The Stolen Empire - Gotville High 2

Capítulo 30

Eu cresci em uma casa cheia de esnobes. Yeah, eu sei, é incrível que eu tenha acabado sendo totalmente normal, mas meus pais são babacas. Eles nunca me bateram nem nada, então acho que eu tenho sorte se for ver desse lado. Nunca me diminuiram ou manipularam, o que também é um ponto positivo, com certeza. Eles só nunca conseguiram se importar. Contanto que eu mantesse as aparências e não manchasse o sobrenome Sorrentino, está tudo perfeito.

Então sempre me mantive fora do radar dos meus pais. Não conversamos muito, e nunca perguntei nada sobre como eles se conheceram, ou quais eram as outras opções para meu nome. Nem mesmo saberia das origens da família da minha mãe se não tivesse excutado uma conversa dos meus pais em segredo. Lilian Sorrentino costumava ser Lilian Hank, uma garota criada em uma garagem de trailers em uma pequena cidade na Austrália.

Claro, ninguém poderia saber, porque é uma vergonha para a nossa família. Depois que descobri isso, fiz minha própria pesquisa e retornei para a cidade natal da minha mãe sem ela saber. Por um dia inteiro, fingi ser mais uma integrande de um colégio que não custava um rim por mês.

E deixa eu te dizer algo que todas as escolas, de todas as classes sociais, tem em comum: Fofoca é mais rápida que a luz. Adolescentes adoram segredos, e adoram compartilha-los também. A maioria, pelo menos. E Gotville High não é a exceção.

No dia seguinte à briga de Liam e Arlo, sei que existe uma nova fofoca correndo pela escola assim que coloco meus pés no refeitório. Olho ao redor, vendo os alunos sussurrarem um com os outros e me aproximo da mesa das Serpentes, onde Ali estava sentada. Ela era a única que não parecia se importar com o que quer que estivesse acontecendo.

"Por que todos estão estranhos?" Pergunto para Ali, que suspira e rola os olhos, dando um gole do que parecia ser café.

"Fofoca. As gêmeas Ambrose estão de volta. O jatinho delas pousou ontem a noite." Ela fala, e eu arqueio as sobrancelhas.

"As filhas de Dimitri?" Questiono, e ela assente. Suspiro. "Por que isso parece ser tão importante quanto a chegada da rainha da Inglaterra por aqui?" Ali olha em volta e estreita os olhos para alguns alunos, bufando.

"Porque essas pessoas são idiotas. Mas Layla e Gwen eram como uma Sub-realeza por aqui e ninguém achou que elas iriam voltar depois que sairam da escola ano passado." Ela explica, dando de ombros. Seu olhar encontra algo atrás de mim e ela trinca a mandíbula. "Falando delas..."

Viro na minha cadeira para encará-las e arregalo os olhos. Puta merda. As gêmeas eram idênticas, isso é óbvio, e as duas são lindas. Uma delas, a que usava o uniforme dos Hounds, tinha cabelo longo, batendo na bunda, de um loiro que poderia ser confunfifo com branco. A outra, uma Serpente, tinha o cabelo cortado no ombro. Elas tinham olhos verdes pálidos e pele clara como a neve.

A de cabelo loiro se aproxima de nossa mesa com um sorriso simpático e senta do outro lado da Ali. "Hey, Ali!"

Minha amiga estreita um pouco os olhos, sem parecer muito feliz. "Gwen. Essa é Mia Sorrentino." Apresenta, sem muita vontade. Dou meu melhor sorriso amigável.

"Prazer." Cumprimento. Ela sorri para mim.

"Gwen Ambrose, a lenda." Escuto uma voz familiar falar, e eu vejo Syan sentar ao lado de Gwen, dando um sorrisinho torto. A menina arregala os olhos, da um gritinho e o abraça. Eu estreito os olhos para ele, pensando em Val.

Yeah, eu sei, eles podem ser só amigos. Mas eu tenho que cuidar da minha melhor amiga acima de tudo e todos.

Me aproximo de Ali para poder sussurrar sem mais ninguém ouvir: "Você não parece muito feliz em tê-la aqui."

Ela bufa. "Tá zoando? Ela sabia que meu irmão estava vivo o tempo todo. Mais, o pai dela que quase o matou. Costuava ser amiga dela, mas agora odeio a vadia." Resmunga. Eu concordo com a cabeça, entendendo. Ali balança a cabeça. "O pior é que Gwen não é nem a gêmea má. Espera até você conhecer aquela ali." Ali indica algo atrás de mim.

Me viro para encontrar Layla Ambrose na mesa dos Hounds, sentada ao lado de Liam. Ele tinha um sorrisinho no rosto e os dois conversavam com uma familiaridade que você só tem com alguém com quem já foi bem íntimo. Franzo a testa.

"Ela e Adam eram amigos, antes de tudo. Consequentemente, ela e Liam eram próximos também." Ali explica e eu concordo com a cabeça. Suspiro e desvio o olhar.

Passo o resto do almoço na minha, sem querer pensar em Liam ou meninas que ele é próximo. Porque, aquele sorriso que ele dava para ela?

Era um que eu nunca recebi.

*                 *                   *

Os próximos dias passam sem grandes acontecimentos, e logo o baile do final de semana chega. Outra coisa que também estava se aproximando era a minha luta com Ruby, mas eu tento não pensar muito nisso. O tema do baile era sexo, e eu já fui avisada que seria uma espécie de putaria total. As meninas iriam de langerie, e os meninos com o mais próximo de nada.

Eu e Val nos arrumamos juntas, e Jace iria aparecer para nos buscar. A minha roupa era um sutiã de renda preto que tinha apenas uma tira fina cobrindo os mamilos e uma calcinha de conjunto bem fio dental, com uma cinta liga. Meu salto era absurdamente alto, bem fino. A maquiagem era composta por sombras de tons escuros, com um preto brilhante e o batom vinho escuro. Minhas unhas estavam pintadas de vermelho e cortadas no estilo pontudo, eu usava um brindo de argola preto brilhante e meu cabelo estava preso em um rabo com algumas mechas caindo estrategicamente no rosto.

Valerie optou por algo mais discreto. Ela usava um body preto decotado, que era preso por diversas tiras na parte da cintura, deixando sua barriga a mostra. Por cima, havia uma joia prata que cobria a area de seus peitos e tinha uns detalhes pela barriga. Suas unhas estavam pintadas de um esmalte prata espelhado - que eu emprestei, obrigada - e sua maquiagem eram sombras pretas e pratas, com um delineado e um batom preto. O salto era também preto com alguns spikes pratas na parte de trás.

Quando nós duas estamos na frente do espelho, eu sorrio.

"Vamos arrasar hoje." Digo, e Val solta uma risadinha, me abraçando de lado.

"Claro que vamos. Estamos juntas, afinal."

E contanto que fosse assim, o mundo podia jogar seu pior para cima de mim. Eu vou ficar bem.