× capítulo vinte e cinco - desinteresse ×

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AMBER SWAN

19° dia
Segunda-feira

Já era a quinta vez em duas horas que eu começava mais uma vez a chorar encondido da minha avó. No momento ela se encontrava na sala, assistindo a um programa de tv. Prometi à minha mãe que cuidaria dela, mas não sei se estou conseguindo cumprir.

Ontem quando eu saí da aula, minha avó estava no hospital. O motivo? Estava com muito falta de ar, dores no peito. Ainda bem que ela estava com a vizinha, que conseguiu levá-la ao hospital rapidamente. Nunca gostei de deixá-la só naquela casa, então sempre pedia para a vizinha ficar com ela.

Quando cheguei ao hospital, minha avó ainda estava com dificuldade de respirar e estava com alguns aparelhos médicos. Foi horrível ver a minha vó daquele jeito, mas o pior de tudo foi saber o que ela tinha: pneumonia. Mas no fundo eu ainda tinha esperança de que tudo se resolveria. E é aí que o médico me diz que está avançada, mas ainda resta uma porcentagem mínima de melhora. O problema fica ainda maior quando minha vó diz que não quer fazer o tratamento, pois não quer passar seus últimos momentos no hospital. Ela quer passar sendo livre de aparelhos, apenas indo para uma praia, uma viagem...

Meu celular começa a tocar e eu rapidamente enxugo minhas lágrimas. Pego-o e arrasto a linha verde, atendendo a ligação, sem ao menos ver quem está a me ligar. A real é que eu não estou tão atenta ultimamente. Todos os acontecimentos com a minha avó estão me deixando bem pra baixo.

- Amber? - Gilinsky...

- O que foi? - pergunto. Sim, ando bem estressada esses últimos dias, mas é muito involuntário o fato de eu descontar nos outros.

- A corna tá puta? Pois é, não é só você que sabe as gírias do Brasil. - ele diz brincalhão. Por mais que eu tenha achado um pouquinho de graça, ainda assim não consegui rir.

- Sem brincadeiras, por favor. Fala, o que aconteceu? - pergunto.

- Eu é que te pergunto. Faltou sexta e hoje, coisa que você não é de fazer. Além disso, está sendo grossa comigo, sua grossa. - diz ele, e a ligação chia um pouco.

- Fala logo. Ou fala ou eu desligo. Já disse que não tô pra brincadeira. - falo.

- Tá, tá. Vamos para uma viagem com o time, as cheerleaders e algumas pessoas das turmas? Vai ser pra conhecer o local onde vamos jogar e tudo mais. - ele explica. - E normalmente os namorados levam as namoradas juntos, e vice-versa.

- Desculpa, G. Mas não vou poder ir. - digo.

- Ah, qual é? Vamos, já bolei umas ideias pra fazer ciúmes na Margot. - ele diz. - Ela vai levar o Jason, e com certeza isso será uma ótima chance da gente deixar ela ainda mais inciumada. - ele fala, e eu suspiro.

- É, sério, Jack. Não vou pode ir. - digo.

- Aconteceu alguma coisa? - ele pergunta e, por um momento, eu percebo preocupação. Aí eu penso: Jack preocupado comigo? Ah, tá...

- Sim, mas... Relaxa. Desculpa não poder ir. Outra hora a gente se fala, tá? - digo, suspirando.

- Tá, tudo bem. - ele diz apenas isso. A ligação fica em silêncio e, então, eu desligo.

Não sei o que estava acontecendo, ou o que poderia acontecer. Mas eu estava sentindo que algo iria acontecer. Algo muito forte. E eu tenho medo desse algo ser com minha avó...

(...)

- Não, vó, relaxa. Eu abro. - digo, parando-a quando ela faz menção de ir abrir a porta.

- Eu não sou uma inválida, não, viu, dona Amber. Deve ser minhas amigas para assistir a novela. - ela fala, novamente se levantando. Eu sou mais rápida e abro a porta. Logo depois de eu fazê-lo, minha vó me olha com cara de deboche. Olho para a porta e vejo quem eu não esperava ver. Evie, Zoe, Izzie e Jack juntos. Evie e Jack se olhavam com ódio no olhar, enquanto Izzie e Zoe tinham expressões tranquilas.

- Manda seu namoradinho ir se fo... - Evie ergue as sobrancelhas pra mim, com os braços cruzados, e, antes de ela falar algo, eu a repreendo com o olhar.

- Viemos visitar sua avó e ver você. Você faz falta naquela Universidade sem sal. - Zoe sorri, abrindo os braços.

- Também senti saudade de vocês. Podem entrar. - falo, e as meninas o fazem. Apenas Jack fica, colocando as mãos nos bolsos da frente.

- Encontrei elas no caminho. E eu vim porque como você sabe, minha mãe ainda acha que somos namorados. Eu contei que você estava estranha, e ela me mandou vir aqui, ver como você tá. Fazer o quê, né?! - ele fala em um tom despreocupado, e eu mordo o lábio inferior.

- Jack... Se for pra fingir preocupação, eu prefiro que vá embora. Principalmente por conta da minha avó. Quero pessoas que realmente estejam preocupadas comigo e com pessoas próximas a mim, e se você não for uma delas, não é preciso forçar. Fica um pouco na rua e depois volta pra casa e diz que eu estou bem, que conversamos... Mas não força, tá? Não quero isso. - digo, cruzando os braços.

- Desculpa, Amber! Eu me expressei mal. Realmente eu fiquei preocupado com você, mas eu não gosto de demonstrar. Sei lá, você nunca ficou estranha comigo e sempre tivemos brincadeiras como essas, então pra mim não havia problema. - ele explica.

- Chega uma hora que demonstrar desinteresse demais, cansa. - eu falo. Ele me analisa, e eu abro espaço para ele entrar. Assim Jack faz, e eu vejo minha avó o cumprimentar.

- Lembra do Jack, vó?

- Ele é aquele garoto que a gente tava conversando sobre? - ela pergunta, e me dá uma vontade de pôr minha cabeça em um buraco. Gilinsky dá um sorrisinho nervoso, e Evie dá uma gargalhada. Izzie segura o riso junto com Zoe.

- Anda falando de mim, é? - Jack pergunta apenas pra mim depois que a atenção foi voltada para a minha avó.

- Não enche, tá bom? - o encaro de canto de olho, podendo ainda ouvir seu riso sacana.

×

mano, e esse corona vairus???
nessa fanfic não vai ter isso, mas é bom lembrar de seguir todas as medidas de prevenção desse vírus, pessoal

pergunta rápida: na escola/faculdade de vocês houve recesso?

ps.: vou tentar escrever mais capítulos o mais rápido possível

Wrong guy • Jack GilinskyOnde histórias criam vida. Descubra agora