CAPÍTULO 15

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CAPÍTULO 15:

É inaceitável amar duas pessoas. Ou você ama uma ou não ama nenhuma. Eu não amava os dois, eu sabia disso, porém aquele beijo me confundiu de uma maneira... Mas eu sei que a gente não se controla, podemos confundir sentimentos, achar que é uma coisa mas na verdade é outra. Confundir paixão com amor é muito comum, não venha me dizer que nunca se sentiu confusa? Sentimentos são difíceis de lidar. Talvez eu tenha medo de deixar um deles partir, mas isso seria muito egoísmo da minha parte. O que minha mãe me diria? Eu não queria preocupar a viagem da minha mãe, ela nem fazia ideia da minha separação, da minha gravidez, do meu acidente... E eu queria que ela continuasse bem.
Tomás disse que ia passar a noite comigo no hospital e que não sairia do meu lado por nada. Eu agradeci. Então eu dormi, eu precisava descansar. No meio da noite acordei e vi Tomás dormindo no sofá de visitas do hospital, apreciei sua beleza, mas logo voltei a dormir.
De manhã veio uma médica em meu quarto e me deu alta.

— Você está bem, Emma. Não teve nenhum sinal de hemorragia. Sentiu alguma dor durante a noite?

— Não, eu me sinto bem. Preciso saber da Shirley.

— Levamos ela para cirurgia agora. Ela vai ficar bem.

Tomás me levou até minha casa, cuidou de mim, e cozinhou assim como fez no dia em que me deu Bob. Ele mandava bem na cozinha.
Se eu casasse com ele, nós iríamos revezar na cozinha. Se eu casasse com Nicholas eu iria cozinhar sozinha, ele mal sabia fritar um ovo. Ponto para o Tomás.
Eu sempre gostei de homens altos, Nicholas era mais alto do que Tomás. Ponto para o Nicholas.
Eu poderia pensar em várias coisas e um sempre ia ser melhor do que o outro em algo, mas não era isso que importava.
Tomás passou o dia inteiro comigo e no final da noite foi embora, eu levei ele até o portão e demos um beijo demorado. Ele me deixou feliz.
Quando entrei em casa meu celular e estava tocando, era o Nicholas.

— Alô?

— Emma, você tá bem?

— Eu estou melhor.

— Que bom. Em, uma vez você me fez uma pergunta, agora eu quero te fazer essa pergunta.

— Qual? Pode perguntar — respondi.

— Você ainda me ama? — fiquei alguns segundos quieta. — Pode falar a verdade, você deixou de me amar, né?

— Não, Nicholas. Nunca deixei de te amar.

— Eu duvido, você e o Tomás estão juntos...

— Você mesmo mandou eu ficar com o Tomás, no dia em que terminamos.

— Você fez isso sem sacrifício nenhum...

— Se o que você quer saber é se eu ainda te amo, sim, eu te amo muito. Mas ultimamente te amar está me machucando.

— Então para de me amar.

— Eu não consigo! — ficamos em silêncio por algum tempo e eu só conseguia ouvir sua respiração ofegante.

— E quando ao Tomás? Vocês estão juntos?

— Nós demos alguns beijos, nada mais do que isso.

— E os sentimentos?

— O Tomás me faz bem, ele me ama.

— E o que você sente?

— Não sei o que eu sinto.

Quem sabe um dia?Onde histórias criam vida. Descubra agora