Minha vida nunca foi nada fácil. Desde pequena aprendi a dar valor nas mínimas coisas, por que era assim que meu pai me ensinava. Sempre disse a nós que para crescermos na vida precisávamos aprender a lidar com este crescimento em nós mesmas.
Eu tenho uma irmã, Merkeliny, que não é nada fácil. Ela vive observando todos os meus passos, querendo bancar a queridinha do papai passando todo o relatório da minha vida a ele. Ela tem muita raiva por que sabe que ele prefere a mim, que sou a mais velha, do que a ela que é a caçula. Mas ele gosta de nós duas, só que de modos diferentes. Ela não compreende isto.
Minha vida sempre foi estudar e batalhar por uma vida melhor. Meu pai é dono de uma rede de supermercados, mas eu não gosto de depender dele para nada, diferente de Merkeliny, que é mimada e esnobe. Eu estudo, faço faculdade de administração, e trabalho em um restaurante como gerente. Amo o meu trabalho! Lá eu aprendo muitas coisas novas!
Foi no meu trabalho que eu conheci o Eduardo, Edu, como ele gosta de ser chamado por todos.Ele é o filho do meu patrão. Eles tem uma rede de restaurantes espalhados pelo mundo todo. Eduardo sempre se mostrou muito gentil e humilde. O sonho de toda mulher, um verdadeiro príncipe encantado. Só que esses príncipes encantados não existem na vida real!
Conheci ele sem querer, em um dia de muita das gafes que cometo...
- Gostaria de fechar o caixa hoje! Com quem eu falo?
- Me perdoe, mas eu sempre fecho o caixa! O Sr Juan não confia em mais ninguém a não ser em mim para repassar tudo a ele.
- Você repassa tudo a ele mesmo? Hum... minha mãe não vai gostar de saber disso! - Nem percebi a colocação mãe no que ele disse.
- Ei! O que você está insinuando?!
- Calma, calma. Foi só uma brincadeira! Mesmo assim, eu mesmo vou fechar o caixa hoje e passar os valores para o Sr Juan!
- Nossa, cara! Quem é você?! Sabia que o Sr Juan ia mesmo contratar um novo empregado, mas nunca pensei que seria tão insistente e enjoado! Faça o seu serviço e me deixe fazer o meu! Você está me atrapalhando!
- Você é brava, né? Parece uma onça! Gosto de domar onças, sabia?
- E eu gosto de estapear canalhas, sabia? Quer experimentar? Idiota! Some de perto de mim! Some!
- Posso saber o que está acontecendo aqui?! -Sr Juan apareceu após ouvir a minha discussão com aquele suposto funcionário. -Edu, o que falou com a moça?
- Nada demais, pai! Apenas disse que irei fechar o caixa hoje. Mas ela me falou que esse é o serviço dela e que você não confia em mais ninguém sem ser ela para fazer isto!
- Está certinha, senhorita Medleiny! Se tivesse deixado o Eduardo se aproximar do caixa teria demitido você!
- Pai, menos. Sou seu filho!
- Pior ainda...
- É... Quero me desculpar por ter tratado o senhor deste jeito. Não sabia quem era o senhor! -Falei com Eduardo, completamente sem graça.
- Nada de senhor! Não vê que eu não sou velho como meu pai?
- Não abusa, Eduardo! -Respondeu Sr Juan.
Depois deste dia começamos a nos conhecer melhor e acabamos em um namoro. Um período muito rápido de namoro não pode me deixar perceber como ele é e papai cismou logo que deveríamos marcar a data do casamento, por que estava desconfiado que estávamos transando, mesmo eu dizendo a ele que não. Foi o que Eduardo queria para mostrar suas garras!
Nunca pensei que ele fosse um crápula! Um canalha que ele demonstrou ser assim que nos conhecemos. Me sentia triste ao lado dele, pois ele estava me fazendo muito mal sem sequer encostar um só dedo em mim.
- Você vai ou não transar comigo?
- Você é louco?! Já te disse que isso não é assim!
- E é como?! É só tirarmos nossa roupa e por em prática! Ou vai dizer que você não sabe como é?
- Eduardo, o que você pensa de mim?! Que sou uma vagabunda?!
- Eu não falei isso, amorzinho. Mas dá para você ceder, só um pouquinho, aquilo que já é meu?!
- Que modo nojento de falar! Se nos casarmos eu serei, sim, sua esposa. Mas não sei se vamos nos casar. E outra, não tem nada seu em mim. Me respeite!
- Sabe o que você está parecendo? Uma daquelas crentes que usam aqueles saiotes ou vestidões até os pés. Mas que, no fundo, são umas tremendas de umas safadas, isso sim! Aquelas ali na cama devem fazer loucuras!
