CAPÍTULO 3

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CAPÍTULO 3:
— Aí, meu Deus, me diz que estou ficando louca! — disse com a mão no rosto.

— Você já suspeitava?

— As mulheres sempre sabem Tomás! Pelo amor de Deus, é melhor você retirar o que você disse!

— Não posso retirar o que eu sinto, Emma Evans. Desde o primeiro dia em que te vi surgiu o interesse.

— Você só me conhece um mês! — disse brava.

— O suficiente pra me apaixonar! — se aproximou de mim.

— Eu vou casar! O que você quer? Que eu largue meu noivo por você?

— Eu não acharia ruim — se aproximou mais e colocou a mão em meu rosto.

— Mas isso não vai acontecer — me afastei. — O Nicholas não é seu amigo?

— Ele é um cara legal, mas foi antes Em, antes de me aproximar dele eu já estava apaixonado. Se você ama o Nicholas você sabe como é o amor, a gente não escolhe. Olha, eu não tô te pedindo pra romper o seu noivado, você vai casar daqui 4 meses eu sei... Mas eu precisava falar, precisava tentar, eu não conseguia mais guardar pra mim! Você é tão linda... — se aproximou. — por dentro e por fora... É impossível não se apaixonar. Eu gosto de ver você feliz com o Nicholas, mas é claro que eu gostaria de estar com você, de ter uma chance.

— Tomás... — me afastei.

— Não precisa me dar um fora agora, eu já sabia que sua reação não seria boa, só não se afasta de mim, por favor.

— Se você se comportar nós podemos continuar amigos.

— Quem sabe um dia...

Nicholas entrou na sala e perguntou o que estávamos fazendo, expliquei que era só um problema com um aluno e fomos embora. No caminho até o carro Nicholas me achou tensa, quieta.

— Amor, tudo bem? Você tá quieta.

— Não é nada demais. É só um aluno que deu problema.

— Faz tempo que não te vejo assim por conta de aluno. O que aconteceu? Quer conversar?

— Não foi nada demais amor, eu vou pra casa — me despedi e entrei no carro.

Quando cheguei em casa tentei ligar para minha mãe, eu precisava dos conselhos dela, mas era difícil ela atender nessa viagem, ela estava em Orlando e só voltaria em junho, para o meu casamento. Então liguei para Shirley, contei o que aconteceu, eu estava certa, Tomás estava mesmo afim de mim.

— Você vai dar uma chance pra ele?

— Claro que não! Ele pirou e o Nicholas vai ficar muito chateado se souber disso.

— Você não contou?

— Ainda não tive oportunidade.

— Amiga, eu super pegaria o Tomás, você já namora faz um tempão, não caiu na rotina?

— Shirley, eu sou apaixonada pelo Nicholas, eu o amo, não vai cair na rotina, nós vamos casar e não é porque o Tomás é um gato que eu vou mudar de ideia.

— Então você também acha ele um gato? Posso falar uma coisa? Eu queria muito ficar com ele.

— Então fica! Chama ele pra sair.

— Eu deveria?

— Se você está afim... Por que não?

A noite fui para casa do Nicholas e ele me fez uma surpresa, um jantar romântico a luz de velas, comidas que eu gostava e ele mesmo cozinhou.

— Depois ainda me perguntam por que eu te amo — beijei ele.

— Então você só me ama por que eu cozinho pra você?

— Não, bobo. Mas é um dos motivos — rimos.

Passamos a noite juntos, conversando sobre nosso casamento.

— Você não vai me abandonar no altar, né? — perguntou com tom irônico.

— Não está nos meus planos — ri.

— Só se você se apaixonar por outro — fiquei seria.

— Também não está nos meus planos — respondi depois de alguns segundos em silêncio.

— Eu nunca fui apaixonado antes, já te disse isso? Você é meu primeiro amor, e eu tenho 27 anos, Emma! — rimos.

— Qual o problema? Você também é o meu primeiro amor, e temos quase a mesma idade. Não vejo problema em demorar pra encontrar o amor...

— Por que não? Eu queria ter te encontrado antes.

— Eu não vejo problema em demorar pra encontrar o amor desde que quando ele apareça, seja verdadeiro. E eu não queria ter te conhecido antes.

— Não? — questionou.

— Foi no momento certo, foi perfeito. Eu te conheci e estava totalmente preparada pra te amar, eu me doei.

— Eu te amo, Em.

Sábado a tarde, eu precisava ir até uma loja perto de casa escolher meu vestido de noiva, queria escolher com antecedência para não dar nada errado. Como eu queria que minha mãe me acompanhasse nesse momento... Mas como ela não estava, chamei Shirley para ir comigo. Ela sempre me acompanhava em tudo o que eu precisava, era uma boa amiga.
Descemos do carro e do outro lado da rua avistei Tomás.

— Não vai atravessar pra falar com ele? — perguntou Shirley.

— Vou, claro! — atravessamos.

— O que essas moças linda estão fazendo por aqui? — perguntou enquanto nos cumprimentava.

— A Emma veio escolher o vestido de noiva. Você pode ajudar a gente, né? — perguntou Shirley.

Quem sabe um dia?Onde histórias criam vida. Descubra agora