Capítulo 33

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Querem adicionar mais um fator à Incrível vida de Mia Sorrentino? Minhas ressacas são como quinhentos elefantes pulando na minha cabeça. Não que eu já tenha victo um elefante pular, mas imagino que faça um pequeno estrago. Sempre fico uns cinco minutos deitada na cama, me perguntando se eu realmente queria me matar ou se era apenas a dor falando. É uma grande bosta. Mas sabe o que é pior do que uma ressaca normal?

A famosa ressaca moral. Assim que abro meus olhos no dia seguinte ao baile, me sinto uma merda. Não apenas pela insuportável dor de cabeça que eu tinha, mas pelo que fiz. Eu sou uma pessoa terrível. Fazer Liam me confortar enquanto eu chorava porque o outro cara que eu estava apaixonada tinha saído para foder outra menina? Quem faz isso? 

Infelizmente, essa não foi uma das vezes que eu me esqueci do que aconteceu. Na verdade, eu me lembrava perfeitamente. Depois de me trazer para seu quarto, Liam me abraçou na cama até eu me sentir melhor. Ele não disse nada, apenas ficou passando a mão no meu cabelo até eu me acalmar. 

Escondi meu rosto em seu pescoço, e quando parei de chorar, murmurei: "Eu gostei de dançar com você hoje, sabe. Me diverti."

Ele beija minha cabeça. "Eu também, princesa. Eu também." Sussurra.

Fechei meus olhos, preparada para dormir. Exceto que eu não dormi. Em vez disso, corri para o banheiro e vomitei. Yeah, eu sei. Nada bonito. Mas eu sempre acabo vomitando depois de encher a cara. Garota sortuda, ahn?

Liam foi atrás de mim e segurou meu cabelo, sua mao na minha nuca, o dedão acariciando a minha pele em conforto. Eu devo ter apagado depois disso, porque não me lembro de mais nada. Agora, eu estava de

itada na cama dele, com uma camisa sua cobrindo meu corpo, apesar de eu ainda usar a langerie por baixo. 

Olho ao redor, mas Liam não está no quarto. Vejo um copo de água e pílulas na mesinha ao lado da cama, junto com um bilhete. 

Tive que sair para resolver algumas coisas. Fica quanto quiser, volto mais tarde.
Liam.

Suspiro e sento na cama. Tomo os comprimidos e a água, então vou para o banheiro fazer minha higiene matinal. Uso meu dedo como escova de dente, então prendo meu cabelo com o elástico no meu pulso. Sem querer abusar, pego meu sapato na mão e saio assim que pego tudo que trouxe comigo. Apenas levo a camisa de Liam, porque sair de langerie na luz do dia é todo um outro nível de confiança.

Cruzo o corredor da escola e subo as escadas para o meu andar. Assim que chego perto da minha porta, vejo Valerie indo de fininho para seu quarto. A visão me faz sorrir, divertida, apesar de eu me sentir uma grande merda. O remédio está começando a fazer efeito, então isso é bom. Solto uma risadinha quando minha amiga se atrapalha com suas chaves.

Ela me olha e suspira, suas bochechas ficando levemente rosadas. "Você me assustou." Sussurra, e meu sorriso cresce um pouco mais. A encaro de cima a baixo, analisando suas roupas de ontem a noite.

"Noite longa?" Provoco, e minha amiga estreita os olhos. 

"Não me julga. Você é pior." Resmunga.

"Não estou te julgando. Mas por que eu sou pior?" Questiono. Acho que nós duas estamos nos recuperando da noite passada, porque estamos mantendo a voz bem baixa. Val arqueia as sobrancelhas, como se eu tivesse feito a pergunta mais idiota de todos os tempos.

"Quer realmente que eu responda isso?" Eu suspiro. Certo.

"Não. Deixa para lá." Mumuro, pensando nos quatro caras que eu tinha ficado apenas no último mês. Cruzo os braços. "Mas, só para deixar claro, nada aconteceu ontem a noite." Falo. Um sorrisinho aparece no rosto dela.

"Não posso dizer o mesmo." Fala, e eu arregalo os olhos. Ela ri. "Talvez eu tenha perdido a minha virgindade ontem a noite."

Wow. Quero dizer, sabia que Val gostava de Syan, e eles estavam se vendo regularmente desde que se conheceram, mas não sabia que era tão sério assim. Mas, bem, conhecendo Valerie, talvez nem seja memso. Minha amiga é extremamente impulsiva, e vive sobre o lema Prefiro me arrepender de coisas que fiz do que de coisas que não fiz. Sempre imaginei que ela iria acabar perdendo a virgindade para um gigolô desconhecido, então suponho que isso seja melhor.

"Valerie! Que safada!" Provoco, e ela rola os olhos, divertida. Me encosto contra a minha porta. "Me diz, como foi? Doeu?"

Val morde o lábio. "Na verdade, doeu bem menos do que eu achei que faria. Não sangrou nem nada, apenas uma pontada." Fala. Vadia sortuda do caralho. Ela suspira, corando um pouco. "Podemos não falar sobre isso no corredor?"

"Então, vocês dois são um lance agora?" Questiono, ignorando seu último pedido. Valerie sorri, divertida, e dá de ombros.

"Para ser sincera, eu não sei. Ele disse que realmente gosta de mim, então eu acho que sim. Provavelmente ainda vamos falar sobre isso." Diz, e eu sorrio com a felicidade em seu rosto. Sei que Val realmente gostava desse menino, e apenas o fato de não estar tendo uma crise existêncial nesse momento prova isso.

Quando ela beijou um menino de verdade pela primeira vez, com dez anos - antes de mim. Lembra aquilo que disse sobre ser impulsiva? - minha amiga se trancou no banheiro e chorou por horas sem conseguir sair por ter se arrependido. Ela ficou resmungando sobre como sua mãe iria matá-la - o que não foi o caso, por sinal - e como não deveria ter feito nada. Foi uma das poucas vezes que a vi chorar.

"Bem, se ele te machucar me avisa que eu meto porrada nele." Falo, e Val solta uma risadinha. 

"Valeu, amiga, mas acho que não vai ser necessário." diz, divertida, e eu dou de ombros.

"Nunca se sabe. Vou tomar um banho e descansar um pouco. Nos vemos mais tarde?" Valerie concorda com a cabeça e nós duas entramos em nossos respectivos quartos. Fico satisfeita pela minha amiga.

Pelo menos uma de nós não tem uma vida amorosa cheia de problemas.

The Stolen Empire - Gotville High 2Onde histórias criam vida. Descubra agora