7 | Aquele em que a manhã não chega

339 48 35
                                    

Foi um instante. Em um momento Donghyuck não enxergava nada e no outro tinha o jogador de fios enrolados em sua visão.

Para completar a confusão que pairava sobre o jovem, um zumbido incessante em sua cabeça o tornava incapaz de ouvir o que saia da boca do moreno que se abria e fechava de forma copiosa. A expressão de espanto no rosto fino do canadense, trazia a Dong a sensação de que talvez algo não estava certo. Então mais uma vez as luzes piscavam sem piedade alguma, cegando os olhos do dono dos fios quase rubros mais uma vez.

Tudo estava confuso e a conclusão que tínhamos é que o jovem rapaz não estava entendendo absolutamente nada.

"Donghyuck, fique acordado pelo amor de Deus." A voz começou ultrapassar o barulho irritante, até estar 90% nítida, afinal, a música estava aparentemente mais alta do que a alguns minutos. Lê-se insuportável.

O garoto, que começou a retomar a sua consciência, percebeu que o que estava o impedindo de se colidir com o chão duro e sujo, e ser pisoteado pelas pessoas que bailavam pela pista eram as mãos de Mark Lee. Elas contornavam seu tronco, sem poupar nenhuma força e um mísero esforço, e com o álcool ainda percorrendo suas veias, demorou um tempo para que Donghyuck percebesse que seu corpo além de estar sendo sustentado pelo jogador, estava também sendo arrastado por aquele ser "odiado" por ele. "Vamos sentar ali, tudo bem?"

Num momento de burrice, se me permitem assim dizer, o rapaz sentiu que podia ter controle de todo o seu corpo e seu equilíbrio, se desprendendo dos cuidados do dono dos fios escuros. "Eu tô bem." O dono dos fios castanhos-alaranjado murmurou, dando o primeiro passo para subir o degrau de sei lá aonde era levado, sentindo suas pernas fraquejarem mais uma vez e talvez pela impaciência - e mais uma vez o álcool - o garoto revirou seus olhos, virando seu corpo em direção ao rapaz que ria de sua cara. "Okay, me leva."

Estendeu seu braço mantendo o outro apoiado no corrimão, mantendo um bico em pura insatisfação em seu rosto, que conseguiu arrancar um sorriso singelo do jogador que começou a gostar de presenciar essa cena.

Talvez, não tenha sido uma total furada embarcar nessa jornada estranha.

Se aproximou com cuidado, colocando o braço do garoto impaciente por trás do seu pescoço, levando o seu para a cintura alheia sustentando o corpo de Donghyuck na medida em que subiam as escadas tentando não se esbarrar com pessoas ocupadas demais se engolindo para no mínimo abrir espaço. Avistando em um canto um sofá vazio, ajudou o dono da lista a se sentar.

"Isso parece um clichê de um filme, sabe?" Ele murmurou se encolhendo no estofado avermelhado, passando seus dedos pelos fios molhados que ocultavam sua visão. Donghyuck não estava em seu estado normal e ele nunca tinha bebido em toda a sua vida, tornando a sua reação ao álcool uma surpresa para ele mesmo.

Mark encarava tudo com atenção. Talvez fosse porque ele não conhecia Donghyuck tão bem, nunca pensou que o garoto da rádio da escola conseguia ser tão falante e radiante quando queria. Longe de seus amigos ele parecia quieto e agora, ver o Lee rindo até das luzes que piscavam era hilário. "Faltou você me dar a sua jaqueta." O rapaz quase bêbado soltou de forma aleatória, recebendo um olhar sugestivo.

"Quer?" O ser com um sorriso em seus lábios, balançou suas sobrancelhas fazendo o rapaz revirar seus olhos. "Eu vou resolver algo e já volto. Não se mexa."

Em meio seu ato caracterizado por Donghyuck de abandono, o dono do caderno viu Mark esbarrar em uma pessoa aleatória e a xingar com sua pose ameaçadora antes de sumir descendo as escadas. E então o Dong foi deixado ali, sozinho sem entender o que se passava em sua mente tendo em mãos um copo com cerveja roubada de um casal ocupados demais se beijando para notar.

we are youngOnde histórias criam vida. Descubra agora