× capítulo vinte - meu coração acelera ×

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AMBER SWAN

14° dia
Segunda-feira

— Diana! Voce está parecendo a Lia dançando. — no momento em que Margot repreende Diana, Lia levanta a cabeça com um sorriso estampado no rosto. — E não, isso não é um elogio. — Margot fala, fazendo o sorriso de Lia desaparecer lentamente.

Desnecessário...

As meninas voltam a ensaiar e, como sempre, eu repito os passos, já que sempre venho ver os ensaios e acabei aprendendo a coreografia principal e um pouco da seguinte.

Abaixa, joga, levanta, pula. Braços para um lado, para o outro, gira e joga.

Após todas as coreografias serem ensaiadas, Margot libera as meninas para beber água e depois voltar. Hoje a professora de dança faltou, então Margot acaba tendo controle total de tudo. Ou seja, tudo o que ela decidir, está decidido.

Em falar nela...

— Swan... — ela fala, se aproximando e pegando sua garrafinha de água em sua bolsa. — Como sempre nos ensaios. — ela diz, me encarando.

Acabo nem respondendo. Odeio essas provocações dela.

— Lembra quando estudávamos juntas? Você achava que dançava bem. — ela ri, pondo a mão acima dos lábios para tentar parar de rir.

— E eu também achava que você era minha amiga. Pelo visto eu me enganei. — falo, encarando tudo aquilo com chateação.

— Eu era, mas como sempre eu vivia à sua sombra. Sempre que vinham falar comigo era "olha a amiga da Amber", não sei o quê "amiga da Amber". Não é legal isso. — ela fala, com desdém, terminando de beber água.

— Eu sempre te tratei da melhor forma. A culpa não é minha se as outras pessoas faziam aquilo. — falo. Ela nega com a cabeça.

— Ainda tem esperanças de entrar para as líderes de torcida? — ela gargalha e, dessa vez, eu realmente me sinto afetada pelo o que ela acabara de dizer.

— Por que ela não teria? — ouço uma voz atrás de mim e, ao identificar o dono dela, meu coração acelera do nada. Sinto braços abraçarem minha cintura por trás e um beijo ser depositado em meu pescoço.

— Não precisa fingir nada, Gilinsky. Não sei se você já viu sua namoradinha dançando, mas já dou um spoiler: é horrível. — fala, cruzando os braços.

— Eu já vi ela dançando, sim. E discordo totalmente de você. — pelo tom de voz de Gilinsky e pela minha mais nova habilidade de reconhecer quando ele está sendo falso, percebo que ele está sendo sincero em cada palavra.

— Ah, é? Viu ela dançando e gostou? É uma piada... — ela gargalha mais uma vez.

— Já vi ela dançando várias vezes e todas eu gostei, principalmente aquela em que ela dançou pra mim com aquela lingerie... — dessa vez, Gilinsky está em seu personagem, obviamente, já que eu nunca dancei pra ele, ainda mais de lingerie.

Depois que eu percebo o que ele falou, arregalo meus olhos e encaro ele de canto de olho. Margot para de rir e, lentamente, tira o sorriso do rosto, cruzando os braços.

— Margot, todas as meninas já voltaram. — Britney, uma das cheerleaders, fala, chamando a atenção dela, que balança a cabeça, assentindo.

— Vocês são ridículos juntos! — ela exclama, se virando e jogando os cabelos. Assim que ela se distancia, eu me afasto de Jack e cruzo os braços.

— Eu dancei pra você? — ergo as sobrancelhas, encarando-o.

— Não, mas se você quiser, eu não vou recusar... — ele pisca para mim, dando aquele sorriso cafajeste.

— Você não presta... — falo, prendendo um riso. Eu não acredito que ele realmente falou aquilo para Margot...

— Nunca disse que prestava. Mas para a minha namorada, eu faço um esforço. — diz cínico, e eu umedeço os lábios, semicerrando os olhos.

— Ridículo. — ergo o dedo do meio para ele e faço menção de desviar dele e sair dali. Antes disso acontecer, ele segura minha cintura e me faz ficar de frente para ele.

— Não liga para o que ela diz. Se você se inscrevesse para entrar nas líderes de torcida, com certeza tomaria o lugar dela. — ele fala, me olhando nos olhos.

— Eu não ligo, Jack. E com certeza eu não tomaria o lugar dela. Margot dança desde bem pequena, sempre teve o apoio de todos e no segundo ensaio conseguiu o cargo de capitã das cheerleaders. Eu não chego nem aos pés do que ela dança. — falo, vendo o ensaio começar novamente.

— Você quer entrar para o time das líderes de torcida? — Jack pergunta, e eu nego com a cabeça. Mas, na verdade, eu quero. E muito.

Ele me encara mais um pouco, semicerra os olhos e balança a cabeça, assentindo.

— Tenho que ir. Até mais, Gilinsky. — faço menção de fazer um toque com ele, mas ele me encara com deboche e me abraça, fazendo com que eu sinta seu perfume. Por que perfume masculino tem que ser tão bom?

— Tchau, namorada. — ele dá ênfase, e eu me afasto dele, erguendo o dedo do meio e saindo dali. Mas antes, eu pude ouvir sua risada.

Vou andando até o estacionamento, mas antes de eu chegar até lá, ouço a voz de Zoe me chamar.

— Amber! Eu tô aqui... — ela fala, e eu me viro, identificando onde ela está e indo até ela. — Vamos?

— Vamos. Estava no ensaio. — falo, andando junto com ela.

— Não sei por que você não se inscreve para entrar para as cheerleaders. — ela diz, e eu nego com a cabeça. Nunca que eu entraria.

Ao chegar no estacionamento, eu franzo o cenho, totalmente confusa.

— Ué, cadê o seu carro? — pergunto para Zoe, vendo que o automóvel não está no lugar que costuma ficar.

— Está na oficina. Além do mais, minha mãe não me deixou dirigir com um braço só. — ela responde, simples, dando de ombros.

Zoe acabou se machucando no treino, já que ela é ginasta. Ela está usando uma tipóia e, consequentemente, apenas um de seus braços está disponível.

— Então por que estamos no estacionamento? Vamos a pé. — eu falo, me virando. Ela puxa meus ombros.

— Sammy está me devendo uma carona. Ele vai nos levar pra casa, apenas hoje. — Zoe esclarece, e eu rio sem humor. Não é possível...

— Como é? Zoe, não me diga que você e o Sammy estão... — antes de eu completar a frase, ela franze o cenho, nega com a cabeça e me interrompe.

— Não, não, não... Não é nada disso. Mas teve um dia que o Wilk estava precisando de uma carona e eu ofereci. Aí eu comentei por acaso que não estava com o meu carro, e ele disse que poderia me dar uma carona. Nada demais. — fala. Suspiro, tentando manter a calma.

— Ok, tudo bem. — falo entredentes, umedecendo os lábios.

Assim que Sammy aparece em nosso campo de visão, ele cumprimenta Zoe com um abraço, e eu o encaro sem esboçar nenhuma reação.

— E aí, Amber?! — ele levanta a mão para fazer um toque comigo, e eu semicerro os olhos. Mas, para não ser mal educada, faço o tal toque com ele.

Wrong guy • Jack GilinskyOnde histórias criam vida. Descubra agora