Capítulo 17

38 7 5
                                    


Darcy Connor é um tremendo filho da puta. Agora, todos sabem. De tudo. É quase impossível passar pelos jornalistas nas portas de entrada. Os noticiários só falam dele.

Dele. Ele. Darcy. Assassino. Estuprador. Brutal. Cruel. Real. Jovem. Miss. Calisters. Dr. Rutger. India Davis. Meu bebê. Minha intuição. Minha família. A família de Connor. Mandy Calister. Traumas. Mentiras.

Outra garota.

Nós estamos muito fodidos agora.
Teve algo bom, porque finalmente o pegamos mas a outra garota, onde está? Ela está viva ou é apenas o cadáver? E quem ela é? Quão jovem é? Quem são os pais?

Se passaram 10 horas.
São 15h da tarde.
Seja lá onde essa menina esteja, precisamos encontrá-la logo.

Desde que chegamos na cidade tenho tentado extrair alguma coisa do Darcy mas ele está sedado, por conta da remoção da bala. E quando consegue falar uma frase completa só sai "Eu quero meu suco de laranja mamãe". Ele não pode nos ajudar agora e nós contávamos com isso. Era essencial.
Com a casa dele em chamas estamos no escuro em relação a tudo. Ele colocou fogo pra se livrar de provas, enquanto estávamos lá ele mencionou um "material" e o fogo levou tudo embora.
O que temos contra ele são as confissões, o vídeo e as ações homicidas que vieram depois. No corpo dos pais dele e no da empregada, tem muito DNA, pela análise parcial, é o material genético do Darcy. Ele não tem escapatória. No mínimo, uma perpétua.
Sem contar o assassinato da Maddie, meu sequestro e ter feito reféns no hospital.

Encaro meu material espalhado pela sala. Toda minha pesquisa. As novas conexões e informações. Passei as últimas hora aqui, não fui em casa, sequer liguei. Não posso me distrair.
Kylo está a salvo na cabana e isso é o que pode me ajudar, ele é quem pode nos tirar do escuro mas eu preciso descobrir onde ele tem que procurar.

Em Hammond, nenhum desaparecimento nas últimas semanas foi registrado. Nem no Michigan, não naquela região e não que se enquadrasse no padrão dele. Colocamos uma idade máxima de 25 anos. Garota. Mas dessa vez, sinto que é mais jovem. Realmente mais jovem.
Ele confessou da tendência sexual dele de predador por garotas mais novas então acho que dessa vez, pode ser pior.

Traçar uma linha do tempo pelos lugares onde ele passou seria perda de tempo. Ele estava aqui em Hammond e foi até o Michigan de carro. Tem muitas cidades entre esse trajeto mas pelo que sei sobre ele até então, sei que ele pegaria uma daqui, pra impactar mais.
Só que sem desaparecimentos registrados fica muito difícil.

Tem que ter sido uma menina local.
É o mais coerente seguindo a linha de raciocínio distorcida dele.

Ouço batidas na porta, e é Bob, branco que nem papel.

— Todo mundo está aqui. — diz nervoso, raspou o cabelo no zero e deixou o bigode crescer, parece um maluco.

— Não posso, peça o xerife pra comandar sozinho.

— Não entendeu, é todo mundo. Perfeito, promotor de justiça e todos os poderosos do condado. Estão esperando por você na sala do xerife, e ah, eles comeram o cu do xerife. — Bob encolhe os ombros — McConaughey está fora. Eu acho... Eles querem você no comando.

Merda.
Deixo minha arma na mesa e saio da sala, chateada. Não queria ser distraída da minha investigação, não agora. O xerife está aqui pra lidar com essa burocracia e eu nunca quis o lugar dele. Acho que esse é o momento que ele mais temia.

Quando me aproximo da sala do xerife, me surpreendo com a quantidade de oficiais. Todos amigos dele, sabendo o que se passa do lado de dentro e sentindo medo do que virá a seguir.

Passo por eles, e abro a porta.
Uau. Com todo mundo, Bob quis dizer todo mundo mesmo. Pessoas que eu só vi na televisão, que talvez nunca nem pisaram em Hammond antes. Todos de terno, a maioria homens. Em torno de 10 pessoas, e há um sentado na cadeira diante do xerife, enquanto fuma um cigarro, é o procurador geral. Tem promotores também, e eles são do Michigan.

Quem matou a Miss?Onde histórias criam vida. Descubra agora