11 - O nosso.

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                                                ⊱───────⊰✯⊱───────⊰


        Imensidão.

        Quebrado e ondulado, mas ao longe linha reta.

        Cheiro salgado, cheiro de sol e cheiro de felicidade.

        Som de movimento, sons de água na água, água na areia, água em corrente nos pés.

        Ritmado e descompassado, achando sua batida no caos ou na calmaria.

        De um estranho verde azulado.

        Explorador de todos os campos do que é controverso.

        Infinito.

        Mas parte do começo na areia onde estou; parte de mim, seu começo.

        Infinita sou eu.

        Porem finita; dentro desde período imensuravelmente belo que se chama vida.

        Dentro desde perímetro imensamente belo que se chama margem.


                                                ⊱───────⊰✯⊱───────⊰


       A barra de meu vestido estava molhada, meus pés fundos na areia, meus dedos das mãos espremiam-se contra o peito.

       Nestes primeiros segundos fiquei parada, congelada e absorvendo tudo. Então algo estalou em minha mente, e me joguei de cara na primeira onda que se deixou quebrar em mim, engasguei e tropecei em meus pés, voltei e muito gloriosamente me joguei de barriga.

      Essa água é salgada!

      A felicidade correu salgada por minhas veias, chocando-se contra meus membros pálidos.

      Minha mão em concha capturou a agua do mar e pude ver os grãos esbranquiçados que flutuavam de cá para lá e de volta em retorno.

      Eu os joguei para cima.

       Flutuei na maresia movimentando os braços como uma bailarina do mar, circulando-o de olhos fechados.

       Até que onda após onda, fui trazida até a areia. E fiquei lá, observando o céu claro de outono, quando hão ventos frios, mas Sol quente.

       Ouvi Ben se aproximar, ele estava em silencio, mas havia algo que eu não conseguia identificar em sua voz:

      - E então? – Perguntou.

      - E então. – Lhe respondi na mesma quietude. 


                                                    ⊱───────⊰✯⊱───────⊰


       - Pegue aqueles galhos ali.

        A noite despontava no céu e Benjamin disse-me que gostaria de fazer uma fogueira.

       - Há algo especial nas fogueiras na beiro do mar – Me explicou.

        Eu ri pelo nariz.

        - É obvio, são fogueiras á beira do mar.

        Ele levantou uma sobrancelha desdenhosa.

A Longevidade das Borboletas.Onde histórias criam vida. Descubra agora