Escrito por: Apenas_Kaari
Acabei espremida no cantinho da cozinha da Srª Kim depois que Chae Rin resolveu brincar com suas primas. Ela havia me tirado de casa numa tarde e me levado para a sua, porém me esqueceu vinte minutos depois.
A propriedade da família Kim era bem maior que a minha, com uma casa cheia de quartos e um terreno enorme para plantação. Eles eram agricultores, de fato. Parecia que a casa da minha falecida avó era um grão de arroz em comparação a propriedades em volta.
- Tae me contou que está pensando em plantar. - A velhinha disse enquanto mexia em algo na panela. Deveria estar já preparando o jantar.
- Bem, pensando sobre ainda.
- Podemos te dar sementes.
- Minha avó deve ter sido uma pessoa muito especial para quererem me ajudar tanto. - Murmurei observando a senhora, mas ela virou-se para mim e senti que receberia para uma repreensão.
- Eu não gosto de gente da cidade, sabe por quê?
Neguei com a cabeça.
- Porque não sabem o significado de gentileza, de humanidade. Estão tão presos na importância do dinheiro, em guardar as coisas para si, que não fazem nada sem segundas intenções. Perdem o que é importante de verdade. Entende o que quero dizer, Na Ri?
- Acho que sim. - Engoli minha saliva.
Aquela família apenas me fazia sentir vergonha de mim mesma. Mas não queria me culpar tanto, porque havia sido criada daquela forma, em outra realidade, estava no meu instinto de garota da cidade desconfiar dos outros.
Me recolhi mais um pouco quando o Sr. Kim, avô do Taehyung, entrou na cozinha e brincou com sua esposa sem perceber que eu estava ali. Ainda pareciam ser um casal, com sorrisos e broncas íntimas. Ver aquela cena me deixou triste e saí da cozinha sem ligar sobre a casa não ser minha.
Nem todas as mulheres da família Kim pareciam ir com a minha cara. Algumas torciam o bico em me ver, diziam que eu era a garota fresca da cidade num tom que eu podia escutar, brincavam sobre quanto tempo eu iria durar... A senhora Kim e seu neto podiam ter um coração diferenciado, mas parecia que a humanidade que eles tanto falavam não estava relacionada apenas sobre ser da cidade ou do campo.
Vaguei pela casa querendo me distanciar dos grupos de pessoas e logo encontrei uma área vazia. Me encostei na parede, a qual tinha cor do cimento, sem nenhum revestimento, e respirei fundo. Será que eu conseguiria voltar sozinha para casa?
Taehyung passou por mim de repente, o que me deu um susto. Ele estava com uma toalha enrolada no pescoço e os cabelos úmidos. Enquanto esfregava a toalha em seus cabelos, o rapaz me olhou com os olhos bem abertos.
- Como veio parar aqui? - Ele disse já segurando a maçaneta de uma porta ao lado.
- Havia mulheres lá atrás, o Sr. Kim na cozinha, não encontrei a Chae Rin... - Gaguejei sem saber explicar. - Entrei por aquele corredor. Acho que me perdi.
- Não. - Ele riu. - Achei estranho ter vindo para a nossa casa.
- Aah. - Sorri sem jeito, passando as mãos pelo meu casaco marrom. - Chae Rin me arrastou até aqui, mas sumiu logo depois.
- Aquela garota. - Torceu a boca. - Esse é meu quarto. Entra.
Ele escancarou a porta e apenas entrou tranquilo, enquanto ainda tentava enxugar seus fios escuros. Hesitei antes de dar um passo para dentro, mas fiquei na entrada. Não havia nada lá, além de uma cama, e um pequeno armário ao lado, as paredes não eram revestidas. Taehyung se aproximou do espelho arranhado na parede. Vagando meu olhar para o local, eu vi a única coisa colorida ali, um retrato sobre o armário.
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As Estações - Kim Taehyung
Fiksi Penggemar[CONCLUÍDO] Na Ri sofreu uma série de desastres em sua vida, e sem ter mais para onde ir, fugiu para a casa da sua falecida avó numa aldeia rural. A garota da cidade não tem mais nenhum propósito para sua vida infeliz, até conhecer Kim Taehyung, o g...