CAPÍTULO 10

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Durante as semanas seguintes, aquelas fugas se transformaram num meio de sobrevivência para Taehyung, mas no fundo ele sabia que aquilo não duraria por muito tempo. Numa sexta-feira, quando desceu as escadas para começar seu trabalho,ouviu a tv ligada na sala de estar. Seu pulso acelerou; todos já deveriam ter saído de casa. Todos os dias da semana ele costumava ficar sozinho até as três da tarde. Ele não gostava de mudanças na rotina.

Em silêncio ele caminhou até a sala e viu o doutor Namjoon sentada no sofá. Sem desviar o olhar ele cumprimentou Taehyung.

- Bom dia, meu jovem.

Assustado, ele susurrou:

- Bom dia, mestre.

Namjoon balançou a cabeça em reprovação e disse:

- Não precisa me chamar assim. Faz com que eu sinta que está me colocando no mesmo nível do crápula que o criou, e gosto de pensar que sou um homem melhor do que aquilo.

- Peço desculpas, senhor.

- Também não precisa se desculpar. Pode me chamar de Namjoon, se preferir.

Taehyung ficou chocado quando ele sugeriu que o jovem o chamasse pelo primeiro nome.

- O senhor deseja alguma coisa?

- Não, eu estava só esperando por você. Tenho adiado isso, mas é preciso que você passe por um check-up ainda hoje.

Os olhos do jovem se arregalaram.

- Não irá demorar. - ele disse, finalmente olhando para o jovem - E o lado positivo é que você poderá sair da casa por alguns momentos. Você não colocou os pés para fora desde que chegou aqui, afinal.

Aquilo não era verdade, mas Taehyung não ousaria corrigi-lo.

🌹

Namjoon levou Taehyung de carro até uma pequena construção de tijolos, a cerca de dez minutos da casa. Lá havia uma placa branca indicando que ali havia uma clínica. Bem diferente do hospital movimentado que podia ser visto do estacionamento, a clínica era escura e vazia. Não havia alma alguma naquele lugar.

- Eles estão fechados hoje, então não seremos interrompidos. - disse Namjoon ao destrancar a porta da frente.

- O que vamos fazer aqui? - Taehyung perguntou.

- Só o básico.

Taehyung não fazia ideia do que "só o básico" poderia significar, e o Doutor Namjoon também não se mostrou inclinado a explicar.

Ele o levou pelo prédio. A cada passo o jovem se sentia mais tenso. Eles foram direto para uma sala de exames, onde havia uma maca acolchoada marrom. Namjoon acendeu a úncia luz. Taehyung ficou ali de pé enquanto explorava a sala com os olhos, Namjoon pegava tudo o que iria precisar e começou a ligar os aparelhos. Até que segurou nos braços de Taehyung o tirando do transe  e, sem dizer uma única palavra, introduziu-lhe uma agulha na veia. Taehyung se manteve imóvel enquanto Namjoon enchia alguns tubos com o seu sangue, o que começou a deixar Taehyung um pouco tonto. De fato, o jovem ficou tão zonzo que quase desmaiou.

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