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Havia movimento no Palácio acima das montanhas escondidas pelas nuvens. Uma correria sem fim pelo nascimento do novo bebê. Todos muito felizes e eufóricos, mais um príncipe para preencher os corredores com sua felicidade.

E no meio daquela agitação, o pequeno Yuan andava distraído, sem que ninguém o notasse. Pulava e gargalhava consigo mesmo ao tropeçar. Acabou por encontrar algo fora das portas do Palácio que chamou sua atenção, então seguiu, até mesmo depois das grandes arvores grandes.

Só tinha 2 anos, não entendia o que acontecia pra toda aquela agitação, nem por que sua ama o pediu para ficar quietinho esperando ela voltar. Apenas andou, até onde brilho o guiava.

Ali dentro do Palácio, Yanli gritava desesperada, a procura do pequeno Príncipe que havia sumido enquanto ela pegava sua comida. Chamou pelos guardas que não o viram, pelo irmão que estava junto ao rei e que também não sabia por onde começar a procura. Temeu pela sua vida. O primogênito da família Lan desapareceu e ela era a responsável.

- Acalme-se - Wangji falou, entendendo a situação - Dê a ordem! - falou para Jiang Cheng, seu general, que imediatamente gritou aos soldados - Encontre meu filho - disse rígido se retirando, indo para o quarto da esposa, ver o novo bebê.

- A-cheng, o que farei? - perguntou chorosa.

- Vamos encontra-lo - disse firme, mesmo que no fundo estivesse preocupado - É preciso encontrar Sizhui.

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Wei Ying colhia ervas distraído ao lado do amigo, que mesmo desajeitado, tentava o ajudar.

Olhou em volta procurando por animais machucados, ja que era sua função ajudar, mas nada encontrou. Então ja satisfeito, chamou Wen Ning para colocar as cestas no burrinho que sempre os acompanhava nas caminhadas.

Ao dar uma última olhada, viu uma luz estranhada passando por trás da parede enfeitiçada, que sua avó havia colocado para ninguém encontrar aquele lugar sagrado. Estreitou os olhos acompanhado o desfecho, até que viu um menininho a seguir sorrindo de braços esticados. Imediatamente soube que se tratava de um espírito devorador, que estava levando o bebê para o comer. Se preparou para alcançar o menino, mas antes mesmo de erguer um pé, o pequeno se desequilibrou ao pisar em galho de árvore, passando pela parede enfeitiçada.

Ergueu uma sobrancelha desacreditado, ja que ninguém conseguia passar pela barreira, apenas ele, sua mãe, sua avó e Wen Ning. Ela só reconhecia o sangue de quem estava dentro, então como aquele bebê passou?

Deu de ombros, e correu para pegar o menino nos braços. Ele chorava baixinho por ter machucado a mãozinha na queda, mas foi só o mais velho lhe dar um beijinho e dizer que iria melhorar logo que ele parou.

- Oh, que roupinhas tão lindas - falou, ao observar o traços bem feitos em tons azuis no tecido branco - De onde você é?

- Gu.. - falou apontando para fora da barreira.

- Gu? - olhou para Wen Ning com a cabeça torta - Onde fica isso?

- Não sei - ergueu as mãos na altura dos ombros sem realmente saber.

Eles passaram a infância dentro daquela floresta de árvores muito altas, não conheciam o mundo a fora, nem sabiam dos reinos.

Quando Wei Ying pensou em abrir a boca sentiu uma grande dor no peito, ao que o espírito tentava penetrar a barreira a atingindo repetidas vezes no mesmo lugar. Deu o menino para Wen Ning. Concentrou o seu poder nas mãos, se erguendo no ar puxando a energia das flores e plantas locais, com as pupilas brancas. Recitou três tipos de feitiços e o fez explodir. Tanto que Wen Ning se abaixou e criou uma barreira em volta seu corpo para proteger a si e a criança.

O espírito foi consumido pela explosão, sem conseguir nem arranhar a barreira. Wei Ying voltou ao chão, um pouco tonto, mas ficando de pé.

- Por que aquela criatura queria tanto essa criança? - questionou para o amigo, que se erguia com o bebê nos braços.

- Deve ter pais muito poderosos - concluiu observando a fita branca na testa - Esses traços devem ser muito conhecido, só nós que não sabemos.

- Sim, mas não temos permissão para sair lembra?

- Sim, o mestre fica fraco.

- Ja disse que não deve me chamar de mestre A-Ning! E por falar nisso, qual seu nome?

- Yuan - sorriu ao terminar de falar, estendendo os braços para o mais velho.

- Mestre... digo... irmão Wei, o que fazemos com ele? Devemos pedir permissão ao mestra BaoShan?

- Sim, faremos isso, devem estar loucos atrás desse pequeno, mas até ela voltar - pegou o menino no colo o erguendo para o alto, arrancando risadas gostosas do pequeno - Vamos cuidar de você pequenino - esfregou os narizes, sentindo as mãozinhas agarrarem seu rosto - Pegue maçãzinha, vamos para casa, ele deve estar com fome.

A curaOnde histórias criam vida. Descubra agora