Eins

561 24 9
                                    




Janeiro de 2020

- Anda logo, die Hurensohn! – Catherine esbravejou dentro do carro, buzinando sem parar para o carro que estava à sua frente.

- Amor, calma. – Holger falou quase rindo.

- Calma?! – a voz dela soou uma oitava mais alta que o normal, até desafinando um pouco e Holger soltou um risinho pelo nariz. – A Heidi está nascendo e esse babaca parece que morreu com o pé no freio!

- Agora eu entendo por que o Bob sempre dirige... – provocou e Catherine o olhou brava, fazendo Holger gargalhar. – Cat, o trânsito está péssimo, não é culpa dessa pessoa que está na nossa frente. E você nem poderia entrar na sala pro parto, você sabe disso.

- Cala a boca. – Catherine falou séria, dando seta e mudando de pista, que estava tão lenta quanto a que ela estava antes e já estavam parados há mais de quarenta minutos naquele mesmo lugar e no trânsito há mais de duas horas e quarenta minutos. – Que inferno! Está frio, por que todas essas pessoas precisam sair? Fiquem quietas no aquecedor das suas casas, inferno!

- Você me assusta um pouco. – Holger deu uma risadinha ao falar. – Mude de faixa até estar totalmente na direita e ali na frente, depois do semáforo, corte pela direita, eu conheço um caminho até o hospital que vai evitar esse trânsito.

- E você não falou antes por quê?

- Porque se eu falasse, você teria surtado bem antes e provavelmente estaríamos mortos.

- Holger, você é um idiota.

- Sou, mas você me ama e isso é o que você precisa se lembrar. E, em todo caso, não tinha como pegar essa saída antes. Agora, saia dessa pista e vá pra última faixa da direita, depois do sinal vire à direita e depois na segunda à esquerda.

- E por que o GPS não mostra esse caminho? – perguntou, fazendo a manobra no trânsito, demorando quase quinze minutos até conseguirem passar pelo semáforo e ela poder, finalmente, virar à direita e sair daquele trânsito. – Muito mais fácil andar por aqui do que naquela merda de via expressa. Via expressa meu rabo!

- Ainda bem que você não pode entrar na sala de parto. – Holger riu. – Esquerda e depois a segunda à esquerda de novo.

- Holger, fica na sua.

- Agora você segue essa direto e sairemos na rua atrás do hospital. – Holger falou, ignorando a rabugice de Catherine, e o restante do caminho foi em silêncio, e numa velocidade bem acima da permitida, e logo o carro estava parado em uma vaga no estacionamento e os dois saíram na direção do interior do hospital.

E, claro, Catherine deu autógrafos, tirou fotos e foi apenas sorrisos com todos os fãs que a pararam e cumprimentaram e quando, finalmente, conseguiram chegar ao andar da maternidade, encontraram Harry parado à frente do vidro, contemplando a pequena Heidi.

- Titia! – Rob gritou e saiu correndo até Catherine, que se abaixou para pegar o menino no colo e abraçá-lo e encher as bochechas dele de beijos e receber uma gargalhada em resposta.

- Você chegou a tempo pra comemoração do primeiro mês da sua afilhada, parabéns Heinze. – Harry provocou e Catherine o xingou em alemão. – Não use outro idioma pra me xingar.

- Eu prefiro não falar em inglês, não quero que o Rob entenda e saiba que a tia Cat fala esse tipo de coisa. – Catherine respondeu, fingindo estar brava, mas deu um sorriso. – E como foram as coisas? Elas estão bem? E já tão rápido?

- As coisas foram bem intensas, quase fizeram uma cesárea, mas no fim deu tudo certo e ela nasceu bem e as duas estão ótimas. Anna está descansando um pouco, Heidi está ali e você pode conhecer sua afilhada se olhar pelo vidro. – apontou. – Rob, vem cá, deixe sua tia ver sua irmãzinha.

GeborgenheitOnde histórias criam vida. Descubra agora