O começo de um novo tormento

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Olá! Cheguei com um clichê necessário, porque todos precisávamos de um "fomos obrigadas a nos casar" protagonizado pelas jenlisa para adoçar essa quarentena.Um adendo importante: o sistema político da Tailândia não é o presidencialismo, mas tomei essa decisão pra fluidez da história, então não se preocupem quanto a essa questão.A história tem uns bons dez capítulos e  mais longos do que sou acostumada a escrever. Atualizarei toda segunda (amo?) e espero que vocês se divirtam muito com ela!





O Grande Palácio era uma imponente mansão de traços asiáticos em Bangkok.

Longe da grande metrópole e dos gigantescos arranhas céus, numa parte privativa cheia de canteiros verdes, piscinas, campos de golfe e é claro, muitos seguranças.

No terceiro andar, depois do longo corredor que separava a área destinada ao trabalho do vice presidente, ficavam dois quartos, um de frente para o outro. O da direita, com vista para o jardim principal era de Ten e o que sobrou, de frente para os bosques, era o de Lisa, mas ela quase nunca abria as cortinas, então que se dane a vista.

O quarto dela se encontrava numa completa zona, com rastros intermináveis de roupas no chão, camisinhas usadas e comida vencida. A garota se encarregava de limpar o cômodo já que não gostava que desconhecidos mexessem nas suas coisas, o que explicava o fato de nunca estar arrumado.

Lisa se virou na cama, procurando o lado frio das cobertas para aplacar o calor que apossava o tronco seminu — coberto por um sutiã rendado —, pois a última coisa que queria era sair a procura do controle do ar condicionado. O mal estar era tanto que ficar de olhos abertos se tornava uma luta e mesmo que o sol já tenha dado suas caras, chegando até ela graças a uma fresta na cortina, a vontade de permanecer deitada sobrepunha ao medo da marquinha angulosa e traiçoeira ficar permanentemente em suas costas.

Murmurou um palavrão ao ouvir dois toques ritmados na porta, as bochechas amassadas pelo travesseiro enquanto soltava algo muito parecido com "Me deixa em paz" que saiu entendível apenas dentro da sua cabeça. Os toques foram presididos de um chute, que a abriu a porta com força.

E lá estava ele, Ten, em carne, osso e um sorriso arteiro no rosto. Os braços mal suportavam tantas revistas — que ele fez questão de comprar numa banca próxima — e então, correu para o quarto da irmã com todas, sentando-se na beirada da cama e despejando-as pelas cobertas. A maioria delas tinha o rosto de Lisa estampado em diferentes ângulos, com uma jaqueta de couro, os cabelos escuros na altura dos ombros, sempre de aspecto seboso como se não lavasse há alguns meses, mas era isso que trazia o ar de bad girl.

Em uma das edições um cigarro pendia dos lábios dela e abaixo o destaque: "Lisa fuma? Veja os tipos de cigarro que estão na moda entre os jovens!"

— Olha essa... — Ten mostrou uma das capas. — "Lisa é eleita a garota mais bonita segundo garotos de 12 a 14 anos...? Que precisam urgentemente de um óculos! — ela bufou, rolando os olhos para o irmão. — "Veja o tipo de garoto que Lisa gosta e saiba se você tem chances!"

— Isso é um desserviço ao feminismo... — riu, se ajeitando na cama com certa dificuldade. Lembrava-se vagamente da festa que participou ontem, provavelmente citada na nota de rodapé de algum jornal diário. O fato é que acabou exagerando nos drinks de vodka e caiu no chão da boate em cima do próprio vômito, e precisou que um dos seguranças a levasse de volta para casa, o que foi há... 20 minutos atrás.

— Não sou só eu que estou nas capas. — Encarou o irmão com um olhar sugestivo. — "Todos os adolescentes querem um pedaço dos vice-irmãos!" e "Ten dormiu com mais de 100 garotas em menos de 3 dias? Saiba mais!"

Um acordo entre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora