A arte de roubar

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          Roubo. Uma simples palavra que provoca tantas sensações...De revolta, indignação, medo...Depende muito da pessoa que a escuta, mas, sem dúvida, virá junto a ela um sentimento de impunidade:
"Eles nos roubam e continuam nas ruas"
"O sistema do Brasil não presta"
"Bandido bom é bandido morto"
...
          Será que todas essas falas são verídicas? Eu acho que não, porém, as vezes, paro e penso, o que realmente é roubar? É pegar algo de alguém sem permissão? É se apropriar de algo que nunca foi seu? Pois se assim for, todos roubamos.
          Quando mentimos, roubamos o direito da pessoa de saber a verdade.
          Quando matamos, roubamos o direito da pessoa de viver.
          Não importa o "nível" da situação, em algum momento da vida, vamos roubar alguma coisa. Seja a caneta do colega, seja a vasilha do vizinho, seja a inocência de uma criança...
          Certa vez, observei duas pessoas conversando e, coincidentemente, era sobre esse assunto, uma delas fez a seguinte pergunta: "O que sobraria se matássemos  todos os ladrões do mundo?", de maneira bastante curiosa, a outra respondeu "Assassinos". Por um lado, até que tem um lado meu que concorda e entende esse pensamento, por outro, depois de analisar a situação, percebi que sempre roubamos se algum modo, então não, não sobraria apenas "assassinos", na realidade, restaria apenas um planeta na órbita de seu Sol, com a fauna e a flora biologicamente equilibrados e apenas meros vestígios de uma espécie que uma vez aprendeu a arte que é roubar.

Coletânea de paradoxosOnde histórias criam vida. Descubra agora