Prólogo

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   A ventania de final de tarde estava mais forte do que nos últimos dias, e o sol já não aparecia fazia algumas semanas; o universo parecia conspirar para que tudo ficasse mais sombrio

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A ventania de final de tarde estava mais forte do que nos últimos dias, e o sol já não aparecia fazia algumas semanas; o universo parecia conspirar para que tudo ficasse mais sombrio. As frestas da janela tocavam uma sinfonia quando o vento passava por elas, criando uma música excepcional junto ao palpitar de seu coração.

    Sirius não conseguia racionalizar o porquê de estar tão nervoso, afinal, a criança que estava para nascer não era dele, e a garota no outro quarto não era a sua. Talvez a angústia vinha da incerteza de como seria a vida dali para frente, ou porque nunca havia imaginado que seu irmão mudaria tanto em tão pouco tempo.

    Um grito fino, sofredor, interrompeu sua linha de pensamento. Era possível ouvir uma conversa baixa vinda do outro quarto.

-Respire fundo, querida. - disse a voz doce de Lily - Eu sei que é difícil, mas você precisa se acalmar. Você e o bebê vão ficar bem.

   Sirius só percebeu que estava tremendo quando Thiago entregou-lhe um copo de água pelas bordas, que derramou quando foi pego por baixo.

-Fique calmo, Sirius. - consolou Thiago; seus olhos castanhos não conseguiam esconder o medo que sentia - Ela vai ficar bem.

   A calma que Lily e Thiago Potter exalavam era inumana. O casal de amigos eram os únicos cientes da situação que seu irmão estava inserido; seria pai aos dezoito anos de idade. Assim que Lilian ficou sabendo, prontamente se ofereceu para ajudar no parto de sua amiga, afinal, não era qualquer um que poderia saber sobre a gravidez de Adhara. Regulus temia que algo acontecesse caso sua família descobrisse a respeito do bebê a caminho. Os Black não aceitavam ser contrariados. E para eles, Adhara era comum demais para seu filho.

    Como um sopro de ar fresco, o choro de um recém nascido passou por através da porta, chegando aos ouvidos de Sirius como um alerta. A criança havia nascido. Ele e Thiago entreolharam-se, com um sorriso no rosto.

   Tudo ficou quieto de repente. Os lamentos de dor cessaram. As conversas se encerraram. O tempo começou a passar, cada vez mais lento, e ninguém vinha trazer notícias.

    Notícias que quando chegaram, vieram carregadas por lágrimas pesadas.

   A porta se abriu com um rangido: Minerva McGonagall passou pela porta, o rosto inchado e vermelho, segurando um bebê gorducho nos braços. Os cabelos ruivo-ardidos escapavam por entre a trouxa que envolvia o recém nascido; tinha os mesmo cabelos que a mãe.

-É uma menina - a voz falha de Minerva ainda sim tinha o soar rígido - Claire.

   A senhora aproximou-se de Sirius, com o bebê nos braços. Seus olhos brilhavam com as lágrimas que escorriam. Ela entregou a menina em seus braços.

-Ela é linda. - respondeu o bruxo, sem conseguir tirar os olhos do rosto pálido do bebê - Não acredito que agora tenho uma sobrinha. - ele murmurou. - Claire de Lune.

-Nós somos os padrinhos.

    Sirius olhou incrédulo para Minerva.

-Foi a última coisa que - a senhora engasgou com suas palavras - a última coisa que Adhara pediu.

-Última?

   A realização pareceu pesar como um âncora em seu estômago. Sirius nunca havia visto Minerva McGonagall chorar, mas ali presenciou ela esconder o rosto enrugado entre as mãos e se afastar com rapidez para longe. Ele olhou para o lado, à procura de Thiago, mas não o encontrou. A porta para o outro quarto, porém estava escancarada.

   Com cuidado, receoso, Sirius atravessou para o outro cômodo; o bebê adormecido em seu braço. Daquela cena, ele nunca seria capaz de esquecer:

    O quarto era pequeno e simples, com apenas alguns móveis essenciais feitos de madeira escura. De pé, em frente a cama, Thiago consolava Lily em seus braços, que chorava copiosamente.

    Deitada na cama estendia-se o corpo da menina que um dia havia dado esperanças a Sirius. Naquele momento ele se deu conta que desde o início ela estava fadada a perder a vida; antes Adhara era uma jovem muito pequena de corpo rechonchudo, bochechas rosadas e sorriso contagiante...agora seu corpo era frágil e apenas ossos, o rosto era fundo e cinza. Apenas os cabelos ainda eram flamejantes e cheios como uma juba.

   Aos pés da cama, o corpo magro de Regulus apoiava-se. Estava sentado no chão com o rosto entre as pernas, quieto. Enroscado entre os próprios membros parecia a encarnação da tristeza, transformava-se quase em um único emaranhado de lamentações.

    Sirius caminhou até o lado do irmão e ajoelhou-se de frente a ele, levando o braço direito ao ombro de Regulus.

-Nós estamos aqui. - ele falou, encarando o bebê em seu braço esquerdo - Estamos aqui com você. E não vamos a lugar algum.

    O rosto descarnado de Regulus era estranhamente lindo; seus olhos castanhos possuíam escuras orelhas por debaixo e sua boca pálida tremia em desespero. O rapaz suavizou a expressão ao observar a menina nos braços de Sírius. Ele arrastou-se para mais perto do irmão e estendeu o braço para pegá-la em seu colo.

    Sirius estendeu o bebê para o pai, que desatou-se a chorar ao observar a ternura em seu rosto.

-Eu te amo - ele murmurou para a menina em seus braços - Eu te amo. - ele repetiu.

   Seus olhos saíram da trouxa em seus braços e fixaram-se nos do irmão.

-Eu te amo. - ele disse mais uma vez - Obrigada.

   Sirius Black engolia as lágrimas que relutantemente escorriam. Ele envolveu o irmão e a sobrinha em seus braços, protegendo-os de qualquer mal que pudesse voltar a assolá-los.

   Depois de um tempo, ele respondeu.

-Eu também.

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