Lena podia jurar que havia uma manada de elefantes sentada na sua cabeça. Revezando, um de cada vez. Ela gemeu e enterrou o rosto na fronha macia e limpa, enquanto lutava contra a pouca claridade que adentrava as cortinas de sua janela. Kara estava lá, parada de pé e segurando um copo com água e um analgésico. A Kryptoniana suspirou baixinho e sentou-se na beira da cama de Lena enquanto afastava alguns fios rebeldes que haviam caído no rosto dela.
━ Aí está você.
Kara murmurou, num tom de voz suave o bastante para que suas palavras não perfurassem o cérebro de Lena, naquele estado meio acordado e ainda de ressaca. A náusea parecia insuportável e Lena se sentia mortificada.
━ Beba isso aqui, vai te fazer bem.
A adolescente gemeu infeliz e protestou contra, mas foi graças à insistência delicada de Kara, que a Luthor mais jovem sentou-se, encostou as costas na cabeceira da cama e engoliu o comprimido, seguido de um bocado de água.
━ Estou me sentindo uma droga.
A voz de Lena estava aveludada e embargada pelo sono e choro. Sua língua parecia uma lixa de tão grossa e seus olhos ainda estavam pesados sob as pálpebras infelizes. Kara sorriu para ela e concordou.
━ O nome disso é ressaca. Eu fiz um pouco de café e preparei algo para você comer. Por que não toma um banho, troca de roupa e me encontra na mesa?
Kara levantou-se, e quando os flashes do que havia acontecido na noite passada passaram pela cabeça de Lena, a irlandesa sentiu os olhos marejarem.
━ Kara...
A Kryptoniana já estava na porta do quarto quando a voz de Lena a impediu de sair. Virando o rosto para olhar para ela por cima do ombro, a loira esperou que ela continuasse.
━ Obrigada por ter chegado a tempo. Eu não sei o que teria acontecido se você não estivesse lá...
Kara olhou para Lena e suas sobrancelhas se estreitaram um pouco.
━ Eu sei. Mas prefiro não pensar nisso. Você está bem, está segura. É o que importa.
Lena assentiu com a cabeça em concordância e a observou deixar o quarto. Quando a porta foi fechada e Lena se viu numa solidão confortante, ela pegou o celular e deixou o copo vazio na mesinha de cabeceira, onde pôde ver uma enxurrada de notificações de mensagens de Andrea.
"Lena, você está bem? O que aconteceu ontem?"
Lena suspirou enquanto se arrastava para fora da cama e tirava o vestido, seguindo para o banheiro da suíte.
"Me liga assim que você puder!! Eu fiquei com o Henry, não te vi depois disso. Foi uma loucura, alguém ligou para a polícia porque a música estava muito alta, depois disso a festa acabou."
"Meu pai vai me matar. Ele está furioso!!"
Lena negou com um movimento de cabeça ao ler os textos e se deu conta de que a festa foi um grande fiasco e teria sido ainda pior se a polícia tivesse chegado e visto uma Luthor de dezessete anos bêbada. Lillian não ficaria nada contente ao saber daquilo, pensou.
E foi pressionando o botão verde para ligar para Andrea, que Lena se preparou para uma ligação longa enquanto se permitia um banho demorado de banheira.
▪ ▪ ▪
Kara ainda sentia seus nervos agitados enquanto pensava na possibilidade de que algo tão nojento e cruel teria acontecido com Lena se ela não estivesse em casa ontem à noite. E foi perdida em pensamentos que a Kryptoniana não percebeu a campainha tocar, até que suas pernas se arrastaram até a porta e Siobhan estivesse ali, parada em sua frente.
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Super Luthor ⋆ [ Supercorp G!P ]
Fanfiction"E eu de bom grado desceria do céu para cumprir seu desejo e protegê-la. Porque você é o mais próximo do paraíso que eu chegarei." Quando Superman desceu no céu, mudando o curso da história como todos conheciam, a humanidade passou a se questionar...