- Eduardo, de onde você tira essas coisas absurdas para falar? Isso me deixa enjoada, com vontade de vomitar!
- Até parece que você não gosta de sexo!
- Sexo não é assim. Não da maneira que você fala. Quando fazemos amor fazemos por entrega, por amor, e não só por fazer!
- Igual na primeira vez que fizemos.
- Não. Fizemos não. Você me estuprou!
- Ai, que palavra para se dizer!
- Mas é. Você me deu remédio para ficar entorpecida e fez o que queria comigo. E sabe bem que depois daquele dia nunca mais você me tocou por que eu não permiti e, mesmo assim, serei forçada a me casar com você.
- Não vejo a hora do nosso casamento chegar para estar na cama com você novamente!
- Eu não vou me casar com você, já te falei! -Ele, irado, agarrou meus cabelos com violência, como sempre fazia quando ficava com raiva de mim. Me fazendo encará-lo bem nos olhos, exigiu:
- Não brinque comigo, entendeu? Se eu quiser eu rasgo sua roupa toda aqui agora mesmo e tomo o que é meu por direito!
- Você está louco!
- Louco eu vou ficar se você disser novamente que não vai se casar comigo! Vai falar isso novamente?! VAI?!! - Ele gritou comigo, me assustando, me fazendo chorar.
- Não.
- Não chore, minha delícia! Sabe que não falo as coisas com você por mal. Te amo! Onde vai?
- Vou embora!
- E como eu fico? Sem seu corpo, é isso mesmo?
Bati a porta não querendo olhar mais para ele. Idiota! Monstro!
Neste dia conheci o homem mais lindo que já vi no mundo inteiro. Murílo é seu nome. Ele me viu chorando e se preocupou comigo. Não parecia nada bem também.
Fui embora devido as circunstâncias de um possível tumulto, mas ao voltar no outro dia...
- Medleiny, tenho um recado para você!
- Pode falar, Diogo. Estou te ouvindo.
- Um cara ontem, depois daquele tumulto todo aqui, veio conversar comigo. Murílo o nome do sujeito.
- Murílo! Sei bem. -Lembrei do cara de ontem, que havia ficado preocupado comigo.
- Sim. Ele me deixou o número dele para te entregar. Pediu que ligasse para ele. E, para te dizer a verdade, ele estava ansioso em revê-la.
- Estava é?
- Sim. Estava. Fingi para ele que não te conhecia e ele ficou me perguntando se você vinha aqui todos os dias. Disse que não. Aí ele me pareceu ainda mais ansioso. Namorado novo, é?
- Sabe bem que sou noiva, Diogo!
- Noiva daquele idiota! Lembro bem o que ele fez com você aqui dentro. Se não fosse por Guilherme e eu intervir...
- Já sei, já sei. Nem precisa me lembrar mais disso!
- Não entendo por que continua com aquele cara! Você merece um homem melhor!
- Sim, eu sei. Deixa eu ir. Preciso dormir um pouco para me sentir melhor!
- Reparei que você não está bebendo.
- Parei. Pretendo ficar sóbria. Preciso ficar. Melhor para minha saúde física e mental! Thau, Di! Fica bem!
- Thau, minha linda! Você também!
Fui para casa sabendo que iria enfrentar um questionamento enorme do meu pai. Desta vez me enganei. Ele estava dormindo.
Mas minha mãe não me deixou escapar:
- Medleiny, onde você estava até essa hora?
- Calma, mãe! Nem é tão tarde assim.
- Você andou bebendo?!
- Não. Parei de beber desde aquele dia...
- O dia que você disse que foi estuprada!
- Sim. E você sabe por quem.
- Minha filha, você precisa se casar logo com o Edu! Pensa em como sua vida vai mudar, meu anjo, e a da sua família também.
- Mãe, eu já falei que não vou casar com ele. Isso é invenção do meu pai para querer tapar o sol com a peneira.
- Como assim, não te entendi.
- Ah, mãe, entendeu sim. Você nunca foi boba! Papai sabe que fui violentada por Eduardo, mas é mais conveniente para os negócios da família que eu me case com ele, por ser um herdeiro de posses e que irá mudar a nossa vida do que ver quem o futuro genro dele é de verdade! O que o Eduardo tem de dinheiro não tem de caráter!
- Leiny, muitas vezes nós precisamos fazer sacrifícios para nós mesmas, para que nosso futuro seja brilhante e produtivo!
- Mãe, sabe com quem você está parecendo falando deste jeito?
Com a futilidade em pessoa, Dinah Ricway Duran Maison! A mulher mais rica e mais vazia de sentimentos do mundo inteiro! A filha dela deve sofrer muito por ter uma mãe daquelas.
