Capítulo 4

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Yukio fechou o portão e se despediu de sua família e nos preparamos para nossa tour de mudança de ponto de vista. 

-Quem é esse mi hijo?

-Ele é o Yukio, pai. Um amigo que fiz no grupo de apoio.

-É um prazer conhece-lo senhor ...

-Xavier Guerrero, prazer em conhece-lo também Yukio.

-Pai, nós vamos sair pra caminhar um pouco.

-Matias ...

-Prometo que vai ficar tudo bem e que te ligo quando quiser embora.

-Eu vou cuidar bem dele senhor Guerrero, palavra de escoteiro.

Meu pai soltou uma risadinha e um pouco a contragosto concordou. 

-Me ligue ou ligue pra sua mãe quando tiver terminado o seu passeio. 

Meu pai entrou no carro e se despediu de nós, um pouco preocupado por eu estar sozinho e um pouco aliviado por eu estar aproveitando a cidade.

-Vamos começar a tour então. Ainda bem que tenho um escoteiro do meu lado nessa cidade.

-Não tem não. Eu nunca fui escoteiro.

-Você mentiu pro meu pai?-Eu olhei pra ele achando engraçado.

-Eu contei a verdade de um jeito diferente, só isso.

-Bela filosofia-eu respondi achando engraçado.

-Obrigado. Podemos?

-Claro. 

Nós começamos a caminhar pela cidade, vendo o mundo que estava ao redor.

-Então Filósofo para aonde vamos?

-Essa é a graça, podemos ir para qualquer lugar

-Não entendi.

-Esse cidade e gigantesca e nem um pouco preparada para pessoas como eu e você. 

-Por lei os espaços públicos são obrigados a serem adaptados.

-Me diga uma vez que você foi a um restaurante que tinha um menu em braile ou aonde os ou as atendentes não falaram com você como se fosse um incapacitado .

Ele parou pra pensar e viu que eu tinha razão em partes, mas não se deu por vencido

-Nem por isso devemos ficar tristes com mundo.

-Não , devemos ficar bravos e gritar com ele. 

-Ou podemos tentar muda-lo para melhor.

-As palavras de Yukio me deixaram apreensivo e  incomodado-Quem dera fosse fácil desse jeito.

-Mas pode ser. Só depende das nossa ações.

-Certo. Tem mais um lugar que eu queria te mostrar.Se você não se incomodar de ir em mais um lugar.

-Não , não me importo.

-Então por aqui.-Andamos por alguns instantes até encontrar um restaurante de waffle então entramos. Para o sorriso irônico de Yukio, o restaurante era adaptado a cadeirantes.

Não havia menu em braile. O que eu usei para provar meu ponto, mas novamente Yukio não se permitiu convencer.

Nos sentamos e esperamos o nosso pedido chegar . 

-Sério mesmo que você come waffle de chocolate com calda de mirtilo?Além de cego você quer ficar diabético ?

-Eu não te julgo e você não me julga beleza? 

-Aceito.

Enquanto ele comia , eu fiquei a observa-lo. Não importa sobre o que conversávamos , ele terminava o assunto com um sorriso.

-Como você consegue?

-Consigo o que?

-Sorrir o tempo todo. ver luz em todas as situações?

-Tudo vai piorar se eu só enxergar a escuridão. E as coisas já não são muito boas.

-Interessante.

Ficamos comendo por algum tempo e fomos embora.

Durante o caminho de volta  Yukio caiu no chão por causa de uma trombada de um idiota.

-Ei Cabron. Você não olha por onde anda?

-Foi mal cara, nem eu nem ele vimos pra aonde a gente tava indo. Então tchau.

Depois de uma leve discussão eu ajudei Yukio a se levantar.

-Você está bem?

-Sims- ele falsamente respondeu escondendo a mão direita.

-Me mostra a sua mão direita.

Ele a contragosto mostrou e pude ver o corte.

-Pro hospital, agora.

-Não precisa.

-Minha mãe é uma enfermeira aposentada e eu sei uma coisa ou duas. Então eu sei que você precisa dar pontos nesse corte. Então vamos pro hospital agora.

Fomos para o hospital e Yukio teve que dar 3 pontos na mão. Depois disso voltamos para a casa dele.

-Sinto muito pela sua mão.

-Tudo bem, a culpa não foi sua.

-Então o que você tirou dessa nossa experiência?

-Bom, vamos ver que você não sabe apreciar um bom sabor de waffle, que existem otários que te derrubam e não te socorrem e que vou precisar me esforçar para te convencer.

-Depois de tudo o que houve hoje, você não desistiu de mudar a forma como eu vejo o mundo?

-Sou osso duro de roer. Então da próxima vez , eu te levo pra sair certo?

-Certo. Até a próxima , Sorridente.

-Até a próxima , Matias.

Ele abriu o portão e entrou em casa. Eu não soube o porque na hora, mas eu fiquei animado com a ideia dele não ter desistido da nossa aposta. Só depois de chegar em casa eu entendi o porque , Não estava animado pelo que ele queria fazer, mas por que eu iria ve-lo novamente.


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