12° Extra

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Traz os lenços!! Vão precisar.
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As mãozinhas pequenas dedilhavam o livro, achando incrível os desenhos, as informações e o fato de que as flores não murcharam.

Estava deitado no gramado, próximo a onde o corpo de seu avô estava coberto com raízes. Ao menos era isso que todos os adultos do Palácio falavam para ele.

Nunca achou que fosse mentira, adorava ficar ali, principalmente quando estava sozinho, por que assim conseguia ver as flores dançando e podia sentir a estranha sensação de que alguém o observava.

Olhou para a grande árvore se perguntando como ela não mudava igual as outras. Em qualquer estação ela era sempre a mesma, florida e cheia de vida. Não precisava de água ou de ser podada, mas sempre nasciam flores novas quando seu outro avô estava ali. E quando o rei decidia tocar sua cítara, uma alma sempre sentava ao seu lado.

Mas Wangji não via, chorava sem dizer uma única palavra, mas não era capaz de ver que alguém o escutava tocar. Carregando sempre um sorriso e muito atento. Só aparecia quando o rei ia até aquele jardim.

Antes era usada para suas meditações, mas desde a morte de seu amado, só entrava quando precisava por as angústias para fora.

- A-Ying!

- Aqui tio Ning.

Se ergueu para que o mais velho o encontrasse, acenando com as mãos.

- Estudando de novo? - perguntou pegando nos braços.

- Sim, perto do vovô as flores ficam mais brilhantes.

- Ah, ele ficaria feliz de ouvir isso.

- Mas ele está feliz, não é vovô?

Quando terminou de falar, uma linda flor branca caiu em cima do nariz de Wen Ning.

- Viu... por que esta chorando?

Passou os dedinhos para limpar as pequenas lagrimas que escorreram pela bochecha do mais velho que não parava de olhar para onde o corpo de Wei Ying estava.

- Temos que ir, seu pai esta lhe procurando - informou se recompondo.

O pequeno concordou. Foram direto para frente, onde treinavam. Wen Qing estava ao lado da nora, observando os filhos lutando. O pequeno Lan Ying correu para os braços do pai, atrapalhando-os.

Ele foi o primeiro a nascer 2 anos após a morte de Wei Wuxian. Hoje aos 6 anos, era o motivo de alegria da casa, sendo o mais velho de três filhos.

Foi até a mãe que ninava a pequena Yan deitadinha no bercinho ao lado, sorrindo e colocando a florzinha branca no cabelo da irmã.

- Estava com seu avô de novo? - a serena Hana acariciou os cabelos do filho que concordava, sem tirar os olhos da bebê - Ele estava bem?

- Muito, só com saudades do Vovô Zhan.

- É mesmo? e por que você não diz isso a ele?

O pequeno a olhou e ficou sem graça. Sua mãe era um posso de ternura, muita calma e gentil, como dizia Shizui, amor a primeira vista.

- Ele vai ficar triste, não gosto dele chorando.

- Se contar, ele vai chorar de alegria.

A mulher sabia que seu filho tinha capacidade de ver o espírito do falecido Wuxian e que, diferente de todos da família Lan, por ter consumido bastante do núcleo dourado do pai, podia enraizar sem se destruir e já havia feito, sem perceber.

A curaOnde histórias criam vida. Descubra agora