🍁 Capítulo 11 🍁

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Escrito por: Apenas_Kaari


Eu quis agradecer e dizer mais mil coisas, mas as palavras ficaram presas em minha garganta. Era bom vê-lo, mas aquilo deixou-me insegura novamente.

— Procurei por você. — Falei depois de me sentir constrangida pelo seu olhar curioso.

— Vovó me contou. — Respondeu sem me encarar.

— Obrigada por organizar a horta. Eu ainda estava pensando sobre o que faria com ela... — Deixei um suspiro escapar. — Eu comecei a trabalhar.

— Eu sei. — Ele sorriu um pouco. — E achei maravilhoso. De alguma forma penso que você tinha razão, e esse trabalho braçal não combina com você.

— É, acho que ainda sou a garota da cidade.

— Não tem nada a ver com isso. — Taehyung disse ansioso e tentei conter o disparo do meu coração quando ele se aproximou um pouco. — É sobre o que você gosta e quer fazer, e não sobre o que é obrigada.

Assenti com a cabeça sem saber o que dizer. Se fosse há algumas semanas atrás, teríamos nos beijado naquele momento, mas eu não avancei e nem ele.

— Quer entrar e tomar um suco? Você deve estar bem cansado. — Falei já traçando o caminho para a casa.

O barulho do liquidificador preencheu nosso silêncio. Eu queria que as coisas estivessem menos estranhas, e queria estar festejando por ele ter aparecido finalmente.

— Ainda está chateado comigo? — Consegui perguntar quando seu copo de suco de morango já estava na metade.

— Nunca estive chateado com você, Na Ri. — Taehyung respondeu com os olhos bem abertos. — Você tem total liberdade e eu fui precipitado, admito.

— Acho que nós dois. — Sorri envergonhada. — De alguma forma, esse momento em que passamos separados eu percebi que ainda tinha muito a resolver.

Seus olhos se arregalaram um pouco e ele se conteve em abrir a boca, deixando seus lábios apenas entre abertos.

— Ficar com você foi maravilhoso, e parecia que tudo havia sido curado, mas estava novamente dependente de uma pessoa. — Continuei falando. — E isso não é justo nem comigo e nem com você.

— Eu achei que estava tudo bem entregar tudo que eu tinha para uma pessoa finalmente. — Murmurou olhando para o copo. — Mas compreendo o que está dizendo, e concordo.

— Tae, eu não quero magoá-lo...

Fechei meus olhos quando sua mão tocou meu rosto e ali recebi um carinho.

— Está tudo bem. — Ele sussurrou.

Quando abri meus olhos pude ver um sorriso fofo em seu rosto.

Não falamos em terminar e nem em continuar. Mudamos de assunto um tempo depois e até conseguimos dar risadas da história do guaxinim e dos dias que me corroí de medo achando que eram lobos. De toda forma, era bom estar com ele.

Alguns dias depois um caminhão chegou a minha pequena propriedade trazendo ainda mais lembranças. Dong Yul havia enviado realmente as minhas coisas, as quais eu tinha deixado para trás achando que fazia parte do relacionamento fracassado. Acabei ficando feliz em ver o microondas com designer espelhado, o sofá azul que eu tinha feito questão de comprar para combinar com a decoração da casa, o suporte para banheiro com vários compartimentos, a penteadeira do quarto com espelho embutido, meus jogos de lençóis de cama... Minhas coisas.

Aquilo rendeu um longo final de semana, onde resolvi arrumar a casa e finalmente deixá-la com a minha cara. Chae Rin e Taehyung apareceram para me ajudar.

— Você era bem rica, não é? — Chae Rin perguntou enquanto me ajudava a organizar meus produtos de pele e cabelo no banheiro.

— Na verdade não. — Respondi rindo.

— Mas quanto produto você tem, hein. — A garota comentou analisando cada embalagem.

Eu havia comprado tudo novamente depois que voltei a trabalhar. A história de ser garota do campo ou da cidade era muito complicada para minha mente, e eu não via problema nenhum em continuar com meus mimos.

— Não vejo a hora do ano letivo terminar e entrarmos de férias. — Chae Rin resmungou.

— Ah é, mocinha? Pelo que me lembro você não foi muito bem na minha prova. Eu posso ajudá-la a estudar...

— Ai, não. — Ela estalou os lábios. — Eu odeio estudar.

— Será que vou ter que conversar com seu irmão sobre isso? — Cruzei os braços.

— Por que tornou-se tão má? — Me encarou parecendo magoada, mas aquilo me fez rir.

— Terminei de montar a penteadeira. — Taehyung surgiu na porta do banheiro.

— Obrigada. — Sorri, e me segurei para não me curvar em agradecimento como se fôssemos estranhos.

Chae Rin alternou o olhar entre nós dois e antes que ela abrisse a boca para dizer algo, eu me apressei em preencher o silêncio, para a garota não trazer algum momento constrangedor.

— Estou pensando em investir num aquecedor elétrico. — Falei tão rápido que pareceu estranho. — Eu ainda não gosto muito de usar a chaminé.

Taehyung inclinou um pouco a cabeça e meneou a mesma.

— Claro. — Ele respondeu sem contestar.

E vendo os novos móveis eu quis investir numa pintura diferente, em outras esquadrias e logo montei todo o planejamento de uma reforma, que aconteceria lentamente conforme o que eu pudesse pagar, mas eu era paciente.

As Estações - Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora