Yukio fechou o portão e se despediu de sua família e nos preparamos para nossa tour de mudança de ponto de vista.
-Quem é esse mi hijo?
-Ele é o Yukio, pai. Um amigo que fiz no grupo de apoio.
-É um prazer conhece-lo senhor ...
-Xavier Guerrero, prazer em conhece-lo também Yukio.
-Pai, nós vamos sair pra caminhar um pouco.
-Matias ...
-Prometo que vai ficar tudo bem e que te ligo quando quiser embora.
-Eu vou cuidar bem dele senhor Guerrero, palavra de escoteiro.
Meu pai soltou uma risadinha e um pouco a contragosto concordou.
-Me ligue ou ligue pra sua mãe quando tiver terminado o seu passeio.
Meu pai entrou no carro e se despediu de nós, um pouco preocupado por eu estar sozinho e um pouco aliviado por eu estar aproveitando a cidade.
-Vamos começar a tour então. Ainda bem que tenho um escoteiro do meu lado nessa cidade.
-Não tem não. Eu nunca fui escoteiro.
-Você mentiu pro meu pai?-Eu olhei pra ele achando engraçado.
-Eu contei a verdade de um jeito diferente, só isso.
-Bela filosofia-eu respondi achando engraçado.
-Obrigado. Podemos?
-Claro.
Nós começamos a caminhar pela cidade, vendo o mundo que estava ao redor.
-Então Filósofo para aonde vamos?
-Essa é a graça, podemos ir para qualquer lugar
-Não entendi.
-Esse cidade e gigantesca e nem um pouco preparada para pessoas como eu e você.
-Por lei os espaços públicos são obrigados a serem adaptados.
-Me diga uma vez que você foi a um restaurante que tinha um menu em braile ou aonde os ou as atendentes não falaram com você como se fosse um incapacitado .
Ele parou pra pensar e viu que eu tinha razão em partes, mas não se deu por vencido
-Nem por isso devemos ficar tristes com mundo.
-Não , devemos ficar bravos e gritar com ele.
-Ou podemos tentar muda-lo para melhor.
-As palavras de Yukio me deixaram apreensivo e incomodado-Quem dera fosse fácil desse jeito.
-Mas pode ser. Só depende das nossa ações.
-Certo. Tem mais um lugar que eu queria te mostrar.Se você não se incomodar de ir em mais um lugar.
-Não , não me importo.
-Então por aqui.-Andamos por alguns instantes até encontrar um restaurante de waffle então entramos. Para o sorriso irônico de Yukio, o restaurante era adaptado a cadeirantes.
Não havia menu em braile. O que eu usei para provar meu ponto, mas novamente Yukio não se permitiu convencer.
Nos sentamos e esperamos o nosso pedido chegar .
-Sério mesmo que você come waffle de chocolate com calda de mirtilo?Além de cego você quer ficar diabético ?
-Eu não te julgo e você não me julga beleza?
-Aceito.
Enquanto ele comia , eu fiquei a observa-lo. Não importa sobre o que conversávamos , ele terminava o assunto com um sorriso.
-Como você consegue?
-Consigo o que?
-Sorrir o tempo todo. ver luz em todas as situações?
-Tudo vai piorar se eu só enxergar a escuridão. E as coisas já não são muito boas.
-Interessante.
Ficamos comendo por algum tempo e fomos embora.
Durante o caminho de volta Yukio caiu no chão por causa de uma trombada de um idiota.
-Ei Cabron. Você não olha por onde anda?
-Foi mal cara, nem eu nem ele vimos pra aonde a gente tava indo. Então tchau.
Depois de uma leve discussão eu ajudei Yukio a se levantar.
-Você está bem?
-Sims- ele falsamente respondeu escondendo a mão direita.
-Me mostra a sua mão direita.
Ele a contragosto mostrou e pude ver o corte.
-Pro hospital, agora.
-Não precisa.
-Minha mãe é uma enfermeira aposentada e eu sei uma coisa ou duas. Então eu sei que você precisa dar pontos nesse corte. Então vamos pro hospital agora.
Fomos para o hospital e Yukio teve que dar 3 pontos na mão. Depois disso voltamos para a casa dele.
-Sinto muito pela sua mão.
-Tudo bem, a culpa não foi sua.
-Então o que você tirou dessa nossa experiência?
-Bom, vamos ver que você não sabe apreciar um bom sabor de waffle, que existem otários que te derrubam e não te socorrem e que vou precisar me esforçar para te convencer.
-Depois de tudo o que houve hoje, você não desistiu de mudar a forma como eu vejo o mundo?
-Sou osso duro de roer. Então da próxima vez , eu te levo pra sair certo?
-Certo. Até a próxima , Sorridente.
-Até a próxima , Matias.
Ele abriu o portão e entrou em casa. Eu não soube o porque na hora, mas eu fiquei animado com a ideia dele não ter desistido da nossa aposta. Só depois de chegar em casa eu entendi o porque , Não estava animado pelo que ele queria fazer, mas por que eu iria ve-lo novamente.
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Perfectly Imperfect
RomansMatias Guerrero é um artista plástico que vivia a vida normalmente do seu jeito até que um dia ele é vítima de uma bala perdida que tira a mobilidade de suas pernas de forma permanente. Ele se torna uma pessoa fria e niilista . Um dia a muito contra...