- Você é uma inculta! A filha dela é uma das mulheres mais lindas e chiques do mundo todo! Amanda é uma verdadeira inspiração para todas nós! -Merkeliny, deslumbrada com tanta coisa insignificante, apareceu falando.
- Pois ela não me inspira nem um pouco! Tão fútil e vazia quanto a mãe, coitada!
- Você nem parece fazer parte desta família!
- Não fale assim com sua irmã!
- Deixa, mãe, isso não me ofende nem um pouco. Não pareço mesmo ser dessa família, sabe por que? Por que não penso como vocês! Não sou fútil! Amo ser simples, humilde. Coisas que vocês nunca vão saber o que significa!
Dias depois...
- Não sei por que temos que ir a igreja! Viramos religiosos agora?
- Merkeliny, por que essa idéia agora? Só vamos fazer o que seu pai nos falou. É isso!
- Sim, mãe, mas por que tenho que ir junto? Vão só vocês e levem a realeza aí, já que quem deu idéia foi o príncipe encantado dela!
- Me deixa em paz, Merkeliny! Não me perturbe!
- Olha como ela está se arrumando toda para vê-lo! Depois diz que não gosta dele!
- E não mesmo! Se quiser pegue ele para você!
- Meu sonho...
- Seu pesadelo, isso sim! Não o conhece, por isso pensa que ele é um sonho.
- E você o conhece muito bem, né? A ponto de ficarem indo para a cama sempre!
- Você não sabe o que está falando! Idiota!
- Claro que sei! Você dá uma de boa moça mas vive dormindo com ele, isso sim! E ainda diz que não gosta dele... Por que? Ele não sabe fazer as delicinhas direito, é isso?!
- Cala a boca, sua idiota!
- Ei, o que está acontecendo aqui?! Que discussão toda é essa, agora?!
- Conta para papai, Merkeliny! Ou quer que eu mesma conte o que você estava dizendo?
- Não é nada não, pai. Vou me arrumar para sairmos!
- Minha filha, você está linda! Uma preciosidade! O Edu vai ficar com os olhos brilhando diante de tanta formosura! -Merkeliny ficou observando os elogios que papai estava fazendo para mim e franziu a testa, enfurecida.
Fomos a igreja! Tudo isso havia sido planejado por Eduardo, só por que um dos maiores produtores agropecuários o convidou para visitar a igreja e ele quis ir. Nos colocou no meio. Porém eu percebi que foi ótimo! Durante o culto e após o culto!
Paramos na cantina, no final do culto, e eu estava com muita fome. Perdi a fome quando Eduardo começou a falar com papai que já queria que eu fosse morar com ele, já que iríamos mesmo casar. E papai, sem pensar, aceitou a proposta dele sem nem me consultar.
- Pai, as coisas não são assim!
- Por que não são, meu amor? Nós nos amamos, vamos nos casar mesmo, nada melhor do que estarmos juntos logo. Sinto sua falta. Sinto falta dos seus cuidados comigo.
- Já está decidido! Amanhã mesmo você irá para a casa de seu noivo!
- Não, não vou!
- Como é?!!
- Gente, vamos parar com esta discussão! Estão todos olhando para nós! - Interrompeu minha mãe, totalmente sem graça.
Foi quando o vi. E meu coração parecia que ia parar! Era ele! Murílo, bem ali, em minha frente!Seu sorriso não escondeu que também estava feliz em me ver...
Quando fomos embora Eduardo, bem sério, começou seu interrogatório a respeito de Murílo. Queria sumir dali do carro dele. Por que não fui com minha família?
- Ouça o que vou te dizer, você é minha! Minha, entendeu? Eu fui o seu primeiro homem e serei o último! Se você se engraçar com outro eu não vou fazer nada com você, mas esse outro vai estar condenado!
- Entenda uma coisa, Eduardo, estou decidida! Não vou me casar com você!
- Ah vai! Vai sim! Sabe por quê? Por que eu acabo com sua família toda se você me rejeitar! Não tem mais volta, Medleiny! Você me pertence! Para sempre! Chegamos em sua última noite nesta casa. Amanhã nos tornaremos marido e mulher, mesmo não estando no dia de oficializar!
Medleiny estava horrorizada com o modo que Eduardo a tratava. Pior, o modo que ele fingia ser outro na frente de seus pais.
*Este foi o bônus de Medleiny! Muito mais dela está por vir...
Será que o louco do Eduardo irá aprisionar nossa Medleiny a ponto de fazer algo com Murílo se ele se aproximar?
Acompanhem comigo!*
C.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mundos Diferentes!
RomanceQuem foi que disse que dois mundos, completamente diferentes, não podem se cruzar? Plágio é Crime! *TODOS OS DIREITOS DESTA OBRA SÃO RESERVADOS!* Art 184. Violar direito de autor de obra literária, científica ou artística. Violar direitos autorais. ...