4 | Aquele em que o plano se inicia

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Haviam se passado uma semana. Uma semana em que aquele pedaço de papel laranja e cheio de desenhos e figurinhas interferiram na rotina de Mark. Faziam exatos 7 dias em que seu cérebro fervia em agonia sobre o que realmente fazer com aquele caderninho amarelo.

Tudo bem que o mais sensato a se fazer seria entregar ao dono, que andava cada vez mais preocupado com o paradeiro de seu tesouro, encarando qualquer pessoa que passava por si com pilhas de livros, prendendo ate mesmo um bilhete na caixa onde ficavam os achados e perdidos retornando ao final no período todos os dias para ver se alguém o devolveu.

Ele tentou, em finais de seus treinos e durante o intervalo, devolver ao rapaz atordoado seu precioso, porém, alguma coisa sempre o barrava no meio do caminho o impedindo de finalizar sua ação com sucesso. Por mais que tenha sido curta a sua exploração pelo caderno, - já que achou aquilo invasivo e constrangedor demais -, aquela pequena lista acabou mexendo com suas estruturas de forma catastrófica e se brincar, nem mesmo o jogador sabia o real motivo das palpitadas em seu coração. Talvez, apenas talvez, seja a surpresa acumulada em seu peito pois nunca se passou em sua cabeça que Donghyuck poderia pensar dessa forma, como dito antes, ele parecia tão reservado, o tipo de garoto que não gosta de sair de sua zona de conforto.

Quando eles se esbarravam na biblioteca, o garoto parecia entrar em uma pequena bolha mas o Donghyuck das poucas páginas que leu parecia tão... diferente?

E sim, aquilo intrigou Mark de uma forma surreal.

Ele se sentia feliz quando ele e seus amigos saiam por ai, mesmo sem uma rota ou destino a se seguir, mas, gostavam de sentir o gostinho da juventude e tudo mais que vinha junto. O frio na barriga, gostava de desafiar seus limites, viver intensamente.

Ele se prometeu nunca mais deixar o medo o atrapalhar novamente.

E aquela lista sobre o que fazer depois do colegial, parecia em tese muito simples mas no fundo ele sabia que poderia ter um grande significado para o garoto de fios castanhos quase alaranjados. Mas o futuro era tão incerto, o presente deveria ser abraçado e desfrutado da melhor forma, pelo menos ele pensava dessa forma no seu secreto, também queria que seu "amigo" pensasse dessa mesma forma.

"Por quê a princesa está a olhar para o nada?" Taeyong apareceu do além, mais uma vez, remexendo seus fios azuis um hábito que ele pegou desde que coloriu sua cabeleira. "Ainda está com aquela lista? Por quê não devolveu pro garoto, seu idiota? Chenle disse que ele mal dorme direito."

"Eu não sei porque mas sinto que só entregar não basta." O acastanhado murmurou, sendo arrastado por seu amigo para a entrada da escola onde ficariam esperando o restante de seus amigos.

"Não acredito que tá apaixonado, Mark Lee?" O azulado riu de forma escandalosa, atraindo olhares. "Jurava que Sicheng ia se apaixonar primeiro que você, ninguém conquista aquele coração de pedra. Credo."

"Hyung, no dia em que eu me apaixonar, Taeil e Doyoung voltam." Bastou aquela única frase para Taeyong se calar, aceitando sua derrota. Mark riu, apoiando suas costas na parede. "Sabe, ele é tão quieto e na dele. Seria divertido se ele, sei lá, fizesse pelo menos alguma coisa da lista."

"A gente não tá em um filme americano, você sabe disso, certo?" A pergunta fez o canadense comprimir seus lábios, em pura insatisfação. "Ele nem te conhece direito, nem doido ele toparia e..." O mais velho começou a sua frase que subitamente morreu, causando estranheza ao canadense .

Foi só depois de seguir o olhar de seu amigo que chegou a uma conclusão.

Ele encarava um carro cinza que parou na frente do portão - aparentemente muito caro por sinal - e pra surpresa de Mark o garoto que estava lhe dando dor de cabeça estava ali, ao lado de um homem loiro e com um sorriso brilhante.

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