Capítulo 7

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ela estava morta lá e a culpa é toda minha. Sempre quis fazer tudo aquilo com ela. Ou com qualquer outra garota, de qualquer idade. Me sinto bem que foi com ela e não com alguém melhor. Se ela fosse uma boa pessoa eu me sentiria mal por matá-la mas ela era uma pessoa ruim. Falava coisas ruins pra mim. Não me senti mal por ter matado ela. Nem um pouco. Nem mesmo por um segundo.
Ela mereceu. Maddie merecia morrer. Fui a última pessoa a ver ela antes de você India. Você não chorou quando viu ela. Eu também não chorei. Se chorei, foi de felicidade.

Jhonny Zane.
Um desequilibrado mental, que aparentemente cometeu esse assassinato. É um tipo de confissão, não posso negar. Mas mesmo depois de ouvir os alunos da escola dizendo e explicando como esse garoto agia, tudo que falava e a forma estranha com que se comportava, mesmo depois de ouvir todo mundo falando mal dele eu ainda não sei se pegamos o cara certo. Quer dizer tecnicamente não pegamos, já que ele está morto mas depois de averiguar algumas provas bem circunstanciais o xerife o departamento de polícia de Hammond, está prestes a encerrar o caso. Definitivamente.

E eu não tenho certeza se Jhonny é o culpado. Não consigo acreditar. Na verdade, não tem muita lógica.

Mas uma carta dessas, acabou caindo nas mãos de um xerife desesperado por um enceramento de caso e o ministro está de acordo. Todos estão de acordo. Todos acreditam. Culpam Jhonny, já que o fato dele ter um problema mental é o suficiente para crucificá-lo como assassino sem uma grande apuração dos fatos.

Todos queriam o culpado.
Johnny foi dado a eles de bandeja.
Por um lado, eu entendo as pessoas.
Entendo que é mais fácil encerrar por aqui, que se um garoto maluco assassinou a Miss então está tudo bem, esse é um resultado bem melhor do que se o treinador tivesse matado ela, ou se Alex filho do prefeito tivesse matado ela, ou se o pai de alguém a tivesse matado, o filho e o irmão de alguém querido e influente ou se tivesse sido alguém que só seja da população.

Um garoto problemático é jogado aos lobos e está tudo bem porque é bem melhor do que se esse garoto fosse um dos nossos. Jhonny não era muito querido. E nem a mãe dele lutou por uma defesa melhor.

A cada dia que passa, sinto que estamos errando feio. Sade está prestes a partir, e pra surpresa de ninguém, continua investigando os Calister mesmo depois da “conclusão” do meu caso.

— Não olhe pra mim assim. — McConaughey diz. O xerife está de barba feita e cabelo bem cortado. Ele saiu em muitos noticiários desde que a confissão nos foi dada, há uma semana — O caso foi resolvido India, precisa colocar isso na sua cabeça.

— Lê pensamentos agora xerife? — questiono rodando a cadeira giratória. Estou entendida, e frustrada.

— Eu ainda não vi sair da sua boca que o garoto é o culpado e que merece o lixamento midiático que está recebendo. — diz, parece meio bravo — O prefeito, o ministro e todo e qualquer político ou membro do conselho estão de acordo com o resultado da investigação, Jhonny Zane é o assassino. Está nos noticiários há dias, imagina o quão estranho seria se você reabrisse a investigação depois de uma confissão?! Nem lógica tem nisso India!

Acabo rindo.

— Lógica? Quer falar de lógica... Beleza, qual a lógica de um garoto com um QI igual ao de Jhonny cometesse um assassinato brutal e método sem deixar nenhuma porra de pista para trás? — questiono, enfurecida — Você sequer conseguiu colocar ele na cena do crime.  Não temos nenhuma prova real! Isso é que não tem lógica!

— Tem sim. Se não tivesse sabe que ninguém teria comprado essa história.

— Está mentindo pra si mesmo McConaughey, e sabe muito bem disso. — fico de pé e largo a papelada sobre o caso que ele exigiu de volta. Tive que tirar xerox de tudo ontem a noite — Está tudo aí.

Quem matou a Miss?Onde histórias criam vida. Descubra agora