Seesaw Connection [yoonseokmin]

40. You know, I know

No capítulo anterior:

-- Eu não posso fazer o show hoje, moça. Esqueci a coreografia!

Twenty soltou uma gargalhada.

-- Esqueceu como se rebola? duvido.

-- Não dá, mesmo! Eu...

-- Mini, entrando! - gritou uma voz madura e impaciente.

-- Ele só precisa de um empurrãozinho.

Twenty o empurrou para além da cortina em direção ao centro do palco.

***

Yoongi*J = Yoongi no corpo de Jimin

Jimin*Y = Jimin no corpo de Yoongi

***

Domingo, 24 de fevereiro,  início da madrugada 

Yoongi*J P.O.V.

Pisquei rápido algumas vezes para superar o desconforto diante da platéia, em sua maioria composta por homens com idade para ser meu pai. O pulso latejava rápido, o queixo e os lábios tremiam de nervosismo. "É um clube de striptease, escuro e abafado" - constatei, ao deslizar a vista pelo ambiente.

Senti alívio por não estar num palco artístico, passível de prejudicar a carreira de Jimin. O conhecimento do lugar deveria me causar pavor, mas ao invés disso, fui dominado por uma quente sensação de compreensão. Uma sacudida na lembrança e vi flashes de tudo que Jimin teve que fazer para sobreviver. Fechei os olhos por um instante, como se a memória me doesse. Eu tinha que estabilizar as emoções e fazer o que era preciso. Por ele!

Eu carregava estigmas sobre strippers e trabalhadores do sexo em geral, mas minha percepção mudou com a troca de corpos. Aquele trabalho exigia muito do emocional porque o stripper precisava ser divertido e produzir energia positiva para inflar os egos daqueles homens que só queriam esquecer suas frustrações e se sentirem livres para quebrar tabus. Quão infeliz Hoseok se encontrava quando procurou o puteiro? Apesar de triste, tudo estava destinado para que eles se encontrassem.

Experimentei movimentar os quadris desajeitadamente. Não importava o quão mal me mexesse, aqueles pervertidos iriam babar pela beleza e sensualidade do meu corpo. Com uma mão, percorri uma trilha sensual que iniciou nos lábios, fui descendo pelo pescoço, tórax e abdômen. Puxei a camisa de dentro da calça e entrei meio centímetro dos dedos dentro do cós, elevando a libido da platéia. Os homens começaram a jogar dinheiro, reproduzindo alguma cena que viram em um clipe de rap ostentação.

-- Delícia! me mostre tudo que sabe, você é tão lindo - gritou alguém.

Tirei a camisa e me movimentei sensualmente de quatro apoios no chão. Engatinhei até chegar próximo dos homens, sem deixar que me tocassem. Esbocei um sorriso travesso e falei, colocando um dedo na boca:

-- Vocês querem se divertir?

Eles responderam "Sim" em uníssono. Os homens estouraram palmas quando levantei e tirei o suspensório de elásticos, transformando-o num chicote.

-- Fica pelado, docinho - me pediu um frequentador com jeito de ser bem pervertido.

"Aish... Docinho é o seu cu, filho da puta" - pensei, revirando os olhos.

Chicoteei a mesa do cara que me chamou de docinho, fazendo-o pular de susto na cadeira e arregalar os olhos quando as três tiras de elástico explodiram sobre o laminado.