Na segunda feira de manhã, pouco antes das 8h, minha mãe nos espera a frente do cartório 45 da cidade de Ottawa. Morgan desembarca primeiro e eu logo em seguida, ambos estávamos empolgados e correndo o quanto podíamos para agilizar o processo — ter amigos em toda a área jurídica já ajudou incontáveis vezes nesses casos.
Mamãe está em calças escuras largas, com um agasalho de pelos cinza nas mãos e um camisetão cor bege. Ela sorri um pouco, afaga os cabelos. Eu a agarro como um grande urso e a beijo muitas vezes.
— Bom dia, filho.
— Grande dia, mãe! Grande dia! Esse é o Morgan, advogado e amigo e Ivalice.
— Muito prazer, senhora Oliver.
— Por favor, só Joudith. É um prazer conhece-lo, Morgan. Bem, vamos? Tenho que estar no trabalho as oito e quarenta!
Sorri.
— Vamos.
O cartório era um lugar bastante sem graça durante a manhã e muito agitado durante a tarde. Nós pegamos uma senha e só haviam cinco pessoas a nossa frente. Esperamos um pouco, pegamos algo na máquina de comida para matar o tempo e a fome e esperamos até sermos chamados. Um homem de cabelos claros nos atendeu e foi muito gentil. Demos todos os documentos necessários e o meu futuro e o das crianças estava na canetada que a minha mãe deu em três vias do documento de emancipação.
Quase dez anos para reencontra-la para que chegasse o dia em que eu ia virar as costas e dizer para ela, "mãe não preciso mais de você, sou homem e adulto aos olhos da sociedade". Mas a verdade era que eu sempre iria precisar dela, indiferente do que um papel dizia para nós.
— Aos olhos da sociedade, agora você é legalmente reconhecido como adulto. Parabéns — dedicou o funcionário ao me entregar o documento cheio de carimbos e selos.
— Bem-vindo aos anos de chumbo — desejou Morgan dando um leve soco no meu braço. Eu ri um pouco.
Mamãe me abraçou por último e eu me acolhi no seu cheiro, na sua presença maravilhosa e necessária.
— Fico feliz que tenha tomado a melhor decisão, filho — ela acariciou meu rosto levemente. — Saiba que pode contar comigo para qualquer coisa.
— Comigo também.
— Obrigado, vocês dois.
— Bem, agora preciso mesmo ir senão vou chegar atrasada.
— Vamos, eu dou uma carona — indicou Morgan.
* * *
Os amigos de Ivalice e Morgan no escritório de advocacia pedem um vinho absurdamente caro para comemorarmos — e eu odeio vinho, tem gosto de pés, mas até tomo uma taça quando todos celebram. O lugar era amplo e moderno, tinha paredes brancas, cortinas corta-luz e uma infinidade de bancadas de atendimentos por enquanto vazias pela hora.
Uma roda se formou diante do mais novo adulto do pedaço, e olha que eu mal conhecia aquelas pessoas, mas estava feliz por estarem reconhecendo os esforços que eles empregaram tanto para agilizar o processo tanto de emancipação quanto para começar o da guarda legal das crianças.
— Mais um brinde ao Sullivan que, afortunadamente, não precisou se casar para se tornar emancipado! — todos comemoraram em risos.
— Bem, é uma boa todos voltarmos para o trabalho agora porque ainda temos muito o que fazer! — comemorou uma mulher mais velha com rabo de cavalo, seu nome era Ciara, líder de tudo isso, abaixo apenas de Ivalice. Ela pressionou meu ombro antes de sair desfilando — Quero dois coordenando os engajamentos do processo de guarda legal e mais um entrando em contato com o tabelião que logrou o testamento. Quero todos a mil!
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Sullivan, o Jovem Tutor
Подростковая литератураPerdido com os rumos da vida pós-ensino médio, Sullivan Oliver sonha em ser um grande escritor. De família humilde, o jovem com mentalidade de adulto vê a vida pacata se transformar do dia para a noite quando, sozinho, herda uma difícil tarefa: cuid...