Capítulo 6

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Ok, então, eu tenho algumas manias estranhas... Já ouvi que muitas pessoas fazem isso, mas eu ainda considero bem estranho. Vamos para a minha lista.

Primeiro: Eu sempre quando estou lendo um livro, leio a fala dos personagens em voz alta e repito seus movimentos. Exemplo, se um personagem arqueia uma sobrancelha, eu faço o mesmo.

Segundo: Eu amo as músicas do Justin Bierber. Yeah, eu sei. Mas não consigo evitar. Fui em um show dele alguns anos atrás, e sempre quis ir novamente. Tenho uma camisa com o rosto dele, e uso para dormir às vezes.

Terceiro... Eu danço sozinha. Às vezes meus shows particulares envolvem cantar também, mas a dança é a maior parte.

E é isso que eu me encontro fazendo na noite do dia seguinte. Coloco meus air-pods no máximo tocando Sorry do Justin Bieber. Fecho os olhos e canto baixinho enquanto balanço os quadris, dançando.

Por conta dos olhos fechados, demoro alguns minutos para notar Nolan sentado na minha janela, com um sorrisinho divertido no rosto. Arregalo os olhos, sentindo minha bochecha corar e tiro os fones da orelha. Ele arqueia uma sobrancelha, me encarando de cima a baixo.

Eu não usava o pijama mais descente de todos. Um short bem curto de cada vermelho, com a borda de renda preta, e um top preto rendado, que não deixava muita para a imaginação. Também coloquei uma meia três quartos preta, e esse era meu estado, com o cabelo preso em um coque bagunçado.

"Você não deveria ter visto isso..." Murmuro, apoiando minha mão na nuca, desconfortável com a minha própria situação. O sorrisinho de Nolan cresce um pouco.

"Ah, não pare por minha causa. Eu estava curtindo o show." Diz, e eu bufo, rolando os olhos. Cruzo os braços.

"O que você quer?" Questiono, afastando o meu constrangimento do foco da nossa conversa.

Eu sabia que Nolan iria aparecer hoje. Mas estava esperando que fosse um pouquinho mais cedo, e depois que o jantar passou, imaginei que ele não viria mais.

"Quero saber se você tem algo para mim." Eu evito olhar em seus olhos.

Não, eu não tinha. Mas, em minha defesa, ele me deu apenas dois dias, e eu não sou exatamente a melhor espiã que você vai encontrar. Fiquei de olho em Sharon, mas ela não fez nada de interessante, além de aterrorizar estudantes e novatos inocentes.

Dou de ombros. "Sei o básico. Vadia manipuladora." Ele arqueia uma sobrancelha.

"Não é o suficiente, baby doll. Preciso dos segredos sujos. Sharon fez algo para de tornar rainha... Eu quero saber o que." Ele fala, e eu suspiro.

"Não sei isso." Estreito os olhos. "Por que todos acham que você e Adam estão mortos?"

Nolan da de ombros. "Porque era para nós estarmos."

"Já pensou que Sharon pode ter algo a ver com isso?" Indico, e Nolan revira os olhos e me encara como se eu fosse idiota. Não gosto disso.

"Acha que sou burro? Claro que já. Mas não posso fazer nada sem provas... Provas que você vai conseguir para mim." Bufo e coloco as mãos nos meus quadris.

"Não acho que você é burro. Acho que é um babaca. Da para você falar direito?" Reclamo, e Nolan parece parcialmente divertido e meio impaciente.

"Pode conseguir essa informação para mim ou não?" Questiona, e eu suspiro, mordendo o lábio.

Concordo com a cabeça. "Acho que sim."

Como, eu não faço ideia. Mas vou tentar. Quero trazer Sharon Stone para baixo, onde a vadia não vai tratar ninguém mais do modo que trata atualmente.

"Vou vir para cá toda noite até você ter algo para mim." Nolan fala, e eu faço questão de lhe dar meu sorriso mais falso possível.

"Yayy!! Mal consigo esperar e conter minha animação!" Resmungo, e seu sorrisinho divertido aparece novamente.

Nolan levanta da janela e se aproxima de mim. Sua pose de rei parecia esperar que todos se curvam aos seus pés e se disponham a fazer seus desejos. Parte de mim até quer fazer isso, porque essa é a vibração que exala dele. Mas eu nunca fui de abaixar a cabeça para ninguém.

Então faço o contrário. Ergo a cabeça, levantando o queixo para encontrar seu olhar com o meu próprio, uma expressão de desafio no meu rosto. O sorrisinho de Nolan cresce ainda mais, e ele para bem na minha frente.

Sua mão envolve minha garganta, mas ele não me aperta. Não me machuca. Era meio... possessivo, de certo modo. Como se ele estivesse declarando que podia fazer o que quisesse comigo, porque tinha esse direito.

Sinto meu corpo queimar, e um sentimento um pouco abaixo do meu estômago. Eu sabia o que era. Reconhecia o sentimento. Meu corpo gostava do modo como Nolan Stark agia, por mais que a minha mente fosse contra. Eu odiava, mas Deus, ele era quente.

Seu dedão encontra o local da minha pulsação e pressiona de leve, como se quisesse sentir a batida do meu coração. Sinto meu corpo corar quando meu coração acelera, e Nolan me encara como se soubesse exatamente o que eu estava pensando.

Seus lábios se aproximam do meu ouvido, e ele diz em um tom rouco: "Cuidado com essa sua boca, baby doll."

Engulo em seco. "Nah. Acontece que eu gosto assim."

Eu sabia que estava provocando o urso com uma vara, mas não conseguia parar. O quanto mais Nolan me provoca, mais eu quero provocá-lo também. É como um jogo.

"Eu também." Ele murmura, e passa a língua em seu piercing no lábio. "Me faz pensar em outros jeitos de usá-la."

Arqueio uma sobrancelha, olhando em seus olhos. "Pensei que já tínhamos estabelecido que isso não ia acontecer."

Nolan da uma risadinha rouca, como se soubesse de algo que eu não sei. "Se é isso que quer contar a si mesma... então boa sorte com isso, baby doll."

É como se ele achasse que não tinha jeito no inferno que eu pudesse resistir a Nolan Stark.

Babaca arrogante.

Nolan me solta e se afasta, voltando à janela. Seus olhos encontram os meus, ainda com o sorrisinho no rosto, e ele da uma piscadinha.

"Até mais, baby doll."

Não respondo antes de o ver sair.

E, fodasse... Mas meu corpo ainda queima.

The Stolen Empire - Gotville High 2Onde histórias criam vida. Descubra agora