a bolar um dos planos mais melosamente românticos que já havia pensando.
— Isso foi tão doce que acho que vou vomitar arco-íris. — Sam coloca a mão sobre a barriga.
— Então, o que achou?
— É tão doce que tenho certeza de que eles vão ficar com diabetes depois disto.
— Vou considerar isso um elogio.
— O faça se quiser... — Sam avista Dick acenando e tentando chamar sua atenção. — Bom, tenho que ir agora, me ligue pra contar quando vamos colocar o plano em prática.
— Certo, até. — Samantha se levanta e corre até Dick. O rapaz aparentava desespero.
— O que aconteceu, Dick?
— S/n, ela 'tá surtando e eu não sei o porquê.
— Ela não falou nada?
— Não, ela se sentou perto de mim, ficou em silêncio, depois gritou, abraçou os joelhos, chorou, riu... Sam eu estou com medo dela. — Samantha dá uma gargalhada.
— Vamos ver o que aconteceu antes que ela fuja, se vista de palhaço e saia lutando contra morcegos por aí.
S/n estava surtando interna e externamente no quarto de seu dormitório, aparentemente para os outros, sem motivos, mas para ela, com um turbilhão de emoções se passando por sua mente, motivos até demais.
— S/a?
— Oi... — Ela estava com o travesseiro sobre o rosto, sua voz saiu abafada.
— O que aconteceu? Dick me contou que você surtou. — A garota tira o travesseiro e se senta.
— Foi o ShuYang...
— O que ele fez? — Neste exato momento, Sam já planejava como o mataria e esconderia teu corpo.
— Nada... Ele se confessou para mim... O Ren ShuYang falou que me ama, tem noção de que eu tenho razões suficientes para surtar?
— Ah... Mas foi só isso? — Aparentemente triste por desfazer seu plano.
— Só? VOCÊ AINDA DIZ QUE É SÓ?!
— Calma, calminha... — Alisa o rosto da garota. — Não tem motivo para surto, minha jovem.
— Claro que tem, o que eu faço agora?
— Diz que ama ele também, oras.
— Mas eu não sei se amo ele. — Sam levanta uma sobrancelha.
— Não?
— Ah... Talvez. — Ela faz uma cara típica de quem acabou de descobrir o crush de alguém. — Talvez, não é nenhuma certeza.
— Sei sei, enfim, vamos comer? Eu estou morta de fome.
— Não saio daqui nem morta. — Samantha levanta-se.
— Se você diz, te trago comida.
— Muito obrigada.
— Não agradeça, vou cobrar depois. — Ela sai do quarto.
Novamente, a jovem se joga na cama, havia dias que o som na ala interditada lhe incomodava, não lhe saia da cabeça e atormentava demasiadamente. Como alunos e funcionários estariam jantando esse horário, decidiu sair até lá.
Ela saiu cautelosamente pelo corredor quieto e calmo, a luz lunar que entrava pelas frestas das janelas era sua única companhia. Ao chegar na grade, avistou um guarda, o que era normal, já que era estritamente proibido entrada. Ela esperou ele se destrair e escalou o portão, se jogando no chão logo após. O corredor tinha muito mofo, o cheiro a deixava enjoada, passou olhando por dentro de alguns quartos, lendo algumas folhas descartadas pelo chão. Ao olhar de relance pela janela das portas, teve a impressão de enxergar um rosto lhe olhando, assustada, deu três passos para trás, colando na parede mofada e corroída pelo tempo.
Passou um minuto respirando ofegantemente, até que respira fundo tentando se convencer que foi apena uma histeria. Ela saiu do quarto, novamente o som de porta se faz presente, mas agora, abrindo. Sons de sussurros e murmúrios se fazem presente, alguns sons de passos lentos são ouvidos, s/n paralisa de olhos fechados, simplesmente havia esquecido que conseguia correr.

𝑺𝒄𝒉𝒐𝒐𝒍 𝒐𝒇 𝒅𝒆𝒂𝒕𝒉 |boystory|Onde histórias criam vida. Descubra agora