Capítulo 26

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Se tem uma coisa que eu aprendi em Gotville High é que existem níveis de riqueza. Tem uma pirâmide que determina esse tipo de coisa. Eu estou no meio dessa pirâmide, e sempre vivi mais que bem. Nolan? Bem, Nolan está no topo. Cheguei a essa conclusão quando acordei em um sofá mais confortável que a minha cama no dia seguinte, com um cobertor de lã sob meu corpo.

Noite passada, depois da pequena provocação de Nolan, eu tomei um longo banho frio e apenas desci quando a pizza chegou. Nós comemos e depois fomos para a sala e assistimos alguns episódios de Breaking Bad, uma série que ele curtia. Pessoalmente, eu era mais uma garota de Gossip Girl, mas Nolan fez massagem nos meus pés, então não reclamei.

Quando começou a ficar frio, ele pegou um cobertor e eu deitei ao seu lado. É a última coisa que me lembro antes de adormecer. Olho ao redor e não vejo Nolan por ali. Suspiro e me levanto do sofá. Assim que saio da sala, o vejo encostado no balcão da cozinha, com uma xícara de café na mão.

"Bom dia, baby doll." Ele diz. Murmuro algo em troca e procuro os ingredientes para a minha bebida matinal. Quando preparo, notio Nolan me encarando.

"Vai sair?" Questiono, notando que ele parecia pronto para dar o fora.

"Yeah. para a cidade resolver umas coisas." Arqueio uma sobrancelha, dando um sorrisinho levemente divertido.

"Com assassinos contratados?" Nolan dá de ombros.

"Talvez. Quer vir?" Suspiro e mordo o lábio, pensando em sua proposta. Então dou de ombros.

"Okay. Me dá meia hora para eu me arrumar." Falo, e um sorrisinho aparece em seus lábios.

"Vinte e cinco minutos." Tenta negociar. estreito os olhos, sabendo que ele fazia isso apenas para arrumar um motivo para discutir comigo. Bem, você não vai ganhar essa, bonitão.

"Vinte e oito minutos." Digo, e não lhe dou tempo para responder antes de ir em direção às escadas e subir para o andar dos quartos.

"Vinte e oito em ponto, Sorrentino!" Nolan grita. Dou um sorrisinho divertido, revirando os olhos enquanto entro no meu quarto.

Tomo uma chuveirada rápida, faço minha higiene matinal e coloco uma roupa. Short jeans preto curto com um body da mesma cor, de alcinha, com um zíper no meio. Prendo o cabelo em um rabo de cavalo alto e coloco um Vans completamente preto. Olho no relógio e dou um sorrisinho ao ver que se passaram vinte e sete minutos. Quando bate vinte e oito, escuto Nolan buzinar repetidamente do lado de fora da casa.

Rolo os olhos e conto quarenta segundos na cabeça, entçao desço. Quando entro no carro, estou exatamente um minuto atrasada. Sorrio para Nolan.

Ele balança a cabeça de um lado para o outro, divertido, e acelera o carro. Era uma Ferrari preta fosco, e, mesmo sem saber nada de carros, eu quase tenho um orgasmo com o motor. Porra, essa coisinha aqui corre.

A cidade na qual Nolan estava se referindo é uma pequena vila próxima ao litoral. Demoramos cerca de dez minutos para chegarmos, e ele dirige ate uma espécie de armazém na parte menos movimentada da vila. Ele suspira e desliga o carro, então vira para me encarar. Seu rosto se torna sério, toda a diversão esquecida.

"Vamos entrar lá, e você faz exatamente o que eu digo, entendeu? Quer ser mão das Serpentes? Esse é seu teste." Nolan diz, e eu olho dele para a porta do armazèm. Arqueio uma sobrancelha quando meus olhos encontram os seus.

"Esse não foi o combinado." Digo, e ele bufa.

"Sorrentino, estou falando sério. desobedece e você pode morrer lá dentro. E, se isso não acontecer, eu mesmo te mato. Entendeu, ou quer voltar?" Eu suspiro, igualando à sua seriedade.

