Cupid, please, DON'T take your aim at me.

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Durante toda sua vida, Marília foi considerada a estranha. Família, amigos, todos ficavam curiosos com seu jeito. Tudo bem, era recíproco. Marília também ficava curiosa com o jeito deles. Marília era seu padrão, estranhos eram os outros.

A convivência dera azo à tolerância, e, aos vinte anos de vida, todas os estranhamentos mútuos haviam se atenuado. Não por muito tempo.

Isso estava para mudar, Marília percebia, embora não pudesse prever o quê. Talvez o rastro de plumas peroladas de cisnes rumo ao apartamento fosse uma dica. Talvez o desconhecido na cozinha, preparando o jantar, tenha sido a segunda dica.

Talvez.

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