2. New York, New York.

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JANEIRO

2019




Nay:






Eu havia chegado lá! Aos 31 eu era uma investidora reconhecida, dona de um dos maiores Conglomerados dos Estados Unidos que levava o sobrenome do meu pai, embora eu fizesse questão de assinar apenas o sobrenome da minha mãe, para nunca me vincularem a empresa.

Conglomerados Gilmore.

Esse império havia me trazido a Nova York por um motivo meio bizarro. A Leviels Industries estava a venda, e uma das minhas empresas, a Haddleston Associates queria muito adquiri-la. Era a reunião de assinar papéis e eu faria questão de ver a cara do homem que havia me tirado tudo que me era importante, no começo da minha vida adulta.

Passo pela recepção usando o meu melhor vestido, vinho, que me fazia sentir poderosa e deixava bem claro que eu não era nem um pouco pacífica. O que me deixava tranquila era que eu sabia que Mark trabalhava com Ryan, na Carter Corp, e eu não iria vê-lo.

Mas eu ia ver o velho.

O que anos antes, apareceu no meu apartamento dizendo que iria deserdar meu namorado se continuássemos nos vendo às escondidas.

Sim, porque apesar de Mark ter ido para Londres, três meses depois ele apareceu na minha porta, num apartamento do Brooklyn, tão desesperado e cheio de saudade quanto eu, e começamos a nos ver toda vida que conseguíamos.

Não durou muito; quando Harrison apareceu na porta do meu apartamento alugado, me dando um ultimato para afastar-me do seu filho, eu fiz o que qualquer idiota apaixonada faria, eu inventei uma história para Mark, dizendo que havia conhecido outra pessoa e que estava terminando.

Como ele estava em Londres, tive que fazer tudo por telefone! Lembro que nunca me senti tão mal em toda a minha vida! Eu lembro de sentir ódio pela voz dele, frustração, e por dentro eu só queria sentar e chorar, dizer que o amava e que seu pai estava me obrigando àquilo...

Respiro fundo e afasto tudo isso da minha cabeça.

Eu estava ali para arrasar Harrison Leviels. Para mostrar que no final das contas, era a "sem estirpe" que estava vencendo!

Entro no elevador e vou direto ao último piso, e dou de cara com o meu advogado me esperando com um copo imenso de café, da Starbucks.

- Já falei que te amo hoje, Tom?

Ele ri.

- Não, mas o salário que você me paga sempre faz eu me sentir amado.

Tomo um gole, e escuto ele me perguntar:

- Preparada? O velho está aí dentro.

Algo dentro de mim brilha com um humor ácido.

- Vivi os últimos oito anos por esse momento.

E era verdade. Eu subi na "escada" nova-iorquina motivada por Harrison Leviels. Eu queria que o mundo soubesse que Nay Oliveira estava desmantelando o império dele. Eu estava soltando foguete por dentro; eu queria que ele se quebrasse e sofresse, tanto quanto ele já havia me feito sofrer.

Até entrar na sala e encontrá-lo numa cadeira de rodas.

O baque é imenso, mas eu sou ótima em disfarçar meus sentimentos; se não fosse, não teria chegado tão longe.

- Senhorita Oliveira.

- Harrison.

Apenas um meneio de cabeça e começamos a assinar os documentos. Mal consigo conter a euforia, mas a fachada controlada continua forte.

Is It Love: MarkOnde histórias criam vida. Descubra agora