Ꮯꮋꭺꮲꭲꭼꭱ 06

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O apartamento de Siobhan era organizado, mas pouco familiar para Kara. Diferente de como ela esperaria se sentir, uma vez que aquela ali, deitada ao seu lado, nua e suada era sua namorada. Siobhan estava ofegante depois do sexo que pareceu ter feito a mente de Kara vagar para longe quando a névoa de êxtase se dissipou. A Kryptoniana sentou-se na cama e sentiu a mulher traçar padrões irregulares com as pontas dos dedos em suas costas, mas não deu importância. Todavia, Siobhan lutou contra aquela voz cruel enterrada no fundo de sua mente que dizia que Kara parecia desconectada, distante e muito fria de lá. A mulher de cabelos escuros observou quando Kara levantou-se da cama e ainda nua se dirigiu ao seu banheiro.

O sexo era excelente, a Kryptoniana era o tipo de pessoa que queimaria seus lençóis sem muitos esforços, mas não havia amor ou a menor sugestão de atenção genuína que ela via a Kryptoniana oferecer à Lena. E Siobhan soube, naquele momento que não significava muito para a alienígena. Que não passava de um alívio para ela. E foi com aquilo em mente que Siobhan pegou seu celular e verificou o blog em que estava trabalhando arduamente para escrever sobre a "Misteriosa loira voadora". Com um sorriso presunçoso, a mulher parecia muito empenhada em fornecer informações de forma anônima para leitores do mundo inteiro que acompanhavam suas histórias. Aquilo era, sem dúvida alguma uma maneira de se vingar da CatCo e do trabalho humilhante para a carrasca Cat Grant. Mas também era arriscado, ela sabia. Siobhan sabia que estava num ninho de cobras e qualquer deslize seu poderia culminar em consequências irreversíveis.

Ela ouviu o barulho do chuveiro e sorriu para o contador de visitas e seguidores em crescimento no canto da tela. Kara havia se tornado sua celebridade particular, mas como uma Luthor, Siobhan sabia que a Kryptoniana também poderia se livrar de qualquer aborrecimento sem pensar duas vezes. (Ossos do ofício, a mulher de cabelos escuros imaginou.) O plano era simples: Ela aprenderia tudo com Cat Grant, se submetendo ao seu temperamento cruel e quando estivesse pronta, tentaria vender informações sobre a Kryptoniana para Cat, e, caso não funcionasse, como plano B, o faria para o primeiro editor competente que estivesse disposto a publicar uma história espetacular e arruinaria para sempre CatCo e sua vasta fonte de experiência no ramo de informações. Depois daquilo ela veria o Império Luthor em ruínas quando a identidade de Kara se tornasse pública, assim como os segredos obscuros das experiências e testes que eles realizam naquelas instalações de CADMUS. E, como consequência de sua proeza, não se importaria demais em não ser a pessoa que estaria consolando a Kryptoniana. ( Se ela não estivesse louca ou detida numa cela de segurança máxima de alguma agência especialista em capturas de alienígenas hostis. )

Mas para aquilo, Siobhan precisava de um parceiro. Um bom repórter mais experiente e que a ajudasse a ir em busca de seus objetivos de grandeza. E quando se tratava de repórter, Siobhan sabia exatamente quem era a pessoa para aquilo. William Dey. O britânico ganancioso parecia muito empenhado em chegar ao topo. E Siobhan não negava sua atração pelo homem e jamais admitiria que seus flertes eram intencionais. Dey, era astuto e misterioso, e secretamente nutria um grande desprezo pelos Luthors, assim como se considerava uma pessoa mais qualificada para ocupar a cadeira de editor chefe do que Cat Grant. Perfeito.

Em sua névoa de pensamentos e ambições, ela não percebeu quando o barulho da água corrente parou e Kara saiu do banheiro, pegou a calça deixada numa poltrona, começou a vestir e depois fez o mesmo com a camisa de flanela.

━ Você já está indo?

Siobhan perguntou como se estivesse ressentida por aquilo. Ligeiramente ofendida. Kara sentou na poltrona, puxou os coturnos e começou a calçá-los enquanto puxava os cadarços, como se o que haviam acabado de fazer não tivesse tanta relevância para ela.

━ Prometi que ajudaria Lena com álgebra, e Lillian estará voltando de viagem em breve. Preciso cuidar de alguns negócios.

A Kryptoniana pegou as chaves, o celular e os óculos escuros, se preparando para partir enquanto Siobhan levantava-se nua, enrolada no lençol. Todavia, a mulher de cabelos escuros não conseguiu alcançar Kara porque a Kryptoniana já havia deixado o quarto.

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