Nocaute

685 65 3
                                    

-Certeza que é uma boa ideia, Gabriel? -Miguel estava confuso com esse plano surreal do Gabriel.

-Claro cara, eles nem vão desconfiar. -Gabriel tinha um sorriso cativante, e Miguel nunca tinha dito não para esse sorriso.

-Então deixa eu entender o seu plano. -Os dois eram colega de quarto no internado, a amizade deles eram de infância. E quando foram jogado nessa escola, um tinha o outro, e assim superavam qualquer problema.

-Você quer que eu vou até a sala do diretor, pego o livro de registro e depois queime?

-Sim, o diretor não pode ter prova contra mim, meu pai me mataria, e você é o mais rápido de nós dois.

Gabriel estava certo, desde quando os dois eram pequeno o Miguel sempre foi o mais forte e o mais esperto deles, mas ao lado do Gabriel o Miguel só fazia besteira.

Miguel ficou olhando para o nada por alguns segundo, ele sabia abrir uma porta trancada, conseguia muito bem se esquivar e não ser visto, apesar dele ter 16 anos, os seus pais sempre o treinaram para essas coisas, ele não entendia bem o por que, mas sabia que seu futuro não era de ter uma profissão comum.

Gabriel já entendia por que dele está nessa escola e ser treinado com essas habilidade, mas seu pai o fez prometer guardar segredo sobre os negócio da família.

-Tem só um problema. -Miguel se levantou e o olhou.

-Qual? -Gabriel também se levantou e ficou perto demais do Miguel, que não conseguia segurar sua respiração na presença do encantador Gabriel.

-Qual o problema, Miguel? -Gabriel chegou cada vez mais perto do Miguel, ele sabia que seu amigo tinha atração por ele, é isso era uma arma ao seu favor, para o Miguel fazer tudo que ele pedia.

-Nada, só vamos. -Miguel saiu de perto, estava ficando excitado e não teria coragem de declarar que o amava.

Gabriel então abriu um sorriso e os dois saíram do quarto.

-Você é o melhor. -Gabriel colocou a mão no ombro do amigo e os dois foram para a sala do diretor.

                         ****

Henrique

Estava na hora, tinha me vestido com um short e uma regata, por cima coloquei um blusão é uma calça moletom. Na mochila coloquei as luvas e o protetor bucal.

O dia tinha sido logo, nas aulas eu não conseguir me concentrar em nada, mas o que mais me preocupava era o Miguel. Não sabia como era o seu trabalho, mas tinha um pressentimento que o perigo o cercava a todo instante.

Eu não queria pensar em nada parecido, mas era impossível não imaginar ele em perigo.

O Matheus tinha sumido, ele tentou várias vezes fazer eu desistir, mas eu não iria, o acordo estava feito e eu tinha que lutar. O Afonso iria ganhar, isso eu já sabia, não por que eu não ia conseguir derrotar ele, mas o seu ego era tão grande, e se eu ganhasse ele nunca iria parar de me perseguir. E eu só queria paz. Só que isso era algo que eu nunca iria ter na minha vida.

Fui pelo corredor até a sala de ringue, estava escuro e já tinha batido o sinal de recolher.

Se alguém me pegasse estaria em maus lençóis. Fui com cautela, qualquer barulho me deixava em alerta. Não demorou muito e já estava na sala.

O ringue estava escuro, as luzes apagava e eu só conseguia ver uma sombra, cheguei mais perto e identifiquei que era o Afonso. Ele respirava fundo e pelas suas expressões que era iluminado por uma janela com luzes externa, via seu nervosismo.

O Herdeiro do Tráfico Onde histórias criam vida. Descubra agora