22. Que Calor!

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DOIS MESES DEPOIS




Nay:




Deus, que dia quente! Eu não sabia que o calor podia me desgastar tanto assim.

A gravidez estava sendo pesada nos meses iniciais, mas depois dos três meses eu estaria saindo desses desconfortos, e aí eu levaria as coisas mais tranquilas, tinha certeza.

Mas hoje, em particular, o dia estava sendo difícil.

Tudo estava em câmera lenta, na sombra! E eu havia decidido vir até as lojas para comprar algumas coisas que estava sentindo falta agora que estava passando mais tempo em casa. Isso incluía uma esteira para fazer exercícios do conforto do meu quarto, com o condicionador de ar ligado, de preferência, mas não tinha sido uma boa ideia, e eu não queria ligar para minha mãe e assustá-la. Ela já andava bastante preocupada com meus enjoos frequentes e tudo mais, e eu sabia que tinha sido só o choque térmico de sair de um ambiente gelado da loja para a rua, naquele calor escaldante.

Respiro fundo; eu tinha que conseguir chegar até o meu carro! Lá eu ligaria o ar e logo estaria no gelado, tomando um fresco.

Caminho tranquilamente, tentando parecer concentrada, quando alguém me chama pelo nome. Me viro para dar de cara com Mark.

- Ei, você está bem?

Seguro no seu braço.

- Sim, é o calor... Estou sem ar...

Ele me segura pela cintura, e eu tento me livrar dele.

- Você está tão branca quanto uma folha e me odeia tanto assim que não quer me deixar te ajudar?

Com dificuldade e num fio de voz eu me defendo:

- Não te odeio, Mark...

Ele fica nervoso e preocupado:

- Vamos para um hospital.

Tento negar:

- Não, só preciso de água!

Mark me pega no colo.

- Sem chance. Vamos agora!




****




Mark:




Estávamos criando uma academia para deixar os funcionários mais acomodados e contentes, e havíamos saído as 14 horas para decidirmos os aparelhos, Cora e eu.

Até ver Nay ali, com uma cara horrível, parecendo andar em câmera lenta. Me despeço da minha arquiteta e vou em direção a ela. Chamo-a e ela vira para me ver com dificuldade.

Ela até tenta discutir comigo, mas a pego no colo para irmos ao hospital. E ao fazer isso percebo que ela perdeu bastante peso, o que só piora minha preocupação.

Já dentro do carro, ajeito o banco para deixá-la mais confortável e entro o mais rapidamente possível.

Começo a dirigir e não consigo evitar perguntar:

- Você está doente?

De olhos fechados, ela nega.

- Não!

- Nay, tem algo errado, é óbvio!

Ela sussurra:

- É o calor!

Deixo ela quieta, e quando chegamos no hospital ela está cochilando. Pego ela no colo e levo para a recepção, e assim que me veem chegar com ela nos braços, trazem uma cadeira de rodas.

Is It Love: MarkOnde histórias criam vida. Descubra agora