A cura

8°

Com a chegada de Jin Ling, as coisas ficaram mais quietas. Digo, o assunto não voltou a ser falado, nem Yuan deixava brexas para que o príncipe pudesse tentar. Estava sendo covarde, certamente ja sentia a verdade ali, mas preferia fingir que não.

No seu íntimo sentia decepção. Seus pais se quer o procuraram, viveu 16 anos sem ouvir as buscas. Não era importante encontra-lo, então não iria se importar em aparecer.

Olhou para os dois que dormiam tranquilamente grudadinhos no futon e negando com a cabeça saiu do quarto. Seu maior desejo era que fossem embora para que tivesse sua vida de volta. Não aguentava mais toda aquela angústia. Queria Wei Ying para acalenta-lo.

Mas para sua infelicidade o jovem Jin só iria embora com JingYi, que insistia em ficar até que Yuan tomasse uma decisão a respeito do que sentiram no dia que se conectaram. Enquanto fizesse birra, eles permaneceriam ali. Isso ja se arrastava por 3 dias. Dali uma semana BaoShan voltaria e não iria ficar satisfeita em ver desconhecidos dentro das paredes que criou para proteger o neto.

Quando terminou de preparar o café da manhã viu Wen Ning entrar com aquilo que anseava a anos rever, as roupas do seu pai. Finalmente iria acordar e voltaria a conversar com eles. Iria poder se desculpar adequadamente por sua desobediência. Mesmo que não se arrependesse, algo ali dentro desejava que tudo aquilo nao tivesse acontecido.

- Vai demorar? - perguntou ansioso, ajudando o tio a arrumar o quarto de Wei Ying.

- Ainda hoje, creio que não vai demorar - explicou acariciando o cabelo do rapaz que estava agitado - Tem certeza sobre isso? É sua decisão final?

- Gege, eu não vou...

- Silêncio - pediu se levantando e indo até o guarda roupa, tirando um pequeno baú de baixo de um piso falso - Quando você chegou... esta tudo aqui dentro, mestre Wei fez de tudo para conservar tudo - entregou para Yuan que se negou a aceitar - Se você é mesmo um príncipe, devo me desculpar, não conhecemos os reinos e as poucas vezes que o mestre Wei saiu, foi apagado de sua memória - forçou o menino a segurar a caixa - Sei que esta magoado, mas tem muita coisa que não sabemos, se for sua família, você deveria dar o benefício da dúvida.

- Mas e você?

- Estou aqui desde que me entendo por gente, não lembro de absolutamente nada da minha vida, nem sei quem eu sou, só o meu nome, ficarei bem, servirei ao meu mestre e amigo, você sempre poderá voltar, a parede te reconhece - sorriu gentil e saiu do quarto, deixando o menino sozinho com seus pensamemtos.

Wen Ning ja desconfiava, mas permitiu que Yuan tomasse próprias decisões. Mas agora tinha que dar um impulso, sabia sobre os pensamentos amargurados, também pudera, o quanto aguardaram e ninguém nunca apareceu, óbvio que o menino tinha criado certo "rancor" e ver o irmão ali, grande e forte, deixava as coisas ainda piores. Saber que fora o único a não receber esse amor, que desistiram dele, com certeza não ajudaria ao garoto tomar decisões que o benificiariam.

Yuan por outro lado abria devagar o baú, admirando as roupinhas que a muito tempo havia esquecido que usava. Os mesmos traços da roupa com a qual JingYi chegou. Branco com linhas azuis. E a fita. A fita que JingYi por ser mais velho usava como "coroa" por ter uma pedra de Jade no meio. As fitas desenhadas só crianças usavam. E foi nesse exato momento que sua mente lembrou do dia em que se conheceram de fato. O dia em que Jin Ling foi envenenado. JingYi usava a fita com nuvens azuis desenhadas, mas nunca se atentou nesse fato, não havia achado necessário.

Apertou a fita nos dedos sem perceber que era observado por JingYi que sorria emocionado por finalmente ter a certeza que tanto buscava.

- Então você realmente é Lan Sizhui, meu Da-ge - cruzou os braços, sorrindo ladino.