Capítulo 2

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48 horas desaparecida, e contando.
Medo. Medo é a palavra que melhor descreve toda a comunidade de Hammond. A cada hora que se passa, a cada nova mini pista que surge as pessoas emanam mais tensão e medo.

É um fato que a pessoa que a levou é próxima da família, e que provavelmente é alguém da própria comunidade. E isso é o que mais apavora a todos. Averiguamos em algumas casas e a expressão no rosto dos suspeitos eram quase de “Será que ela está mesmo aí?” mas não a encontramos em lugar algum. Todos os criminosos sexuais fichados tiveram seus álibis checados e casas averiguadas e estão sob observação policial.

O pouco de digital que obtivemos na camisola não foi o suficiente para um DNA.

Já interrogamos as amigas de Maddie e todos a sua volta. O sangue no protetor do colchão é compatível com o dela. Então o que sabemos é que Maddie está ferida e sob a mercê de alguém. É como um filme de terror dos ruins, com a música tensa aumentando quando um assassinato brutal está prestes a acontecer. Ela está morta, eu sei que sim mas jamais diria em voz alta. Não quero que se torne real. Quero estar errada sobre tudo. Quero que não passe de um engano. Que ela esteja bem.

Ouvi suas amigas mais cedo, e apesar de uma coisa ruim aqui e outra ali Maddie tem se revelado uma garota comum de 17 anos que é amada por todos e que possuia uma gentileza sem igual. Somente algumas colegas de classe nos contaram experiências negativas com ela e não passava de picuinha adolescente e das bem bestas.

Ela é uma boa garota. Preciso encontrá-la.

— Hey. — Eric tira o relatório das minhas mãos e ergue as sobrancelhas — Seu namorado precisa de alguma interação, e por favor que não seja outro papo sobre o desaparecimento da Maddie. Estou carente de você hoje.

Acabo sorrindo.
Eric Montês, o que dizer dele? Quando estávamos no colégio eu não via nada demais nesse cara. Parecia ser daqueles que passam batido. Isso até eu revê-lo anos depois com o cabelo castanho bagunçado e barba loira rala, e até uma cicatriz sexy no lábio superior. Quando batemos o olho um no outro foi como se nos víssemos pela primeira vez. Transamos naquele mesmo dia. Em poucas semanas eu não conseguia parar de pensar nele. Em seus olhos claros ou em suas piadas bobas. Ele sempre me faz sorrir, me faz sentir todas as coisas boas de uma vez só. Eu o amo mais do que tudo.

Beijo sua testa e o abraço forte. Eric retribui e nos mantemos assim por longos minutos até seu celular tocar. Ele atende e é Sammy, a irmã mais nova dele que acaba de entrar no ensino médio.

— Oi... Quê? Espera, estamos aqui na casa dela Sammy... Ok, tudo bem, nós vamos até aí. — Eric encerra a chamada e segura meus ombros com firmeza, noto que ele parece confuso mas diz mesmo assim; — Sammy disse que sabe algo sobre a Maddie.

— Vamos lá agora.

Pego as chaves do meu carro e saímos juntos. Meus pais já estão dormindo então saímos de mansinho. Entramos na camionete e Eric deixa a mão na minha coxa enquanto saio da garagem.

— Estou tão preocupado quanto você India. — ele confessa — Penso o tempo todo em quem pôde ter feito isso, e se essa pessoa é meu vizinho ou alguém com quem tomo umas cervejas. É assustador.

— Eu sei. — aperto seus dedos levemente — Vamos torcer pra eu estar errada.

— Aí é que tá, você sempre acerta sobre essas coisas. — diz em tom de lamento — Você vai resolver essa situação, eu confio muito na sua capacidade.

— Porque diz isso?

— Apenas confio em você.

Olho pra ele desconfiada. Sei que as pessoas estão falando sobre mim por aí, estão dizendo que o antigo investigador já teria encontrado algo á essa altura e que eu não sou boa no que faço. Também sei que o xerife pode estar por trás desses rumores mas eu nunca caguei tanto para o que dizem. Não quando tem uma garota desaparecida.

Quem matou a Miss?Onde histórias criam vida. Descubra agora