× capítulo cinquenta e cinco - o que você fez ontem ×

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JACK GILINSKY

5° mês

Eu sabia que os meus estudos e o time não tinham nada a ver, então por isso as minhas férias no time não significavam férias na universidade. Ou seja, eu não teria como voltar para LA e ficar os 31 dias com o conforto da minha casa e da minha mãe se eu ainda tinha aulas para ir.

Não estou reclamando, mas eu sinto falta da minha mãe, da minha casa, das festas, dos meus amigos e, é claro, da Amber. Se pelo menos tudo entre nós estivéssemos bem, eu ficaria mais aliviado. Mas não. Minha vontade no momento é de ligar para ela e para a minha mãe, e matar um pouco da saudade que eu estou delas. Hoje conversei com Nate, Sammy e Johnson, apenas.

- Fica assim não, cara. Quem sabe quando nós jogarmos lá você não resolva tudo de uma vez? - ele ergue as sobrancelhas, me fazendo pensar nessa hipótese.

- A questão é que eu queria resolver logo. Queria a sensação de que ela tá feliz em estar comigo de volta. - suspiro, vendo duas fotos que ela havia mandado pra mim antes de tudo isso para perguntar qual era a melhor para postar.

- Nem sempre nós temos as coisas no momento que queremos. Possa ser que seja melhor você esperar, pra ter algo melhor. Quem sabe? - ele dá de ombros, mordendo um pedaço da torrada que ele fez. - Nossa, isso tá péssimo. - ele faz expressão de nojo, como quem fosse vomitar e levanta com o prato de torrada, que estava literalmente torrada, na mão.

Naquela noite os caras do time chamaram as líderes de torcida e fizeram uma quase festa entre a gente mesmo. Eu fiquei meio de escanteio, apenas na minha, o que já era habitual durante esses meses.

Era uma bebida ali, outra aqui, e por aí vai... Até que eu comecei a misturar algumas bebidas e me declarei bêbado e totalmente fora de mim. Talvez isso me ajudasse a esquecer pelo menos um pouco tudo o que estava acontecendo. As meninas colocaram uma música agitada no local, deixando o ambiente escuro. Blake e Jenny, um quaterback e uma cheerleader, se beijavam quase se comendo no sofá como se não tivesse mais umas 10 ou mais pessoas em volta deles. Por um momento eu acabei lembrando da Amber e eu. Mais uma vez.

- Sabe... Eu nunca entendi porque você fica tão distante dos garotos. - sinto uma unha deslizar pelo meu braço, e uma cabeleira loira ocupar o meu campo de visão, que por acaso estava turva, meio distorcida por conta da grande quantidade de bebida. Demorei um pouco para entender quem estava ali: Amber... Espera, AMBER???

- Não sinto tanta necessidade de estar sempre com eles. Prefiro ficar mais na minha. - respondo, ainda com uma confusão mental por ver a minha loira na minha frente. O que ela tá fazendo aqui?

- Hm, interessante... Acho você meio misterioso, Jack. E eu gosto de caras assim. Como você já sabe... - ela sorri de lado, aproximando seu corpo do meu. Eu poderia sentir o hálito de bebida da mesma forma que eu estava, o que me deixou ainda mais confuso. Amber bebia, isso era claro, mas era raro ver ela meio bêbada como está agora.

Puta merda, o que tá acontecendo?

- O que você tá fazendo aqui? Eu preciso explicar... - falo com a voz meio arrastada, mas ela põe seu dedo indicador nos meus lábios, fazendo um barulho, e aproxima a boca no meu ouvido.

- Sei que não estava sendo sincero naquele dia, mas vamos esquecer isso, hun? - por mais que eu estivesse vendo minha loira ali, ainda estava tudo muito estranho.

Quando eu vi, eu e ela já estávamos aos beijos, junto com sua mão percorrendo meu corpo, assim como eu também o fazia com ela. A real era que eu não estava entendendo nada. Como ela chegou aqui do nada? Por que está aqui? Por que nem me deixou explicar e já foi me beijando? Era muitos porquês, mas eu não precisava respondê-los logo. No momento eu queria aproveitar que finalmente eu estou tendo minha loira em meus braços novamente.

- Um quarto seria bom, né? - ouço um dos caras do time falar, e eu sorrio com aquele jeito meio idiota de bêbado. Amber faz o mesmo, e nós fazemos exatamente isso.

Nem esperamos entrar direito e já voltamos a nos beijar e tocar um ao outro. Algo em seu beijo estava estranho. Não era como eu costumava beijá-la, estava diferente. Mas de qualquer forma eu continuei.

(...)

Dia seguinte

Acordei com uma claridade invadindo meu quarto e espremi os olhos, me sentando na cama e percebendo que eu estava apenas com uma box e o local que eu dormia estava bem mais bagunçado que o normal.

Minha cabeça doía e a vontade de ficar na cama só aumentava, mas eu tinha treino mais tarde e precisava estar disposto. Pensando nisso, me levantei com muito esforço e fui até o banheiro. Tomei um banho demorado, mas que me fez acordar um pouco mais, e saí do cômodo, voltando ao meu quarto e me vestindo.

Eu estava com fome, na verdade, com muita fome, e as lembranças da noite anterior começaram a ocupar minha mente. Na cozinha estava apenas o Logan, como sempre o primeiro a acordar e a fazer as coisas. Além disso joga muito, não é pra tanto que é o capitão.

- Ia falar bom dia, mas tô vendo que pra você só tá sendo dia mesmo. - ele diz, bebendo algo que eu não identifiquei o que era.

- Dia pra você também. Tem remédio pra dor de cabeça? - coloco a mão na altura da testa, sentindo a dor começar a incomodar ainda mais.

Logan estava com uma cara de riso pra mim, como se estivesse escondendo algo de mim, que, pela sua expressão, provavelmente era vergonhoso. Semicerrei os olhos para ele, e o vi estender um comprimido em minha direção.

- Desembucha. - falo, pegando um copo e enchendo de água.

- Sua memória ainda não te mostrou o que você fez ontem? - ele ri da forma estranha de sempre, e eu começo a força minha mente a lembrar, mas eu preciso de um spoiler pra tentar realmente recordar o que eu fiz.

- Fala logo, Logan. - resmungo, engolindo o remédio junto com a água.

- Você gemeu o nome da Amber quando estava transando com a Clary. Ela saiu puta da vida daqui. - ele gargalha, e eu arregalo os olhos.

Essa informação foi como uma luz pra finalmente minha mente me mostrar flash dos momentos de ontem. Eu comecei a beber demais, e lembro perfeitamente de ter visto Amber ontem, quando na verdade era Clary.

Puta merda...

×

tô rindo com respeito KKKKKKKK

Wrong guy • Jack GilinskyOnde histórias criam vida. Descubra agora