Entre nos dois

788 63 0
                                    

-Miguel, ele está bem?

-Sim, a bala passou de raspão. -Marcos suspirou de alívio.

-Agora me fala, que merda você queria fazer em levar meu filho junto?

-Ele que quis ir, não tive como segurar ele.

-Pelo menos conseguiu eliminar aqueles vermes?

-Sim, todos mortos e a mercadoria já é nossa. -Miguel estava apreensivo, sabia que foi errado levar o Henrique.

-Toma sua parte. -Marcos atirou uma mala de dinheiro no seu pé.

-É mais do que combinamos. -Miguel pegou a mala e viu as notas.

-Vocês fizeram um bom trabalho. Agora vou ver meu filho.

Marcos saiu e fui até o ambulatório onde o Henrique estava descansando.

-Parabéns herói, valeu a pena a sua teimosia? -Marcos chegou falando alto e o Henrique levou um susto.

-Pai? -Ele estava confuso, principalmente por que tinha tomado um monte de analgésico.

-Sim, sou seu pai, apesar de você não me obedecer.

Henrique pensou em responder que não devia obediência a um monstro, mas resolveu ficar em silêncio.

-Você me quis aqui, quis que aprendesse a ser um de vocês.

-Sim, mas a consequência está aí, se fosse melhor não estaria ferido.

Henrique olhou para sua perna e respirou fundo.

-Preciso ver minha mãe, quero saber como ela está.

-E você vai ver, só que não vai ser logo, se você quer mesmo entrar nessa vida, temos várias missões para você.

-Por que está fazendo isso? Eu não sou nada para você? -Henrique foi sincero, se sentiu magoado por seu pai não ter um pingo de piedade dele.

-Seu irmão está fazendo muita besteira e eu estou com vários problema no lado sul, o norte está cada vem mais perto. Não tenho tempo de resolver os seus dilemas.

-Gabriel? Um dia vou conhecer ele?

-Quem sabe em breve, mas no momento ele é uma má influência para você, ficará com o Miguel e vai aprender tudo com ele. No futuro talvez te recompenso.

Marcos saiu e deixou Henrique frustrado, ele achou que nunca seria capaz de deixar o seu pai satisfeito.

-Henrique, você está bem? -Miguel entrou no quarto e Henrique o olhou com os olhos cheio de lágrimas.

-As vezes tenho vontade de matá-lo. -Henrique foi sincero, a vida seria mais fácil com a morte do seu pai. Miguel pensou na sua mãe, ela desejou o mesmo com seu avô, e no fim conseguiu, só que isso custou a sua vida e não queria o mesmo fim para seu amado.

-Ei amor, tenha paciência, tudo vai dar certo. Podemos voltar para escola em breve.

-Não, não tem por que eu voltar para aquela escola depois do que eu fiz.

-A sua explosão me surpreendeu.

-Miguel, eu matei um aluno, nunca vou me perdoar.

-Você sabe que não foi sua culpa, eles que invadiram a escola. Você só tentou se defender.

Miguel mantia varios segredos, mas essa explosão magoava muito o Henrique, mas ele não podia revelar o motivo de ter armado ela.

O Herdeiro do Tráfico Onde histórias criam vida. Descubra agora