CAPÍTULO VI - Primeiras mudanças

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As crianças que nunca tinham visto as Senhoras de perto estavam curiosas e procuravam se aproximar. A Senhora estava feliz, e gostava da proximidade com aquelas criaturas tão inocentes e puras. Uma delas chamava muito a sua atenção.

A pequena Mirela. Ela havia vindo para a cidade com os tios, pois seus pais haviam sido mortos pelos homens que invadiram Lisfast.

Todas as crianças corriam, gritavam e brincavam, mas a pequena Mirela ficava quieta encostadinha a um dos pilares da festa, olhando intensamente para a Senhora.

Quando ela fez menção de se aproximar da Senhora, seus tios a seguraram e mandaram que ficasse em seu lugar.

A Senhora não gostou da forma com que falaram com a criança e mandou que a trouxessem até ela.

- Senhora, esta menina não fala. Não nos dá trabalho, é uma boa menina, mas não sabemos mais o que fazer para que se alegre. Desde que veio morar conosco nunca disse uma só palavra ou sorriu.

- Venha até aqui criança. – a menina se aproximou com muita cautela – não tenha medo. Eu adoro crianças. – finalmente a menina se aproxima. – Você pode me dizer seu nome?

- Mi-Mirela. – todos olham espantados ao ouvir aquela voz pela primeira vez.

- Quantos anos você tem?

- Três – ela mostra os dedinhos também

- Porque você não quer falar? – a menina começa a chorar. Um choro sentido que faz com que todos fiquem em silêncio ao perceberem a sua dor. – não chore pequena – a Senhora a abraça- me conte tudo.

Com muita dificuldade, pois havia muito tempo que não usava a sua voz, ela começou a contar.

- Os homens maus correram atrás do papai, mataram ele. Aí a mamãe mandou a gente ficar calado, e bem quietinhos pra eles não saberem que a gente estava lá, mas meu irmãozinho era um bebezinho e começou a chorar. A mamãe me colocou em baixo de um caixote e cobriu ele de palha e mais um monte de coisas e falou que eu não podia falar nada até ela voltar. Eu não vi mais nada, mas ouvi aquele barulho feio e tapei meus ouvidos e fechei bem os olhos. Eu fiquei esperando a mamãe voltar, mas ela não voltava.

- Oh meu amorzinho!

- Eu fiquei muito tempo escondida, mas a minha barriguinha estava com fome, e eu saí. Aí eu vi meu irmãozinho morto, mas não vi a mamãe. – Ela finalmente levanta os olhos para a Senhora – se eu ficasse calada a mamãe ia voltar, mas agora que eu falei, ela não vai voltar mais! – e começa a chorar muito sentida.

- Senhora, a família que morava ao lado a encontrou carregando o irmão morto nos braços, e toda ensanguentada. Eles enterraram o menino, a limparam e alimentaram e depois a levaram para nós. Mas não sabíamos que ela tinha visto todos serem mortos. – disse a tia da menina

- A mamãe não morreu! Ela vai voltar!

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- A mamãe não morreu! Ela vai voltar!

A Senhora a toma nos braços e se afasta um pouco, sussurrando palavras de consolo para Mirela, que tem os olhos muito tristes, algo que uma criança não deveria ter. Então se volta para o povo e anuncia:

CHANCES - THE WEREWOLF SERIES - LIVRO 2 - SECOND CHANCE ( AS RAÍZES )Onde histórias criam vida. Descubra agora