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Ele entrelaçou os dedos nos gelidos do Príncipe de olhos dourados, que matinha o rosto sem expressão apenas esperando. Se conectou a raiz do núcleo que o menino cultivava, transferindo energia.

- Quero que feche os olhos - pediu sorridente e o outro obedeceu - Sente os fios? - a confirmação veio de um leve mexer de cabeça - Faça eles se juntarem - pediu se concentrando para ter certeza que iria funcionar - Quando puder ver pequenas bolinhas brancas como se estivessem pingando na sua mente, abra os olhos novamente.

- Hm.

Ficaram de mãos unidas, entregando os poderes um ao outro. O menino de roupa branca sentia a floresta vibrar em seu corpo, fazendo suas vestes e cabelos levitarem. Conseguia enxergar as linhas vermelhas brincarem com as azuis, se chocando e fazendo cossegas quando tentavam se juntar. De repente tudo era colorido. Havia flores, uma mulher sorridente e uma senhora de cabelos grisalhos. Caminhavam juntos para dentro e mais adentro naquela floresta. Tudo ficou escuro e pingos brancos apareceram. Então abriu os olhos. Seu amigo não mais estava ali. Mas ele mesmo não enxergava nem um palmo a sua frente. Mesmo estando no chão conseguia enxergar acima das grandes árvores, além das montanhas. Uma paisagem que jamais imaginou ver e nunca mais conseguiria.

- Wei Ying? - chamou tampando um olho, sentindo os fios conectados.

- Você vê Lan Zhan?

- Sim. É lindo.

- Isso... - parou de falar, saindo do topo das árvores, flutuando até o chão - Quero que possa enxergar com meus olhos - olhou para tudo na frente, abrindo a mente e visão do amigo que tremia de medo. Havia portais por toda parte, criaturas místicas que jamais havia visto, espíritos e plantas - Se puder ver com meus olhos, poderá me encontrar quando se sentir sozinho - ergueu uma mão, oferecendo para o amigo que aceitou. Logo o puxou para perto, encostando os narizes, sorrindo, acalmando a tremedeira - Lan Zhan, eu vejo você, você é capaz de me ver?

*********

O rei ergueu uma mão no ar, acordando por fim de suas lembranças. Esfregou os olhos impaciente sem conseguir entender o que Wei Ying queria dizer com aquilo. Anos se passaram e mesmo agora que sabia que ele estava vivo, não conseguia se quer enxergar os malditos fios vermelhos. Sabia que a conexão deles havia sido quebrada por alguém que não desejava que seu amigo fosse encontrado. BaoShan era poderosa para ser facilmente persuadida pelo amor que duas pessoas poderiam sentir. Não outra vez.

Ele havia sido apagado da memória da pessoa que ele mais amou e por conta disso não pudera encontra-lo novamente.

Suspirou se levantando da cama. Deu uma rápida olhada para Wen Qing que ainda dormia e saiu. Era por volta das 2h da manhã, 3 meses depois de Jin Ling voltar a vida. Tudo tinha virado uma bagunça. Seu general estava enfermo e com o núcleo dourado enfraquecido, mau podia cumprir com suas obrigações, sempre deprimido e fazendo birra. Enquanto isso JingYi tentava a todo custo fugir e tentar encontrar de novo a pessoa que ajudou seu amigo a voltar, mas Wangji sabia que ele jamais encontraria a verdadeira pessoa que o salvou. O homem que ele viu era apenas matéria que conduzia o poder espiritual do adormecido Wei Ying até onde deveria Curar.

Chegou a disconfiar quem seria esse homem. Pensou se deveria ir até a esposa e contar tudo, e fazer JingYi contar em detalhes como ele era. Porém jamais daria falsas esperanças para Wen Qing. Sentia culpa pelos seus pais terem escolhidos ela e lhe tirado tudo de forma tão brusca. Dizer que talvez seu irmão estivesse vivo, faria ela se desesperar para ter a certeza. Ja haviam perdido um filho. Era melhor permanecer como estava.

A curaOnde histórias criam vida. Descubra agora