"Okay. E você não vai me matar." Digo, saindo do carro. Nolan sai tambem e da um sorrisinho torto que me assusta um pouquinho.

"Não vamos testar essa teoria." Murmura. Ele se aproxima de mim, tira uma arma da jaqueta e coloca na parte de trás do meu short. "Parte de ser uma Serpente é saber quando atacar. Finge que sabe o que está fazendo e segue a minha liderança."

Concordo com a cabeça e estou logo atrás dele quando Nolan entra no armazém. Lá dentro, havia apenas um homem carregando duas sacolas. Ele estava na meia idade, com cabelos pretos grisalhos e olhos castanhos nada gentis. O homem tinha uma cicatriz cruzando seu rosto que endurecia sua expressão já fechada.

Nolan suspira e arqueia uma sobrancelha. "Onde está a terceira bolsa que combinamos, Tomás?" Questiona, e o homem da de ombros. me mantenho ao lado de Nolan, atenta a qualquer movimento.

"Houve uma mudança de planos. Avise a Dimitri que é apenas isso que ele vai receber."  O homem diz, e ele e Nolan se encaram em silêncio por alguns instantes.

Eu sei o que vai acontecer assim que Nolan se move, e suas palavras voltam para mim. Parte de ser uma Serpente é saber quando atacar. Bem, eu vou atacar. Minha mão voa para a arma no meu short e eu aponto para o homem ao mesmo tempo que Nolan faz. Tomás também sacou sua arma, mas somos dois contra um.

"Larga, Tomás. Se você atirar em um de nós, o outro vai explodir sua cabeça." Nolan diz, e eu vejo o homem hesitar, então abaixar a arma.

Nessa hora, Nolan atira na coxa direita de Tomás. O homem de meia idade cai no chão e eu coloco minha arma novamente no short, meu coração acelerado no peito. O adolescente suspira e se aproxima do mais velho no chão. Olha por um segundo antes de pisar na coxa ferida, fazendo o homem gritar de dor.

"Quero o resto entregue até semana que vem, Tomás." Nolan avisa, então pega as duas bolsas e se dirige para a saida. Olhando para Tomás uma última vez, eu o sigo. Ele da um sorrisinho quando estamos do lado de fora. "Ainda bem que o cara estava se mijando ou iria notar que você segurou a arma do jeito errado. Sharon é uma vergonha." Murmura.

Em vez de ir para seu próprio carro, Nolan segue para um Porsche estacionado ao lado de sua Ferrari. "Ela nunca ensinou nada. Aprendi o que sei de Arlo." Explico, então franzo a testa. "POr que está indo para outro carro?"

Nolan quebra a janela do Porsche e abre a porta, indicando para eu entrar. "É o carro de Tomás. Entra. Vamos apostar uma corrida." Ele sorri e arqueia uma sobrancelha. "A não ser que você esteja com medo."

Reviro os olhos e entro no carro. Nolan se abaixa e pega os fios do carro, fazendo aquilo que sempre vemos nos filmes. O motor ruge à vida e ele sorri, então sai, fecha a porta e entra em seu próprio carro.

Abro a minha janela quando Nolan faz o mesmo e ele sorri para mim.

"Aposto quinhentos mil que ganho." Fala, e eu mordo o lábio.

"Aposto uma foda que não."

Eu o surpreendi. Surpreendi até a mim mesma. Mas o olhar no seu rosto valeu a pena, sem falar que não seria muito ruim ganhar essa aposta. Me aproveito de seu choque momentâneo e acelero o carro, ganhando uma vantagem inicial.

Mas isso não dura muito tempo e Nolan logo me alcança. Sabe, eu nunca corri assim na minha vida, então não me surpreendo quando vejo que ele está ganhando. Ele passa a corrida toda com uma boa superioridade sobre mim. Pelo menos até chegarmos em sua casa, nossa linha de chegada. 

Ele estava prestes a ganhar quando seu carro para. Ele simplesmente freia, e eu chego primeiro. Meu carro chega antes do dele.

Nolan me deixou ganhar a corrida.

The Stolen Empire - Gotville High 2Onde histórias criam vida. Descubra agora