Capítulo 1

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Eram exatamente 16h, estava em meu quarto grande e muito desorga-


nizado. Travesseiros no chão e a colcha da cama toda embolada quase cain-


do para fora dela. Que vergonha!!!


Não posso negar, estava tão apressada e entusiasmada com o que me es-


perava a partir das próximas três horas, que não ligava para a bagunça dele e


o motivo... Era simples e maravilhoso: terminei minha faculdade de Jorna-


lismo e estava à ponto de trabalhar na minha profissão tão sonhada. Era o


auge do meu sucesso, pois ganhei um convite para trabalhar na mais famo-


sa redação de Washington (EUA).


O meu grande sonho estava se tornando realidade e eu não estava acre-


ditando nisso: escrever, publicar e obter muitos conhecimentos era o que eu


mais desejava.


Eu estava à procura de uma mala rosa e pequena, que se encontrava em


algum lugar, do meu enorme quarto bagunçado. Minha única opção, se


não quisesse me atrasar, era pedir ajuda a minha mãe, Sandra. Ela era sim-


plesmente linda, baixinha, tinha cabelos lisos pretos e brilhantes, olhos cas-


tanhos escuros e bem penetrantes, com o coração de ouro. Falei com um


tom de voz alto:


- Mamãe!!!


Minha mãe tomou um susto e veio correndo até meu quarto.


- Ai, filha, que susto, o que houve? - Perguntou preocupada.

- Mãe eu preciso achar aquela minha mala rosa pequena, pode me aju-


dar a encontrá-la?


Ela respondeu com um tom zangado:


- Filha, você já tem 22 anos, precisa ter mais responsabilidade, olha para


a bagunça desse quarto -disse enquanto pegava os travesseiros do chão e os


colocava de volta na cama.


- Mamãe, eu sei, mas estou muito apressada, meu voo sai exatamen-


te às 19h. Não quero me atrasar - falei com uma cara de cachorrinho


abandonado.


- Está bem, vou pegar esta mala para você.


Ela abriu o guarda-roupa e pegou a mala com uma facilidade inacre-


ditável.


- Aqui está - disse-me dando a mala.


- Obrigada mamãe, te amo, vou terminar de arrumar tudo e descerei


para comer alguma coisa, tudo bem?


Ela fez que sim com a cabeça e saiu de meu quarto.


Eram 17h, eu já tinha feito tudo, só faltava ligar para um táxi e fazer o


pior de tudo isso: despedir da minha querida mãe, então soltei minha mo-


chila e peguei em suas mãos:


- Mamãe, estou indo realizar o meu grande sonho, mas tem um lado


ruim; tenho que ficar longe da senhora, por favor, nunca se esqueça de que


eu te amo e voltarei para te buscar. Não está sendo fácil para mim, mas é


para o bem de nós duas. - Eu a abracei muito forte.


(Campainha toca).


- Mamãe, acho que o táxi chegou.


- Ok, filha se cuida, e assim que chegar ao aeroporto me ligue, te amo.


Dei um último abraço em minha mãe. Um abraço forte, emocionado,


de despedida. Por um momento senti que não a veria mais, e este sentimento


me angustiava. Beijei seu cabelo, sua bochecha e depois uma de suas mãos.


Saí olhando para ela com vontade de chorar e com muito custo a porta, dei-xando meu grande amor.

Madeline ( DEGUSTAÇÃO/EBOOK -AMAZON)Onde histórias criam vida. Descubra agora