Mama

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_ Renatinha? Adriana?

Só então as meninas perceberam que ela estava ali à nossa frente e rapidamente levantaram sorrindo para cumprimenta-la.

_ Mama! _ exclamou Renata _ Quanta saudade...

_ Nem parece que se passaram todos esses anos, a senhora continua tão jovem... _ disse Adriana, sendo ela mesma como sempre.

_ Nossa, como vocês estão lindas! Nunca pensei que as veria novamente, nem todas as crianças desejam ver pessoas dos orfanatos que frequentaram...

_ Mas nós não somos como elas. _ falou Adriana com um sorriso, se ela fosse um pouquinho mais esperta seria como eu.

_ Sente com a gente, por favor. _ pediu Renata.

Só quando Mama se acomodou em sua cadeira foi perceber que eu estava ali.

_ Olá...

_ Laureen. Prazer. _ falei estendendo minha mão. Ela segurou devolvendo o cumprimento.

_ Mama. É amiga das meninas?

_ Sim... _ concordei, mas fiquei indecisa sobre o que dizer. Não tinha conversado com as meninas sobre isso e ainda não confiava em Mama, precisava ter certeza de que ela poderia nos ajudar.

_ Amiga de escola. _ interviu Adriana dando uma piscadela.

_ E então Mama, como tem andado seu trabalho? _ perguntou Renata.

_ Ah querida, me aposentei a uns três anos atrás. Apesar de que ainda realizo alguns trabalhos voluntários...

Bom coração ou Fachada Hipócrita?

Mama falava demais, ficou desabafando sobre sua vida, seus dois filhos, um dentista e outro soldado na aeronáutica, fiquei sabendo que ela era divorciada a bastante tempo e não queria saber de outros relacionamentos. Falou tanto de sua vida que eu sentia que podia escrever um livro sobre aquilo. E eu que estava à procura de confiança naquela mulher desconhecida pra mim entendi porque as meninas acreditavam tanto nela, ela era como uma mãe que nunca tivemos, enjoada, exigente mas toda ouvidos, faladeira sem dúvida mas que defenderia qualquer um que precisasse de sua ajuda.

CH

Mama ficou se queixando da longa viagem que fez e reclamou dos preços da alimentação do shopping, convencendo Renata a retornar pra sua casa e almoçarem juntas, mais tarde poderíamos nos encontrar pra tomar um chá, ela disse que tinha que ir à cidade vizinha antes de anoitecer, tinha conhecidos por lá e queria aproveitar a viagem.

Enquanto elas entravam num táxi, eu e Adriana acenávamos da calçada do shopping.

_ Ela sempre foi muito próxima de Renata?

_ Sim, eu era a mais revoltada e sempre vivia de castigo ou então armando planos com Tiago e Railsom, Renata vivia escondida e debaixo da saia dela.

_ Ela parece ser bem compreensiva.

_ E é. Sei que você não confia tão facilmente Laureen, mas garanto que se você contar pra ela quem é e o que procura, ela vai te ajudar. Eu lembro que ela enfrentou Soraya algumas vezes por causa de nós, por isso não ficou tanto tempo no orfanato.

Balancei a cabeça concordando, eu deveria realmente aproveitar tudo que Mama pudesse me dar, afinal eu não tinha tantas pessoas ao meu lado quanto Soraya parecia ter, afinal de contas, ela ainda permanecia intocável.

CH

Enquanto voltava pra casa de carona com Adriana meu celular tocou.

_ Oi amor. _ falei.

CHIQUITITAS - RevengeOnde histórias criam vida. Descubra agora