Zwölf

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Stuttgart, segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Dois anos depois da crise de ansiedade que tinha dado fim à última turnê, um novo single estava para sair. Apenas alguns minutos para o lançamento de "Anxiety" e ela mal podia conter o nervosismo.

Seu nome tinha sido comentado a semana inteira depois do anúncio do lançamento do primeiro single de seu novo álbum, que ainda não tinha nome divulgado, e só a menção de ter um lançamento vindo fez com que as vendas de suas músicas antigas aumentassem e que ela voltasse a figurar com músicas antigas no top 10 de vários charts.

Catherine estava feliz com o lançamento, esperava que seus fãs gostassem da música, mesmo que aquela seja uma música extremamente pessoal e que não precisa de aprovação externa, ela precisava apenas ser cantada. Estava sentada na cama de Holger, que estava se divertindo bastante ao vê-la tão nervosa por um lançamento.

Ele tinha ouvido a música no dia anterior e, mesmo que já tivesse presenciado crises de ansiedade, aquela música tinha mexido com ele e a única coisa que desejava fazer era proteger Catherine de tudo, mesmo sabendo que não era possível. A música, absolutamente sincera sincera, com toda certeza faria muito sucesso, mas nenhum deles estava pensando nisso, afinal, era uma música pessoal que não seria lançada para vender ou coisas do tipo.

- Cat, deita aqui. – Holger chamou, fazendo Catherine desviar os olhos do celular para os dele.

- A música vai sair em dois minutos. – resmungou, deitando-se ao lado de Holger, que a abraçou e lhe deu um beijo demorado na bochecha.

- E as pessoas vão ouvir e entender o que você quis dizer. – Holger falou, convicto. – E eu espero que você tenha mesmo entendido quando eu disse que sinto muito orgulho de você por estar de volta, por não deixar seu medo te paralisar e por saber que, como a Ada disse, você é Catherine fucking Heinze e que o mundo é seu. Todo seu. E esse seu novo álbum, que ainda não sei o nome, será um sucesso.

- Geborgenheit. – Catherine falou e Holger a olhou sem entender. – Esse é o nome do álbum, Holgi. Geborgenheit.

- Alguma música com esse nome?

- Não. – negou com um aceno e o olhou nos olhos. – É Geborgenheit, porque eu não poderia colocar "Músicas escritas para Holger Badstuber".

- Você está falando sério?

- Sim. – respondeu. – De treze músicas, dez são para e sobre você. Porque você foi muito importante pra mim nesse caminho de volta ao que eu amo fazer e por ter me ajudado em momentos de crise, por todos os abraços e respirações conjuntas, por me acalmar quando eu estava surtando, por todo carinho, por sair de Stuttgart várias vezes só pra passar algumas horas comigo em Munique, por ser meu fã, por ter me dado a sensação de segurança que eu tanto precisava, por ter me mostrado que eu posso fazer e ser o que eu quiser e por me dar a paz e a tranquilidade de estar em casa.

Holger a olhou com carinho e a ternura de sempre, mas tinha um agradecimento mudo em seu olhar quando a beijou. Não saberia como expressar em palavras como estava agradecido ao ouvir aquilo. Sentia-se da mesma forma, afinal, tinha dito isso há alguns meses para a irmã e nunca tinha parado de pensar sobre a sensação de segurança que Catherine lhe passava e como ela o fazia querer ser sempre uma melhor versão de si, como tinha feito com que ele enxergasse além do que vinha fazendo. Holger tinha se descoberto uma pessoa com múltiplos talentos, além de ter mesmo descoberto sua força.

- Você é tão bom nisso de me acalmar quando eu estou surtando, que os dois minutos e meio passaram e eu nem vi. – Catherine deu um sorriso pequeno quando encerrou o beijo.

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