Capítulo 8

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O incêndio está sendo investigado, pelo próprio xerife McConaughey. Ele está se esforçando, apesar de nós dois sabermos que não irá encontrar nada. À essa altura, já entendemos que estamos sempre um passo atrás.

A pessoa por trás de tudo isso, planejou tudo muito bem. Por um longo período de tempo. Ele não é um dos adolescentes. Não tem menos que 35 anos. É um fato. Ele está brincando conosco. Queimar a sala de provas foi uma espécie de plano reserva, e ele deve ter feito isso porquê tínhamos suas amostras.

No momento estou verificando no sistema, por alto, o nome de todos os indivíduos que tiveram amostras colhidas nas últimas semanas. Pra minha surpresa, muita gente teve. Houveram festas onde a polícia apreendeu motoristas embreagados, colheram amostras de todos. Entre outras coisas bobas como pessoas que furtaram lojas, duas foram pegas fazendo sexo em público, outros invadiram propriedades... Olhando de longe, Hammond é perfeita. Uma semana trabalhando aqui e eu percebi que não poderia estar mais enganada.
As pessoas são insanas em cidades pequenas. Enquanto umas são 8, outras são 80. Principalmente os mais jovens.

Alex que o diga.
O nome dele está na lista de amostras colhidas. Já comparamos seu DNA com os que temos da cena do crime, não deu match. Ele não está envolvido. Mas uma parte de mim ainda acha que ele sabe mais. E ele mente pra cacete então é complicado contar com a ajuda dele.

— Então — Sade limpa a boca. Acabamos de pedir comida. Estou analisando o sistema de provas enquanto ele almoçava. O cheiro era horrível — Quem você acha que foi?

— Quem matou Maddie?

— Sim.

— Dr. Rutger. — digo e ele aquiesce — Muitos fatos apontam pra ele. Ele teve um relacionamento secreto com a mãe da vítima, e ele era psicólogo da Maddie... É uma situação estranha. E o que ele fez na casa, soterrar aquela construção sob a casa, foi no mínimo, suspeito. E aconteceu aquilo com meu celular, ele simplesmente formatou sozinho. Eu sei que ele fez algo. Ele não é inocente.

— Tem razão, é bastante suspeito. — diz pensativo — Sr. Calister não é o culpado, disso eu já sei. Mas não posso parar de investigar.

— Não está aqui pelo assassinato, será que pode me dizer o que a família Calister fez? — pergunto encarando ele e Sade não se move, sem intenção de me responder — Você não está me ajudando, poderia ao menos ser sincero comigo uma única vez. Você mente sobre várias coisas Sade, eu sei disso.

— Não sabe de nada.

— Seu nome é Sade de verdade?

— O quê? India! Qual é, vai se danar. Já disseram que você é bem exagerada? — ele come mais um pouco da massa francesa e revira os olhos, porque eu ainda espero por uma resposta — Meu nome é Sade, cacete, qual seu problema?

— Por que está aqui? — repito e ele continua imóvel — Quer que eu diga o que eu acho que está fazendo aqui? Vou interpretar essa cara de bunda como um sim. — apoio meu queixo nas mãos — Sr. Calister nunca está envolvido com a justiça, nem mesmo indiretamente. Abrir uma operação sobre ele e a origem de seu dinheiro não seria nada fácil sem uma boa motivação inicial, para poder liberarem os bons recursos para a investigação. E por um milagre, ou melhor, por uma tragédia, o próprio Sr. Calister consultou o FBI. E então eles te mandaram, pra fuçar na vida dele e descobrir todos os podres. Tenho um palpite extra de que acham que ele está envolvido com algo ilegal, ou sei lá, ele é algum chefão da máfia e esqueceram de me contar?

Sade está bastante sério, e vermelho. Primeira reação genuína dele desde que nos conhecemos. Ele vai até a porta da minha sala e tranca a porta, vem até minha mesa e se senta, de costas pra mim.

Quem matou a Miss?Onde histórias criam vida. Descubra agora